terça-feira, 2 de junho de 2009

Uncanny X-Men 500 e 501-503: SFX.


SFX
(Uncanny X-Men 500-503, julho a outubro de 2008)

Roteiro: Ed Brubaker e Matt Fraction
Desenhos: Greg Land, com Terry Dodson (500)
Arte-final: Jay Leinster, com Rachel Dodson (500)
Marvel Comics.

A revista Uncanny X-Men chegou à sua 500ª edição, ocasião em que os roteiristas e editores prometeram uma comemoração em grande estilo, dando com um novo rumo aos heróis mutantes. De certa forma, eles conseguiram direcionar os X-Men para algo novo, nunca antes visto. Contudo, por outro lado, tirando o novo cenário (São Francisco), agora teremos uma miscelânea de personagens que surgem e desaparecem ao bel prazer da história que os escritores querem contar.

A prefeitura de São Francisco abriu as portas da cidade aos X-Men e eles decidem então transformar a cidade, ou melhor, a Baía de Marin Headlands, em um Santuário Mutante, um lugar onde qualquer remanescente da espécie mutante possa encontrar um local seguro.

Na edição comemorativa, os X-Men enfrentam seu arquiinimigo, Magneto, e a explicação para o uso dos poderes de Eric é um dos mistérios lançados pelos roteiristas nessa nova fase. A resposta para isso, até o momento, parece estar relacionada à presença de personagens da Marvel que sempre estiveram longe do universo dos X-Men, como um Celestial e o Alto Evolucionário. Mas a presença deles, inclusive de Magneto, ainda são somente sementes lançadas para histórias a serem desenvolvidas no futuro. Só penso que os roteiristas mostraram muito pouco nessa 500ª edição, de modo que ela ficou com cara de poço de perguntas lançadas e nenhuma resolução.

Já nos primeiros dias dos X-Men em São Francisco, presenciamos também a existência de uma organização chamada Culto do Inferno, que propaga o ódio contra os mutantes. O Culto é comandado por um ex-integrante dos Satânicos (grupo de adolescentes treinados por Emma Frost, quando esta ainda era a Rainha Branca do Clube do Inferno). Este, por sua vez, recebe ordens da Rainha Vermelha, cujos cabelos ruivos abrem suspeitas sobre a sua identidade.

A mutante Fada (Meggan Gwynn) parece tentar ocupar o lugar que foi de Kitty Pride, como a adolescente do grupo. Porém, pelo menos o foi mostrado até aqui, a pobre Fadinha vai ter que suar bastante para conseguir chegar perto da Lince Negra. De início, ela foi transformada de uma pré-adolescente em um mulherão, graças ao desenhista Greg Land na revista X-Men Free Comic Book Day. Quando fazia parte dos Novos X-Men, todos os desenhistas que passaram pelo título sempre a retrataram de forma quase infantil, e sua feição lembrava mais uma fada de verdade do que um ser humano comum. Agora, com exceção das asas e cor do cabeço, a personagem tem o rosto alterado e o corpo bastante desenvolvido.

Outro ponto negativo que pode agradar alguns fãs é o entra e sai de personagens. A Tempestade, por exemplo, aparece na edição comemorativa e volta na 503, apenas para usar seus poderes na captura do ex-Satânico. Parece que está lá apenas para satisfazer a vontade de leitores que a querem na equipe, já que sua eventual ausência na história não seria sentida. Penso que uma equipe fixa é uma forma muito melhor de trabalhar o desenvolvimento dos personagens (algo como eles estão tentando fazer com Fada), mas como agora os X-Men são um esquadrão mutante, em que os personagens aparecerão de acordo com o que a situação pede, deve-se tentar ver com bons olhos essa forma de abordar a equipe.

Algo que considero importante na franquia também teve início na edição 500 de Uncanny X-Men. Depois de New X-Men e Astonishing X-Men, agora chegou a vez de Uncanny X-Men ser o título principal da franquia, revista em que as principais direções do grupo serão tomadas. Melhor assim, já que Astonishing sofre da maldição dos atrasos - combinar agora Warren Ellis com Simone Bianchi é pedir para atrasar muito!




Os desenhos de Greg Land é uma faca de dois gumes: enquanto uns adoram, outros odeiam. A principal polêmica do desenhista é o fato deste usar modelos para a elaboração de seus desenhos. A própria capa que ele desenhou para a 500ª edição de Uncanny X-Men foi “desmascarada” com outros desenhos passados do desenhista em títulos como Ultimate Power. Não sem razão, Greg Land foi carinhosamente apelidado por seus detratores como Copy Land. Pessoalmente, penso que Uncanny X-Men não é um título apropriado para ele, seu estilo não combina muito com esses super-heróis, mas não acho que o pobre Copy (hehehe...) mereça ser banido do mercado. Alguns quadros que ele faz são bonitos, mas o storytelling dele não é muito bom. Pode ficar, mas longe dos X-Men.

A entrada de Matt Fraction como co-roteirista da revista Uncanny X-Men alterou muito as caracterizações dos personagens. Agora, quase todos são esnobes, gostam de ostentar fortuna e até mesmo o pacato Míssil está propenso a fazer comentários racistas. Fraction escreveu a revista Justiceiro: Diário de Guerra e mesmo nela eu achava seus roteiros um pouco truncados, cheios de referências históricas ou da cultura em geral. Em X-Men, depois do comentário acima citado por Sam, este jovem X-Man caipira praticamente dá uma aula sobre direitos civis dos negros.

Parece que todos os X-Men têm uma “língua afiada”. Agora, portanto, é uma questão de costume, já que Ed Brubaker prometeu e não cumpriu sua palavra de que ficaria como escritor de Uncanny X-Men. Quer queiram, quer não, Matt Fraction ditará todas as principais regras do jogo a partir da edição Uncanny X-Men 504.

Abraço!


Obs: O Blog ficará suspenso por tempo indeterminado. Dois editais de concursos públicos estão abertos e as primeiras fases das provas ocorrerão daqui alguns meses. Assim, acredito que será difícil eu encontrar tempo para atualizar o Blog nesse período de preparação mais intensa. Agradeço à compreensão de todos!