domingo, 11 de maio de 2008

Os X-Men 04: A Irmandade de Mutantes!

"A Irmandade de Mutantes!"
(The X-Men 04, março de 1964)

Roteiro: Stan Lee.
Desenhos: Jack Kirby.
Arte-final: Paul Reinman.
Marvel Comics.

Esta edição apresenta a primeira aparição de um dos grupos de vilões mais notórios dos X-Men: a Irmandade de Mutantes (nos EUA, de Mutantes Malignos).

Composta inicialmente por Mestre Mental, Groxo, Mercúrio e Feiticeira Escarlate, sob a liderança de Magneto, o grupo rouba um cargueiro e com isso conquista um país sul-americano chamado Santo Marco.

Os X-Men vão até o país e têm a melhor batalha desde sua estréia. Mesmo estando do lado dos vilões, Mercúrio e Feiticeira Escarlate já são apresentados aos leitores como figuras dúbias (no bom sentido). Os dois aparentam só estar no bando de Magneto porque a Feiticeira Escarlate foi salva por ele. Já Mercúrio, mais rude, tem seu lado heróico revelado ao final, ao impedir que o país vá pelos ares antes da fuga da Irmandade.

Anos mais tarde, seria revelado por Chris Claremont, em Uncanny X-Men 125, que Mercúrio e Feiticeira Escarlate são filhos de Magneto, mas isso é outra história.

Destaque para o diálogo mental entre Xavier e Magneto, que transcrevo a seguir:

- Por que você e seus X-Men impedem que os mutantes conquistem o mundo? Por que luta conosco? Afinal, você também é um mutante!

- Eu quero salvar a humanidade, não destruí-la! Devemos usar nossos poderes para criar uma era de paz na Terra... lado a lado com os humanos comuns!

- Nunca! Os humanos devem ser nossos escravos! Eles não merecem compartilhar o domínio do mundo conosco! Você fez a sua escolha... a partir de agora somos inimigos mortais!
Desse modo, o paralelo entre os dois personagens fica ainda mais evidente. Sem contradizer esses contatos inciais entre os dois, anos mais tarde Chris Claremont desenvolveria uma história do passado entre Xavier e Magneto.

Como disse, as cenas de ação dos X-Men contra a Irmandade de Mutantes são as melhores até aqui. O efeito que o Jack Kirby fez para o Mercúrio correndo ficou bem interessante para os padrões da época. E o Anjo se mostrou um personagem um pouco menos inútil do que eu esperava (nunca vi graça nas asas dele).

Outro ponto é que as rajadas ópticas do Ciclope têm um limite de energia. Esse limite não é mostrado nas histórias atuais.

Após escaparem, Xavier é atingido por uma bomba e perde os seus poderes. Como está escrito na edição, seus poderes estão "danificados". Ele pede para os X-Men o deixarem mas o grupo permanece leal ao seu mentor. Xavier, na verdade, está mentindo, conforme será visto na edição seguinte.

E assim eles prometem ir atrás da Irmandade de Mutantes quando esta voltar a aparecer.

Agora, uma questão que percebi é que até agora parece que só os mutantes querem acabar com os humanos. Conforme foi mostrado na segunda edição, várias mulheres humanas "comuns" assediaram o Anjo mesmo sabendo de sua condição como mutante. Assim, pelo menos nessas primeiras edições, são os mutantes quem estão se mostrando intolerantes para com os humanos e não o contrário.

Vamos ver como isso se desenvolve mais pra frente nessas histórias clássicas.

Abraço a todos!

Primeira aparição: Irmandade de Mutantes, Feiticeira Escarlate, Mercúrio, Mestre Mental, Groxo.

Os X-Men 03: Cuidado com o Blob!

"Cuidado com o Blob!"
(The X-Men 03, janeiro de 1964)

Roteiro: Stan Lee.
Desenhos: Jack Kirby.
Arte-final: Paul Reinman.
Marvel Comics.

Esta história apresenta pela primeira vez o personagem Blob, um mutante que futuramente se uniria à Irmandade de Mutantes e daria muito trabalho aos X-Men. Antes de sua aparição inicial, a história mostra mais uma seção de treinamento dos X-Men. Percebe-se que Stan Lee quer dar um clima estudantil ao Instituto. Por isso, esses treinos à cada edição.

Nesta edição, Ciclope é chamado pela primeira vez de Scott e é mostrado como uma pessoa pesarosa por conta da falta de controle dos seus poderes. Também pela primeira vez, o Fera mostra-se um intelectual, característica essa que o destacaria dos demais ao longo dos anos.

O treinamento é interrompido quando Xavier detecta a presença de mais um mutante. Depois de algumas tentativas frustradas em encontrá-lo, Ciclope encontra Blob numa apresentação de circo. O nome verdadeiro de Blob é Fred Dukes, só que isso só seria revelado anos mais tarde em Uncanny X-Men 140.

A pele de Blob é invulnerável, de modo que nada pode aderir ao seu corpo. Assim, ele consegue ficar imóvel e repelir balas que são incapazes de perfurá-lo.

Ciclope, de maneira bastante arrogante, chama Blob para conhecer o Instituto só que este recusa. Veja a "educação" do líder de campo dos X-Men:

"Eles querem conhecer você! Vim aqui para levá-lo até a base do grupo! E os X-Men não vão aceitar um "não" como resposta!"


Só que a situação só não piora porque a presença de Jean Grey faz Blob aceitar a oferta. Então, todos se dirigem ao Instituto e Blob é apresentado a Xavier.

De maneira "surpreendente", Blob recusa a oferta de se juntar aos X-Men, o que é uma decisão legítima... mas não para os nossos heróis. Xavier decide então apagar da mente do mutante a existência dos últimos acontecimentos, mas Blob consegue fugir e deixa Xavier bastante preocupado com o fato deste poder revelar os segredos por trás da Escola.

Só que aí sim Blob revela sua natureza vilanesca (ainda bem porque senão os X-Men seriam uns verdadeiros otários por obrigaram o pobre coitado a entrar para a equipe). Afirmando a sua condição de mutante (homo superior), Blob assume a liderança do circo e determina que todos ataquem o Instituto Xavier. E assim se inicia mais uma batalha dos X-Men.

E mais uma vez, os X-Men são derrotados e presos. Por um circo!!! Que humilhante para a história deles. Cabe então, novamente, a Xavier salvar a todos com uma máquina que intensifica seus poderes. Assim, Xavier apaga da mente de todos os integrantes do bando de Blob a existência da sede dos X-Men. Mas, no final, ele dá crédito a seus alunos uma vez que a máquina só ficou pronta porque os X-Men seguraram a onda dos vilões (o circo!) enquanto ele terminava de construí-la. Destaque também a Jean Grey que consegue se libertar com a ajuda psíquica de Xavier.

Uma curiosidade desta edição. Nos é revelado pelos pensamentos de Xavier que ele está apaixonado pela Jean Grey e que ele só não investe no romance dos dois porque ele é o líder dos X-Men e está confinado em uma cadeira de rodas. Além do fato de todos os X-Men xavecarem a pobre moça, ainda tem agora o amor platônico do professor, o que é no mínimo estranho, mas não impossível de acontecer. Esse fato bizarro seria mencionado mais duas vezes na cronoligia mutante: em X-Men 101 (quando Xavier cita que já pensou que estava apaixonado por Jean) e quando Jean Grey descobre sobre este amor platônico mais de trinta anos depois, na saga Onslaught, em 1996 (Massacre, no Brasil).

Os desenhos de Jack Kirby continuam me agradando cada vez mais.

Abraço a todos!

Primeira aparição: Blob.

Os X-Men 02: Ninguém pode deter o Vanisher!

"Ninguém pode deter o Vanisher!"
(The X-Men 02, novembro de 1963)

Roteiro: Stan Lee.
Desenhos: Jack Kirby.
Arte-final: Paul Reinman.
Marvel Comics.

Nesta segunda aventura, os X-Men são chamados às pressas pelo Professor Xavier para que eles conheçam o seu mais novo oponente: o Vanisher, um mutante capaz de se teleportar.

O nome do vilão não foi traduzido aqui no Brasil por ser, de certa forma, uma tarefa bastante difícil, já que Vanisher é "aquilo que desaparece". Não seria prudente chamá-lo aqui de "Desaparecedor" ou "Teleportador" (se bem que este último serviria bem).

A história é bastante simples. O Vanisher rouba os planos de defesa intercontinental e exige 10 milhões de dólares para que ele não os venda aos comunistas. Quatro guardas vigiavam os planos, enquanto a pasta que o continha ficava dando sopa na mesa. É a inocência da época.

Confesso que ao ler essas histórias que são muito diferentes daquelas que estamos acostumados a ver hoje nas bancas, tenho apreciado cada vez mais o traço do Jack Kirby. Ele merecidamente é chamada de "Rei" e nunca contestei isso. Sempre achei que ele mereceu o título pela imensa contribuição na indústria dos quadrinhos, mas depois de ver a bela seqüência que ele criou com o treino dos X-Men, estou me inclinando a me tornar um de seus fãs. Essas seqüências ficaram ótimas, e a simplicidade dos quadros não prejudica a narrativa da história.

Voltando à história, depois de serem derrotados pelo vilão, a solução para o caso é o vilão ser derrotado pelo poderes mentais do Professor Xavier. A telepatia do mentor dos X-Men resolve o problema de forma bastante fácil, mas naquela época deveria até ser uma inovação.

O Agente do FBI Fred Duncan, faz sua primeira aparição. Ele é a ligação dos X-Men com o governo e foi graças a ele que Xavier conseguiu a licença para abrir seu Instituto. Fred Duncan ficaria esquecido por anos, até ser inserido em histórias posteriores ainda na Era de Prata. Logo após o início do rumo da revista para a questão da histeria anti-mutante, seu elo com os X-Men passou a ser mais clandestino. O personagem foi morto gratuitamente como parte da origem do vilão X-Cutioner nos caóticos anos 90. Uma história interessante a respeito do personagem pode ser observada no especial X-Men: Odd Men Out, que você pode saber mais a respeito clicando aqui.

Trata-se de uma edição respeitável e sem muita relevância para a cronologia dos mutantes. No entanto, foi importante para poder ir apresentando melhor os personagens centrais. Só um dado curioso, nesta edição os X-Men são queridos como heróis, bem diferente do que se seguiria anos depois.

Apenas um detalhe final bastante curioso. No início da edição original, o Anjo fala para a Garota Marvel: "Careful, Jeanie! Remember, Dr X told you not to strain your teleportation powers!". O Dr. X é, obviamente, Charles Xavier e os poderes de teleporte que Stan Lee se referia era os poderes telecinéticos da personagem. Era freqüente naquela época Stan Lee se esquecer dos nomes e poderes de seus próprios personagens. Mas ele merece um crédito, por escrever tantos títulos ao mesmo tempo.






Abraço a todos!


Primeira aparição: Vanisher, Agente Especial Fred Duncan.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Os X-Men 01: Os adolescentes mais incomuns de todos os tempos!

“Os X-Men”
(The X-Men 01, setembro de 1963)

Roteiro: Stan Lee.
Desenhos: Jack Kirby.
Arte-final: Paul Reinman.
Marvel Comics.

Sob a rubrica de serem os super-heróis mais estranhos de todos, em setembro de 1963 é lançada a revista “Os X-Men”, de autoria da consagrada dupla que praticamente moldou o Universo Marvel, Stan Lee e Jack Kirby.

Conforme afirmado pelo próprio Stan Lee, o grupo inicialmente iria se chamar “Os Mutantes”. Porém, a cúpula da editora vetou o projeto e mandou Lee criar outro nome para a equipe. O escritor veio então com a proposta de chamá-los de X-Men por duas razões. Primeiro porque o “X” viria do nome do tutor da equipe, o Professor Xavier. O outro motivo era porque os dons dos mutantes eram algo eXtra que eles tinham com relação aos humanos normais. Interessante notar que já na primeira edição, os mutantes são chamados cientificamente de homo superior. Futuramente, o "X" também teria sua razão de ser por conta do gene "X" mutante, o que os distinguia geneticamente dos demais humanos.

Outro diferencial da equipe com relação aos outros grupos de super-heróis que existiam na Marvel era o de que os seus personagens fugiam dos estereótipos comuns. Assim, conforme o próprio Lee relata, o líder da equipe em campo, Ciclope, é um rapaz cheio de perturbações e inseguranças; o de aparência mais bestial de todos, o Fera, era o mais inteligente e sagaz e assim por diante.

A história se inicia no Instituto Xavier para Jovens Superdotados (não há menção expressa dessa nomenclatura que se consagraria anos depois), com o treinamento de Ciclope, Homem de Gelo, Fera e Anjo. Esta foi a forma encontrada por Lee para apresentar os personagens, bem como as habilidades de cada um. Não é revelado como a Escola foi fundada e nem como o grupo se reuniu pela primeira vez. Isso seria mostrado anos mais tarde nas "Origens dos X-Men", uma série de histórias secundárias publicadas entre as edições 38 a 56 desse mesmo título.

Assim que acaba a “aula” dos quatro mutantes, o Professor X os chama para se apresentarem à mais nova aluna do Instituto: Jean Grey, batizada como a Garota Marvel. Só por curiosidade, Jean Grey é a minha X-Man preferida, mas não graças a esta fase e sim naquela que se inicia em Giant Size X-Men #01, que abordaremos no futuro.

Jean Grey é apresentada como a mais nova aluna, mas futuramente seria mostrado que na verdade ela foi a primeira aluna de Xavier. Na edição 27 da revista Bizarre Adventures, de 1981, Chris Claremont conta uma história da Fênix na qual há o suposto primeiro encontro de Xavier com sua então primeira aluna. Curioso que, nas "Origens dos X-Men" (#38-56), Jean Grey não aparece justamente porque nesta edição de estréia é o seu suposto primeiro contato com o grupo. Mas nada que afete drasticamente a cronologia dos X-Men.

É interessante a forma como Lee retrata o Professor Xavier, como uma pessoa muito séria e bastante rígida com seus alunos. Outro dado interessante é o merchandising que o escritor faz nos quadros da revista, como uma maneira de instigar os leitores a acreditar de que tudo aquilo que ele escreve (com certo exagero, ressalte-se) é verdade.

Reparem:


Nunca na história da humanidade, houve uma ‘aula’ como essa! Nunca houve um ‘docente’ como o Professor X! E nunca existiram ‘alunos’ como os ‘X-Men’.

Agora, prepare-se para uma das mais empolgantes leituras da sua vida, pois você está prestes a entrar no fascinante e imprevisível mundo dos... X-Men!





Agora, faço uma pequena descrição sobre cada uma das habilidades dos X-Men originais:

Ciclope (Scott "Magrão" Summers): pode soltar rajadas ópticas de seus olhos. Como não possui controle sobre elas, usa um óculos de quartzo-rubi, único material capaz de conter os disparos. Nesta primeira edição não é revelado o nome oficial do personagem. Magrão ("Slim") Summer é tudo o que os leitores obtém a seu respeito. Esse apelido não pegou, salvo uma ou outra menção.

Anjo (Warren Warthington III): dotado de asas, possui o incrível poder de... voar!

Homem de Gelo (Robert "Bobby" Drake): pode lançar projéteis, formar objetos, bem como deixar seu corpo em forma de gelo. Detalhe curioso (e ridículo para os dias atuais) são as botas que ele usava nessas primeiras histórias. Ele também aparentava mais um Boneco de Neve, mas na edição #08 ele adotaria o visual que estamos mais acostumados.

Fera (Hank McCoy): possui agilidade sobre-humana. Também tem inteligência acima da média. Futuramente, seu corpo se transformaria para uma forma animalesca, lembrando um símio, de cor azul, que será seu perfil mais consagrado até hoje.

Garota Marvel (Jean Grey): nesta primeira edição, é revelada a sua telecinese, o dom de mover objetos com a mente. Mas Jean também possui telepatia, que significa basicamente transmissão de pensamentos.

Enfim, estes são os X-Men originais, bem diferentes daqueles que nos habituamos. Não é nem de longe a minha formação favorita, mas é sempre um agrado vê-los juntos nas histórias atuais (quando algum não está morto, obviamente).

O próprio Xavier, que se declara o primeiro mutante (que seria desmentido depois) resume, em síntese, os objetivos da escola:




“Agora, permita que eu fale um pouco sobre a minha escola... Meus pais trabalharam no projeto da primeira bomba atômica! Assim como vocês, também sou um mutante... provavelmente o primeiro homo superior! Tenho o poder de ler mentes e projetar meus pensamentos na cabeça das outras pessoas. Porém, quando eu era jovem, as pessoas comuns me temiam, não confiavam em mim! Percebi então que a raça humana não estava preparada para aceitar pessoas com superpoderes e decidi construir um refúgio... uma escola para X-Men! Aqui, escondidos dos humanos normais, aprendemos a usar nossos poderes em proveito da humanidade... para ajudar àqueles que nos temeriam se soubessem da nossa existência! Devido a um acidente de infância, sou forçado a permanecer nesta cadeira, mas tenho diversos aparelhos ao meu comando por meio de um painel de controle... e, com meus poderes, estou sempre em contato com os X-Men!”





Essa referência à Bomba Atômica deve-se ao fato de que, naquela época (Era de Prata dos quadrinhos), a radiação era vista como uma forma de poder realizar todo tipo de coisa, como transformar pessoas em monstros (Hulk), ou simplesmente conceder poderes fantásticos (Quarteto Fantástico). Algo como a engenharia genética nos dias de hoje.

Já a referência a um acidente de infância que o impossibilitou de andar é esquecida e na edição #09 da revista nos é revelado o verdadeiro motivo: um confronto com o vilão Lúcifer.

Mais uma vez, o próprio Xavier nos responde qual é a missão dos X-Men:




“Existem muitos mutantes no planeta, Jean... e a cada ano nascem mais! Nem todos querem ajudar a humanidade! Alguns odeiam a espécie humana e querem destruí-la! Alguns acreditam que os mutantes deveriam dominar o planeta! É nosso dever proteger a humanidade deles... dos mutantes malignos!”





Simples, não?

Nem tanto. Ao contrário do que parece, a proposta dos X-Men, além, é claro, da diversão, é criar o debate acerca da discriminação das minorias. Não quero com isso tirar leite de pedra dizendo que com uma história de herói versus vilão, as pessoas sairão mais conscientes a respeito de aceitação e erradicação do preconceito contra negros, homossexuais, deficientes etc. Muitas pessoas bastante preconceituosas adoram os X-Men (os personagens, os poderes são legais, etc.). Mas para mim, o fascínio que este grupo exerce com relação às demais equipes está justamente aí (além do carisma, tramas, personagens...).

Voltemos à história. Logo após relatar acerca da existência de mutantes malignos no mundo, Magneto nos é apresentado. Trata-se do maior e melhor vilão dos X-Men (ao contrário da formação original do grupo, em matéria de vilão, Magneto nunca foi superado, na opinião da esmagadora maioria dos leitores).

Magneto, como o próprio nome diz, tem o dom de controlar os campos magnéticos da Terra, de modo que consegue flutuar, controlar objetos metálicos e criar um campo de forma impenetrável.

Após sabotar o lançamento de um foguete, Magneto decide tomar para si uma base militar. Ciente da ocupação, Xavier convoca os X-Men para o que seria o “batismo de fogo” da equipe. E então, nos é apresentada a primeira luta da equipe contra o vilão. Após uma certa dificuldade, o vilão e derrotado e foge.

O local, Cabo Cidadela, apareceu pela primeira vez em Amazing Spider-Man 01, a segunda história do Homem-Aranha na qual há o lançamento do foguete de John Jameson.

Ao final da edição, os X-Men são chamados de "uncanny". Anos mais tarde a revista passaria a se chamar oficialmente The Uncanny X-Men (Os Fabulosos X-Men).

A revista era bimestral. A partir da edição 14, passou a ser publicada mensalmente.

Sinceramente, não sou muito fã das histórias dessa Era de Prata dos quadrinhos. Stan Lee é um gênio por conseguir criar personagens tão bons para a Marvel e por ter tido um trabalho tão prolífero ao longo de vários anos. E Jack Kirby também merece os créditos por criar uniformes e desenhar tanto em tão curto espaço de tempo. Claro que hoje os desenhos e as histórias perto do que vemos das equipes criativas atuais soam muito datados, mas se enxergarmos com os olhos da época (eu consegui, mas confesso que não é uma tarefa fácil), há como tirar um bom proveito das primeiras histórias dos X-Men. Mesmo que por mera curiosidade, todo fã de X-Men deveria "experimentar".

Trata-se de uma verdadeira edição de estréia que não fica a dever às outras de sua época (apesar da trama bastante simples e sem muita explicação por trás das ações do Magneto) e, ao contrário das estréias dos títulos atuais, a história se encerra já na primeira edição. Mas quero deixar essa questão para outra discussão.

Enfim, aqui tem início a revista X-Men que, depois de um período que beirou o cancelamento, mais tarde se chamaria The Uncanny X-Men e hoje está se aproximando da sua 500ª edição (em julho nos EUA), além de várias títulos derivados, sem a menor previsão de encerramento.

Indiscutivelmente, o início de uma era.

Abraço a todos!

Primeira aparição: Professor Xavier, Ciclope, Anjo, Homem de Gelo, Fera, Jean Grey (como Garota Marvel), Magneto.

Apresentação.

Bem vindos!

Já há algum tempo eu estava pensando em criar um espaço onde eu pudesse expor minha opinião sobre algumas fases que os X-Men já tiveram nos quadrinhos. Também gostaria de opinar sobre outros títulos da Marvel, mas acredito que em razão do tempo vai ficar meio inviável disso se concretizar num futuro próximo. Por isso, achei melhor me concentrar nos títulos principais dos mutantes.

A proposta tem um quê de lúdica, a fim de que eu possa fazer aquilo que gosto: ler e escrever sobre os X-Men.

Iniciarei escrevendo sobre X-Men #01, lançada originalmente em setembro de 1963. Acho importante partir da gênese do grupo para dar uma visão geral da proposta da revista. Na primeira edição, o grupo é apresentado pela primeira vez (Ciclope, Jean Grey, Fera, Homem de Gelo, Anjo e o Professor Xavier), bem como seu mais conhecido (e poderoso) inimigo, Magneto.

Espero que gostem.

Abraço a todos!