quinta-feira, 23 de julho de 2009

Justiceiro massacra o Universo Marvel (1995).

"Justiceiro massacra o Universo Marvel"
(Punisher kills the Marvel Universe, 1995)

Roteiro: Garth Ennis
Desenhos: Doug Braithwaite
Arte-final: vários.
Marvel Comics.

Esta edição foi lançada originalmente no ano de 1995 e, até ontem, ela estava na “fila de espera” da ordem das minhas leituras (a famosa e eterna “pilha”). Nesta história, aliás, a primeira do Justiceiro escrita por Garth Ennis, a origem de Frank Castle é alterada de modo a tornar as ações do heróis e vilões da Marvel como os responsáveis pela morte da esposa e filhos de Frank.

Assim, todo o seu ódio se volta contra os super-seres e, com a ajuda de pessoas influentes e que também foram vítimas de ações meta-humanas, o Justiceiro encontra os meios materiais necessários para acabar com todos eles.

O escritor Garth Ennis imprime um ritmo ágil à história, com pequenos intervalos entre as cenas de ação nas quais os heróis e vilões são mortos por Castle. A edição mostra a morte de heróis como Homem-Aranha, X-Men, Wolverine, e outros, além de vilões como o Dr. Destino. O que dá plausibilidade às vitórias de Frank Castle sobre os demais é mostrado por meio da astúcia do primeiro. Apesar de não ter super-poderes, Ennis deixa claro que o diferencial que faz com que o Justiceiro vença é sua inteligência para elaborar planos de ataque contra seus oponentes. Algumas mortes são meras referências, em decorrência desta ser uma trama de apenas uma edição especial.

Ennis também insere humor à história, tanto em situações convencionais (“... e [prisão] perpétua significa perpétua.”, hehehe), quanto nas próprias cenas de ação. Aliás, este é um recurso bastante recorrente do escritor, que se especializou no chamado “humor negro”. Gostei da forma como Castle tapeou os X-Men e seus maiores vilões numa batalha na Lua.

É claro que há uma certa forçação de barra para que todos os planos de Castle dêem certo. Assim, nas batalhas de luta corporal entre Castle e, por exemplo, Wolverine e Dr. Destino, o escritor cria situações em que o Justiceito vence, apesar disso soar pouco provável numa história convencional, se levarmos em conta as vantagens sobre-humanas dos seus adversários. Mas, como disse, acima, o “X” da questão está na astúcia de Castle.

A conclusão da história também é bastante satisfatória e bem condicente com a tragédia do herói. Acredito que foi um bom modo de encerrar esse massacre e foi interessante mostrar a presença de Matt Murdock (o Demolidor) na vida de Castle (ou vice-versa) ao longo dos anos.

Os desenhos de Doug Braithwaite são bons, mas nada impressionantes. Lembram muito o estilo preponderante dos anos 90. Acredito que foi uma bos escolha para desenhar esta história, já que ele teve como tarefa desenhar uma boa gama do Universo Marvel noventista.

Por conta da censura, algumas cenas de violência ficaram por trás ou fora dos quadros. Nos dias de hoje, esta história poderia ser contada no selo MAX da Marvel sem este empecilho (quer dizer, o selo autoriza violência explícita).

Um ponto negativo foram os vários arte-finalistas contratados para esta edição (seis ao todo!), o que deixou diferente os desenhos feitos por um mesmo artista. Outra crítica é que a edição também contou com dois coloristas diferentes. Assim, no quesito arte, a revista perdeu a unidade.

Mas enfim, para quem ainda não leu, acho que vale a pena dar uma conferida nesta edição especial. Se você já leu algo escrito por Garth Ennis e não gostou, aconselho a ficar longe do material, já que seu estilo pessoal prepondera aqui, mesmo trabalhando com figuras marcadas da Marvel. Só faltaram os palavrões...

Abraço!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

John Byrne: Galeria de Arte (X-Men).

No site oficial do John Byrne, existe uma seção em que o autor deixa suas artes comissionadas disponíveis para visualização.

Provavelmente, este é o atual ganha pão do desenhista, porque ele não trabalha mais em grandes projetos da Marvel ou da DC já há algum tempo.

Algumas imagens são realmente toscas e mostram porque ele não consegue mais emplacar um grande sucesso (além, é claro, por conta do seu ego inflado). Seu estilo mudou, ficou mais "preguiçoso", desleixado, desprendido a detalhes. Ainda por cima, hoje em dia ele desenha os seres humanos como anões já que eles são mostrados com pernas muito curtas.

No entanto, existem alguns desenhos recentes que ele produziu que lembram muito os grandes momentos em que sua arte reinou, notadamente por todo o período dos anos 80. Engraçado como Byrne consegue alternar desenhos muito bons (como antes) e ruins (como a maioria dos de hoje)!

Aqui vão algumas amostras daquilo que acho que ficou bem desenhado.

Acima, Byrne retrata o famoso "arremesso especial" de Colossus e Wolverine contra um Sentinela.

Abaixo, a imagem mostra os X-Men enfrentando a Irmandade de Mutantes:


E, por fim, Byrne relembra os X-Men enfrentando a Guarda Imperial de Shiar, no desfecho da Saga da Fênix Negra:


Em outra oportunidade, postarei outras imagens interessantes que eu tenha gostado. Espero que um dia John Byrne possa desenhar assim sempre (uma pena, já que não é o que ocorre na maioria de seus trabalhos).

Abraço!

Jovens X-Men 10: Quem diabos é Cipher?

Quem diabos é Cipher?
(Young X-Men 10, março de 2009)

Roteiro: Marc Guggenheim
Desenhos: Ben Oliver
Marvel Comics.

Depois de enfrentar os "Cabulosos" Y-Men (hehehe, sem graça...), agora os Jovens X-Men se deparam com a existência de Cipher, uma mutante que tem o poder de ficar intangível e invisível, física e psiquicamente.

Utilizando um “retcon”, o escritor Marc Guggenheim insere esta nova personagem na época em que os X-Men abriram sua escola para treinar mutantes, mais especificamente no arco “Geração sem Germes” de Grant Morrison e Igor Kordey, na revista New X-Men.

Naquela ocasião, quando Jean Grey acaba com a revolta da população na frente do Instituto, ela e Ciclope ficam sabendo de Alisa Tager e a acolhem como uma X-Man “invisível”. E assim, com o passar da edição, o escritor mostra algumas aparições desta nova personagem em outros arcos da franquia, como Destroçados, Complexo de Messias e o próprio arco inicial dos Jovens X-Men, Gênese Final.

Entrementes, Fera dá o diagnóstico do problema de degradação celular de que está passando: ela tem somente uma semana de vida. Pierce diz que tem como ajudá-la, mas em troca pede sua liberdade.

Pessoalmente, acho que o segredo por trás de Cipher foi muito mal utilizado. Não é uma má ideia, até porque os "retcons" usados por ele não alteram as histórias passadas (graças a Deus!). Mas Guggenheim demorou muito para desvendar todo esse mistério. Assim, o confuso e péssimo arco inicial de Jovens X-Men, Gênese Final, tem sua completa resolução somente aqui, na décima edição(!). Ou seja, um mal sinal.

Os desenhos de Ben Oliver continuam irregulares. Parece que falta ao desenhista um maior cuidado aos detalhes. Aquela impressão de que foram feitos às pressas continua. Tudo é meio corrido e rebuscado. Contudo, as cores melhoraram e, visualmente, a revista ficou mais bem cuidada por conta deste último recurso.

A revista enfim passa pro nível mediano, tolerável, depois de um começo desastroso. Mas já era tarde e teremos agora somente mais duas edições antes do cancelamento. Ah, e me bateu uma saudade ao ver uma cena com Jean Grey (minha X-Man favorita)...

Abraço!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Revisões Rápidas: Cable, X-Force e Jovens X-Men.


Aqui vai uma rápida análise sobre os seguintes títulos:

Cable 07-10
: "Esperando pelo fim do mundo" (por Duane Swierczinski e Ariel Olivetti). Marvel Comics.
Neste arco, vemos que Cable procurou refúgio em New Liberty. Lá, ele conhece uma mulher chamada Hope, se casa com ela e ambos criam a bebê messias por dois anos. Quando tudo parecia calmo, a pacata cidadezinha escondida do mundo é invadida por soltados norte-americanos que se revelam como experimentos genéticos entre seres humanos e baratas. A razão para essa mutação é explicada pelas ações de Bishop no passado. A fim de encurralar Cable no futuro, Bishop usou a viagem no tempo a seu favor e arruma formas de deixar todos os continentes do planeta inabitáveis. Restou apenas a América do Norte, o que fez com que os sobreviventes do holocausto criado por Bishop fizessem experimentos genéticos, misturando DNA humano com o de baratas, para que eles pudessem sobreviver. Cable, sua esposa Hope e a bebê conseguem escapar das baratas assassinas (heheh..), mas quando são surpreendidos por bandidos, Hope (a esposa) acaba falecendo. Depois da morte de sua esposa, Cable batiza a bebê de Hope (“esperança” em português). Enquanto isso, no presente, a X-Force captura Bishop e ele passa a ser torturado mentalmente para revelar todos os seus planos. Ao final, ele consegue escapar. Uma boa trama, e volto a dizer que os desenhos de Olivetti se encaixam muito bem nesse título futurista. Apenas a questão das baratas assassinas é que faz com que a história perca um pouco a credibilidade. Mas consegue divertir, não obstante o escritor Duane Swierczinski ainda trabalhar suas histórias de forma bastante lenta.

X-Force 07-10: "Velhos Fantasmas" (por Craig Kyle, Christopher Yost, Mike Choi e Sonia Oback). Marvel Comics. Em "Velhos Fantasmas" são mostradas duas tramas de forma paralela. Uma delas envolve Apache, que viaja para visitar o túmulo do seu irmão e se defronta com um Urso Demônio (e, de lambuja, conta com a ajuda do Motoqueiro Fantasma). A outra é a busca da X-Force atrás de uma amostra do vírus legado. No caminho, eles se encontram com Dominó, o Vanisher (Telford Porter) e enfrentam os clones dos Carrascos e o exército do recém-ressuscitado Cameron Hodge. Cada parte dessa história é narrada sob o ponto de vista de um personagem diferente. As caracterizações dos personagens estão muito boas e foi bom ver o velho Vanisher de volta (para quem quiser saber sobre sua primeira aparição, clique aqui). Mas o destaque fica mesmo por conta dos desenhos de Mike Choi, bem melhores e mais claros que os de Clayton Crain (não que eu não tenha gostado deste em X-Force 01-06). As cenas de ação envolvendo Apache e o Urso Demônio são de encher os olhos. Apenas aponto como crítica a forma como Choi desenhou as asas do Arcanjo, ainda com penas. Se era pra trazer o personagem Arcanjo de volta, acredito que deveria ter mantido a aparência original dele. Espero que tenha sido mesmo um deslize do desenhista.


Jovens X-Men 08-09
: "Os Y-Men" (por Marc Guggenheim, Rafa Sandoval, Roger Bonet, Roger Martinez e Greg Adams). Marvel Comics.
Os Jovens X-Men enfrentam os Y-Men. Ridículo assim. Explico: no arco anterior é revelado que Ink não é mutante, mas o seu tatuador: Leon Nunez. Os pirralhos vão então até a Califórnia e arrumam confusão com os homens pintados por Nunez. Ao final, o tatuador pinta a força Fênix em Ink e este se torna quase tão poderoso quanto a entidade e acaba com todos os adversários. Há também uma revelação: Ink encontra Cipher pela primeira vez. O mistério envolvendo essa garota será revelado em Jovens X-Men 10. Os desenhos de Rafa Sandoval ficaram muito ruins, mas a pior questão técnica da revista são mesmo as cores, tanto que elas ficarão infinitamente melhores nas edições seguintes e farão toda a diferença. Roberto da Costa, por exemplo, está com a mesma doença do finado Michael Jackson, mas ainda nos tempos de "Black or White" do álbum Dangerous. A qualidade da revista permanece estável, igual à das duas edições anteriores e, felizmente, vai melhorar ainda mais um pouquinho mas não a tempo de salvá-la do cancelamento. Por enquanto, está entre o fraco e o indiferente.

Abraço!

Algumas mudanças.

Tendo em vista uma quantidade enorme de revistas pendentes que eu tenho pra ler, resolvi promover algumas mudanças nas resenhas que estão sendo realizadas aqui.

Vou abrir uma nova seção contendo "Revisões Rápidas" (não encontrei nome melhor, hehe..) de algumas séries que eu acompanho regularmente.

Assim, ao invés de passar batido por algumas edições, darei minha impressão geral sobre o que se passou na revista.

Acredito que isso agilizará as atualizações do blog (julho é um mês atípico). As revisões mais amplas poderão ficar para títulos como Uncanny X-Men e alguns lançamentos.

Isso não será uma regra, mas apenas um norte.

Vamos ver então como essas mudanças vão afetar o andamento do Blog.

Abraço!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Batman e Robin 01: “Batman Renasce” (parte 01).

“Batman Renasce”

Roteiro: Grant Morrison
Desenhos: Frank Quitely
DC Comics.

“Batman e Robin. Juntos novamente pela primeira vez.”

As palavras de Dick Grayson nunca soaram tão reais. E é assim que se inicia a nova revista do Batman, novamente sobre a batuta do escritor Grant Morrison, responsável por “matar” Bruce Wayne e revitalizar a franquia do homem-morcego.

A premissa é fávil: Dick Grayson é o novo Batman e Damian, o filho de Bruce Wayne, é o novo Robin. O marco zero é aqui. A impressão inicial que tive sobre esta primeira edição de Batman e Robin é a ampla acessibilidade que ela traz aos novos leitores.

A história flui facilmente, e em nenhum momento precisamos recorrer a fatos do passado ou a uma outra edição “importante” para que se explique alguma coisa. Não vi diálogos desnecessários, algo recorrente no meio quadrinístico, em que escritores escrevem redundâncias para "mostrar trabalho” aos editores. Em Batman e Robin, me pareceu que tudo o que poderia ser mostrado por meio dos desenhos foi detalhadamente explicitado por meio da arte de Frank Quitely.

Os desafios são novos... e aparentemente simples. O Sr. Porko parece ser o antagonista deste primeiro arco e, apesar do sadismo e loucura mostrado no final da edição, muito pouco é mostrado a respeito dele.

Para mim, o ponto alto da edição foi Damian, o novo Robin. E, confesso, foi uma grata surpresa. Apesar de ter sido apresentado como um moleque insuportável em Batman & Filho, agora Morrison pode usar toda a arrogância do moleque para nos causar boas risadas. A forma como ele trata o pobre do mordomo Alfred, apesar de teoricamente ser revoltante, é mostrada de maneira bem divertida.

Os desenhos de Frank Quitely continuam um primor. Simplesmente, Quitely é um dos melhores do mercado. Pena que atrasa tanto que só vai desenhar as três primeiras edições (e depois volta para mais um arco). É incrível a precisão do artista em saber desenhar cenários nas horas necessárias, ou desenvolver a forma como as sequências de ação deverão ser mostradas. Também destaco as expressões faciais dos personagens. O medo da garota ao final da edição se torna verossímil principalmente pela forma como Frank Quitely desenha o rosto da personagem. Realmente, ficou muito bom! De novidade, Quitely insere onomatopeias no meio dos seus desenhos em momentos de explosão e queda.

Acredito que esse é um bom início para quem quer acompanhar uma revista do Batman. Uma revista “simples”, no bom sentido, que promove diversão sem grandes pretensões. Recomendo a leitura.


Abraço!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Uncanny X-Men 507: “Lovelorn” (Parte 04 de 04).

“Lovelorn”
(Uncanny X-Men 507, maio de 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Terry Dodson
Arte-Final: Rachel Dodson
Marvel Comics.

Na última parte de “Lovelorn”, o recém-batizado Clube-X de ciências de Fera e Anjo, composto pelos “ilustres” Dr. Nemesis, Madison Jeffries e Dr. Yuriko Takigushi enfrentam no Japão a ameaça do primo distante do Godzilla. Na batalha, para surpresa e posterior revolta de Hank, Warren se transforma no Arcanjo e aniquila o pobre animal (sobre o quesito arte com relação a esta batalha, ver mais adiante).

Em São Francisco, Colossus e Emma Frost vão ao encalço do “demônio do passado” (que não foi batizado pelo escritor) de Piort e quando Colossus imobiliza o vilão, ele contempla toda a sua desolação desenhada no peito do vilão.

Em uma reunião com a prefeita de São Francisco, Ciclope diz a ela que pretende formar um exército de mutantes (mais sobre isso também adiante).

Ao final da edição, Emma tem uma conversa com Sebastian Shaw na carceragem da base dos X-Men em Graymalkin a respeito de Namor (fatos estes ligados ao selo “Dark Reign” ou Reino Sombrio, de grande parte dos títulos da Marvel após a saga Invasão Secreta, e que guarda relação com o Anual da revista Uncanny X-Men).

A história do Colossus não empolga e não é muito bem desenvolvida, tanto que o vilão nem nome tem. As conversas entre Emma e Ciclope sobre confiança mútua já começam a ficar repetitivas já que não é só em Uncanny X-Men que eles tratam desse interminável assunto. E o Clube-X do Fera é de longe intragável. Ressalto que Fera é um dos meus personagens preferidos, só que a presença de Dr. Nemesis e companhia deixa tudo muito chato e desinteressante. Definitivamente, o escritor Matt Fraction tem um gosto pra lá de duvidoso na hora de escolher seu elenco.

Fiquei curioso para saber mais sobre como será desenvolvida a relação de Emma com Sebastian Shaw. Isso me lembra os bons tempos em que ambos integravam o Clube do Inferno. Espero que saia coisa boa daqui.

O “exército” de Ciclope está formado. Agora, qualquer X-Man pode aparecer a qualquer momento na revista, simplesmente pelo fato de que “todo mundo está na equipe”. Alguns ficarão felizes com isso. Outros, como eu, não, já que apenas os personagens centrais escolhidos por Fraction serão (mais ou menos) desenvolvidos, enquanto a imensa maioria ficará subaproveitada por falta de espaço.

Nos desenhos, Terry Dodson mantém o padrão e não inova muito, já que as ambientações são as mesmas das edições posteriores. Seu “Godzila” continua com traços de desenho animado infantil, daquele para crianças bem pequenas. E a surpreendente da aparição do Arcanjo infelizmente perdeu muito com a “luz do dia”.

A batalha do Arcanjo com o monstro gigante nem de longe trouxe o tom que a situação pedia (algo visto de forma bastante apropriada em X-Force). Aqui, parecia que saía ketchup ao invés de sangue a cada corte que o monstro levava das asas metálicas do Arcanjo. Na minha opinião, o resultado não ficou nada bom.

E assim se encerra o mediano arco “Lovelorn”, no mesmo tom que começou: morno até falar chega e, ironicamente, desolador.

Abraço!

Uncanny X-Men 506: “Lovelorn” (Parte 03 de 04).

“Lovelorn”
(Uncanny X-Men 506, abril de 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Terry Dodson
Arte-Final: Rachel Dodson
Marvel Comics.

Nesta terceira e penúltima parte do arco “Lovelorn”, o escritor Matt Fraction continua desenvolvendo suas tramas paralelas envolvendo, de um lado, Fera e Anjo e, de outro, Colossus.

Colossus, agora contratado pelo vilão das tatuagens que Fraction nem se deu ao trabalho de batizar (é um “demônio do passado”), descobre que o sujeito é um contrabandista de prostitutas oriundas da Rússia. Elas vieram para a América do norte em um contêiner, para a surpresa do herói, ocasião na qual este se revolta e derrota todos os capangas do vilão sem nome (o tal “demônio do passado”).

Enquanto isso, na nova base dos X-Men em Graymalkin, o grupo discute a situação sobre os crimes de ódio que estão acontecendo ao redor do país e decidem acolher todos os mutantes que quiserem refúgio, tenham eles permanecido ou não com seus poderes depois do Dia M.

Enquanto isso, no Japão, os X-Men Fera e Anjo recrutam o Dr. Yuriko Takigushi para que ele integre o clube de ciências. O Dr. Takigushi é um ex-geneticista da SHIELD que, temendo ser pego pelos russos, deixou várias armadilhas no caminho até o seu paradeiro, além de ter criado um “Godzilla”.

Ao final da edição, Emma oferece ajuda a Colossus e eles vão de encontro ao “demônio do passado” de Piort.

Esta edição tem alguns pontos interessantes, como a questão do acolhimento de todos os mutantes e ex-mutantes em Graymalkin, demonstrando heroísmo por parte dos X-Men. Realmente, na situação colocada, não haveria outro lugar mais seguro do que a base dos X-Men para as pessoas se protegerem.

Já a descoberta de Colossus e sua posterior surpresa ao ver mulheres em um contêiner também desperta interesse pelo fato de ser uma realidade no mundo real. O tráfico de pessoas é um dos mais revoltantes crimes contra a humanidade e, nesse sentido, merece aplauso o escritor por abordar o assunto.

Mas acho uma tremenda falta de bom senso Fraction não batizar o vilão do Colossus. Esse “demônio do passado” fica até difícil de ser mencionado já que o escritor simplesmente esqueceu (ou não quis) dar um nome a ele. Não li ainda X-Men Origens: Colossus para ver se há algo relacionado a este vilão. Vou conferir essa edição especial para ver se esse “desleixo” se deve por conta dessa revista.

O clube de ciências do Fera, para mim, continua sendo a parte mais desinteressante da história. O Dr. Nemesis é intragável por natureza, e acredito que isso deva ser em razão de sua personalidade, mas não consigo ver graça na sua arrogância. Já o mutante Madison Jeffries é tão interessante quanto o Larval.

O escritor Matt Fraction também cria uns diálogos muito “estilosos”, principalmente quando escreve os personagens “gênios”, com pequenas frases de efeito que deixam a leitura um pouco truncada. Os desafios que o clube de ciência enfrenta não empolgam e quando chega o grande antagonista, o monstro... bem, veremos mais sobre ele na próxima edição.

Minha crítica com relação aos desenhos de Terry Dodson nesta (e na próxima) edição é que na parte do desafio do clube de ciências ficou parecendo um desenho animado infantil. Quando ele desenha personagens humanos, Dodson é ótimo e já disse em outra oportunidade que em muito me agradaria vê-lo como desenhista solo da revista Uncanny X-Men.

Ocorre que o monstro “Godzilla” criado por ele é constrangedor de tão infantilizado (poderia se passar facilmente por um inimigo de um desenho do Dexter, para fazer um paralelo com a ciência). Não é mal desenhado, só que parece que não se encaixa muito bem dentro do universo da revista.

Enfim, “Lovelorn” continua bem mediana e tudo leva a crer que continuará assim até o seu final.

Abraço!

terça-feira, 14 de julho de 2009

O mercado de quadrinhos em números.


Encontrei alguns dados interessantes no CBGXtra sobre como anda o mercado de quadrinhos nos Estados Unidos. Vou mostrar os mais importantes para não ficar cansativo.

A seguir, a estimativa da arrecadação de todo o mercado de quadrinhos norte-americano, incluindo as vendas em bancas e encadernados:

1997 $300-320 milhões de dólares
1998 $280-300 milhões de dólares
1999 $270-290 milhões de dólares
2000 $255-275 milhões de dólares
2001 $260-285 milhões de dólares
2002 $300-330 milhões de dólares
2003 $350-400 milhões de dólares
2004 $420-480 milhões de dólares
2005 $475-550 milhões de dólares
2006 $575-640 milhões de dólares
2007 $660-700 milhões de dólares
2008 $680-710 milhões de dólares

Agora, as estimativas do número de revistas vendidas no Top 300 de cada mês da distribuidora Diamond:

1997 100.32 milhões de unidades
1998 84.45 milhões de unidades
1999 78.08 milhões de unidades
2000 69.26 milhões de unidades
2001 66.92 milhões de unidades
2002 73.72 milhões de unidades
2003 73.02 milhões de unidades
2004 74.14 milhões de unidades
2005 76.13 milhões de unidades
2006 81.85 milhões de unidades
2007 85.27 milhões de unidades
2008 81.34 milhões de unidades

Por fim, o preço médio das revistas que integraram o Top 300 da distribuidora Diamond:

1997 $2.62 dólares
1998 $2.71 dólares
1999 $2.88 dólares
2000 $2.95 dólares
2001 $3.10 dólares
2002 $3.07 dólares
2003 $3.06 dólares
2004 $3.14 dólares
2005 $3.15 dólares
2006 $3.24 dólares
2007 $3.27 dólares
2008 $3.34 dólares

Apesar de podermos notar um aumento na arrecadação das editoras, isso não significa um maior número de exemplares vendidos. Houve recentemente um gradativo aumento sobre o preço de capa das revistas, ao preço médio de U$3,99 a unidade, que pode ter contribuído para essa “melhora” do mercado. Como não coleciono encadernados importados (ainda), não sei como andou a inflação desse segmento por lá.

Percebe-se que os preços andam aumentando a cada ano que passa, mas a quantidade de revistas vendidas anda bastante oscilante, mas nada que remonte ao sofrível ano de 2001.

É isso, apenas por curiosidade.

Abraço!

Jovens X-Men 06-07: "São Francisco" & "O Outro".


"São Francisco" & "O Outro"

Roteiro: Marc Guggenheim
Desenhos: Ben Oliver
Marvel Comics.

O título Jovens X-Men é a perfeita síntese de como não se deve lançar uma revista. Com um início envolvendo um mistério sobre a morte de um dos integrantes da equipe (o Lobinho de Chuck Austen), além de um segredo envolvendo a verdadeira identidade de Ciclope – no caso, Donald Pierce, a revista fez com que os leitores fossem rapidamente perdendo o interesse, levando ao seu inevitável cancelamento quando ela havia completado apenas um ano de existência.

Após o desastre inicial de Gênese Final, o grupo se muda para São Francisco. Ao mesmo tempo em que Ciclope acolhe a jovem Pixie de braços abertos em Uncanny X-Men, contraditoriamente ele diz não poder formar uma escola em São Francisco. Assim, os pirralhos são deixados sob os cuidados de Dani Moonstar e Roberto da Costa (Mancha Solar) em uma Igreja.

Quanto à formação, sai Olhos Vendados e entra Anole, que se junta a Pedreira, Ink, Pó e Graymalkin, este último um ancestral de Charles Xavier e um novo mistério para a revista (que aliás, não será solucionado, pelo menos aqui, por conta do cancelamento).

Na sétima edição, os moleques partem para uma missão em que enfrentam uma nova ilha Krakoa. Começa a se consolidar também uma aliança entre Pó e Pierce (preso na base dos X-Men), ocasião na qual é revelado que ela está morrendo desde que foi ferida na primeira empreitada do grupo. Além disso, descobre-se que um dos Jovens X-Men não é mutante (o que dará ensejo ao desenvolvimento do próximo arco de histórias).

Bem, a revista melhorou um pouco. O escritor Marc Guggenheim, atento ao primeiro arco que escreveu, bastante truncado, agora começa a desenvolver o título de maneira mais linear, mas nem por isso consegue um resultado satisfatório. Na minha opinião, há uma grande falta de apelo da maioria dos personagens que integram a equipe, além do fato dos leitores não terem ainda engolido o cancelamento da revista New X-Men, que vinha em uma boa fase.

Ou seja, trocou-se algo bom (mas que não vendia muito) por um novo produto da mesma marca recauchutado, mas que por conta do início desastroso e uma escolha de elenco de gosto pra lá de duvidoso, colocou tudo a perder. A sexta edição é basicamente a primeira, estabelecendo o cenário da equipe e a sétima é uma trama pra lá de rasa, revisitando um antigo conceito dos X-Men, no caso, a ilha Krakoa. Pessoalmente, penso que depois de Gênese Mortal, deveriam ter deixado a pobre ilha em paz, mesmo que não se trate do mesmo conjunto de terra mutante. hehehe...

Os desenhos destas duas edições ficaram a cargo de Ben Oliver que faz um trabalho melhor que Yanick Paquete, mas que não me agradou muito. Achei os “backgrounds” criados por ele muito ruins, bastante simplórios. Talvez por falta de tempo, a arte me pareceu meio corrida. As cores da revista também estão bem ruins, e permanecerão assim também no próximo arco.

Apesar do já conhecido cancelamento, o título dá uma melhorada a partir daqui, mas além de ser tarde demais, o que foi produzido também não justifica a sua existência, como veremos em breve.


Abraço!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Cable King Size Special 01: A Toca do Lobo.

“Toca do Lobo”
(Cable King Size Special 01, novembro de 2008)

Roteiro: Duane Swierczinski
Desenhos: Ken Lashley
Cores: Frank D'Armata
Marvel Comics.

Se em Cable 01-05, tivemos cinco edições mostrando a fuga de Cable e do bebê messias das “garras” de Bishop, nesta edição especial “Gigante” vemos... a fuga de Cable e do bebê messias das “garras” de Bishop. Hehehe...

Não entendi muito bem o motivo do lançamento dessa edição especial inútil. Nela, Bishop cai em uma série de armadilhas deixadas por Cable na sua empreitada de matar o pobre bebezinho que dará ensejo ao futuro distópico do ex-herói. Por conta da falta do que mostrar, o escritor Duane Swierczinski insere uma série de cenas de ação, além de “splash pages” desnecessárias.

Mas há um fato mais ou menos relevante. É aqui que Bishop descobre, por dedução, de que Cable só pode viajar para o futuro (seu equipamento de viagem no tempo foi danificado no primeiro arco da série). E assim, ele dará início a uma armadilha temporal que poderá ser vista no próximo arco de histórias do título regular do personagem.

Os desenhos de Ken Lashley me lembraram muito o estilo preponderante dos anos 90. As cores de Frank D'Armata também estão bem condicentes àquela época. Particularmente, não me trouxe boas lembranças, mas enfim.

Acima, disse que não entendia o motivo do lançamento deste especial. Acredito que tenha sido para que novos leitores pudessem compreender o que esteja se passando na revista Cable em uma única edição, já que a trama é exatamente a mesma, só muda o ambiente e a extensão.

De ponto positivo, ressalto o final irônico contando com os três personagens principais. E só.

Trata-se, enfim, de uma edição dispensável mas que, infelizmente, traz uma informação importante para quem não quer perder nenhum ponto sobre o andamento da trama que o escritor Duane Swierczinski está desenvolvendo no título regular do personagem.


Abraço!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

X-Men: Manifest Destiny 01.

Homem de Gelo

Roteiro: Mike Carey
Desenhos: Michael Ryan
Arte-final: Victor Olazaba

Tabitha Smith (Dinamite/Fusão)

Roteiro: James Asmus
Desenhos: Chris Burnham

Karma

Roteiro: C.B. Cebulski
Desenhos: David Yardin
Marvel Comics.

Depois que os X-Men se mudaram para São Francisco, agora praticamente todos os mutantes residem na cidade. É tanto personagem que a Marvel resolveu lançar a minissérie “Manifest Destiny” para mostrar o destino de alguns deles que não estão sendo desenvolvidos ou tendo destaque nas revistas principais, ou simplesmente mostrar alguns pontos de vistas de um determinado personagem.

Nesta primeira edição, vemos como Mística engana o Homem de Gelo ao se passar por sua ex-namorada Opal, dos tempos da primeira formação do X-Factor. A história, curtíssima, e que continua na próxima edição, mostra apenas essa revelação e os problemas que Bobby anda passando com seus poderes.

A segunda história é, de longe, uma das piores que já li na vida. Muito mal desenhada, ela tenta ser engraçada, mostrando a personagem Fusão (ou Dinamite) às voltas com uma vilã (Nuwa), com poder de sedar seus adversários. Num passe de mágica, ela vence a vilã bebendo muito café. Isso mesmo, café... Acho melhor não continuar. Hehehe...

A última é um pouco mais séria e conta os problemas temperamentais da ex-Nova Mutante Karma. Achando-se dona de si, quando ela usa seus poderes contra seus irmãos, ela se depara com o quão instáveis estão suas emoções.

A impressão que tive ao ler essa primeira edição é a de que a minissérie preenche todos os requisitos de uma revista “caça níquel”: histórias de qualidade mediana para fraca, estampando o selo de um evento “importante” de alguma franquia.

A história do Homem de Gelo é dividida em várias partes, de maneira que percebe-se facilmente que é uma forma de segurar o leitor para ver o destino do personagem - de longe, o mais querido e famoso dos três apresentados nesta primeira edição. Apesar da história da Karma ser interessante, ela não deixa de ser descartável. Da Tabitha então, nem se fala.

Nenhum dos desenhistas me agradou: Michael Ryan está mais cartunesco e relaxado, bem diferente do bom trabalho que ele apresentou quando desenhava New X-Men: Academy X. Chris Burnham é péssimo até falar chega e faz jus à história que teve que desenhar. David Yardin faz boas expressões faciais, mas seu estilo não me agradou muito. Ah, e a pobre e sofrida Karma desenhada por ele parece um monstro de tão feia. Hehehe...

Enfim, para quem não quer perder muito tempo com bobagens, corra dessa minissérie porque a primeira edição já mostrou a que veio: do nada ao lugar nenhum.


Abraço!

Cable 06: Frente de Batalha.

Frente de Batalha
(Cable 06, outubro de 2008)

Roteiro: Duane Swierczinski
Desenhos: Ariel Olivetti e Michel Lacombe
Marvel Comics.

Depois de passar cinco edições sendo perseguido por Bishop, a revista dá uma freada e se concentra em uma história tendo como foco o personagem Ciclope (Scott Summers), pai de Cable.

Nesta história, Ciclope demonstra toda a sua preocupação com relação ao paradeiro de Cable e da bebê messias, e Emma Frost tenta ajudá-lo como pode. Com a ajuda de Fera, os X-Men conseguem uma maneira de localizar os momentos em que Bishop se encontra na linha temporal do presente.

Ciclope pede então a Wolverine para que a X-Force dê cabo dele caso o ex-X-Man volte ao presente. Nesta edição também é mostrada uma caixa com palavras de voto de confiança que Ciclope deixa em Westchester, acreditando que um dia o filho a encontrará no futuro.

No futuro, Cable chega em New Liberty, a ambientação do próximo arco de histórias da revista.

Bem, a impressão que tive é que esta edição serviu para que o desenhista regular da série, Ariel Olivetti, conseguisse cumprir os prazos de entrega da sua arte para o próximo arco de histórias da revista, já que aqui nem mesmo o personagem título aparece direito (há apenas uma pequena aparição no início e no final, desenhadas por Olivetti em poucas páginas).

Penso que Duane Swierczinski escreve bons diálogos, só que suas histórias desenvolvem-se de uma maneira muito lenta. Digo, a trama central da revista é interessante, mas mostra muito pouco em cada edição. Fica a impressão o título tem muita “barriga”.

Uma edição inteira sobre “preocupações” é muita coisa pra quem tem outras revistas para ler e colecionar. Mas, como disse, se lidos os arcos de histórias de uma só vez, como ocorreu no primeiro, a coisa muda um pouco de figura e o título fica mais interessante. Como aqui se trata de uma edição única, não tem muito o que fazer nesse sentido e o resultado não ficou muito bom.

Os desenhos de Michel Lacombe não são ruins. São péssimos! Heheh... Incrível como a Marvel não tinha ninguém melhor para preencher a arte esta edição. Como a história se passa praticamente na cama de casal de Scott e Emma, chega a ficar cansativo vermos os dois discutindo o tempo inteiro. Há também alguns desenhos de Lacombe em que ele desenha o rosto de Cable que são constrangedores de tão ruins! O Fera então nem se fala. Muito mal desenhado. Infelizmente, a revista perdeu em qualidade mormente no que se refere à arte.

De todo modo, a premissa do título, para mim é bastante interessante e vou continuar acompanhando para ver o destino dos dois (dos três) protagonistas de Cable: ele próprio e a bebê.


Abraço!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

[100ª Postagem] Como tudo começou...

Este Blog completa hoje sua 100ª postagem. Resolvi conciliar esse momento com um pequeno relato no estilo “como tudo começou” com relação à minha entrada no mundo dos quadrinhos.

Era meados dos anos 90 e eu contava com 14 anos na época. Aquele desenho animado dos X-Men, produzido pela Fox Kids, estava no auge da popularidade. Fiquei viciado no desenho e assistia quase todos os dias. Me interessei pelos personagens e queria “consumi-los” mais. Daí fui atrás da fonte que deu origem ao desenho: os quadrinhos.

No começo, estranhei um pouco. No Brasil, as histórias que estavam sendo publicadas eram as últimas da fase do escritor Chris Claremont no título Uncanny X-Men. Elas eram diferentes do desenho animado e, engraçado, hoje dou graças a Deus por isso.

No auge da inocência, pensava que tudo era seguido à risca, mas quando me deparei com as revistas vi o quanto de mudanças foram feitas na adaptação. Outro fato que destoava um pouco era a defasagem da época das publicações dos quadrinhos da Marvel no Brasil.

O desenho animado dos X-Men era baseado em uma fase dos personagens, pelo menos no que dizia respeito aos uniformes, que ainda não tinha chegado nas publicações nacionais, o que me causou uma certa confusão. Mas durou pouco tempo, porque quando comecei a colecionar de verdade começava a “nova fase” dos X-Men no Brasil.

E assim, foi lançada pela Editora Abril a minissérie de luxo X-Men, em três edições. Elas correspondiam às três primeiras edições da segunda série dos X-Men, de autoria de Chris Claremont (que se despedia da franquia) e pelo desenhista sensação Jim Lee. Considero essa minissérie como as minhas primeiras revistas que adquiri como colecionador. Claro que já tinha dado uma olhada em uma revista ou outra ao longo da infância e adolescência, mas nunca no intuito de colecioná-las.

Com X-Men 01-03 foi diferente. Naquela época, Jim Lee era o máximo. Todd Mcfarlane, no Homem-Aranha, vinha em segundo e Rob Liefeld, bem, é com muito orgulho que digo que o “mestre” nunca me enganou. Detestava os desenhos dele! Me apaixonei por Jean Grey à primeira vista; Wolverine nunca foi "o máximo" para mim e, o que diabos era aquele tanto de equipes derivadas? X-Factor, X-Force...

Com o tempo, fui assimilando as “mudanças” e comecei a gostar de toda a intrincada cronologia da franquia mutante. A partir dali, no ano de 1995, nunca mais abandonei o barco. Ou quase...

Como todo novo colecionador, a sede por conhecer melhor aquele universo era enorme. Assinei o pacote Marvel da Abril e, sempre que podia, corria atrás das edições antigas, primeiro as relacionadas aos X-Men, depois a dos outros personagens da Marvel. Adquiri milhares de exemplares antigos e minha coleção, apesar de ter se iniciado em 1995, já contava com revistas com numeração do início dos anos 80. Naquela época, a leitura era mais dinâmica, não sei se por conta das histórias ou da adaptação ao “formatinho” da Abril. Hoje, já na vida adulta e cheio de outros compromissos, a “pilha” de revistas pendentes de leitura só aumenta.

Desde então, continuei colecionando praticamente tudo relacionado à Marvel Comics, e, vez por outra, algumas edições da DC Comics também, principalmente os clássicos desta última editora.

Veio a medonha Era das revistas Premium e os X-Men passavam por uma fase pavorosa. Era aquela relacionada à “Saga dos Doze”. De tão ruim, fiz algo que jurava que nunca aconteceria: deixei de ler essa fase por achá-la intragável. Hoje, penso em um dia reler minhas edições antigas dos X-Men, inclusive essas “inéditas”, pois ando esquecendo uma série de fatos relacionados aos personagens (ah, a idade... hehehe).

Pois bem, em 2003, quando me mudei para São Paulo, minhas revistas ficaram em Goiânia e, como eu apenas estudava e não tinha um tostão furado, consegui com muito sacrifício comprar todos os meses as duas revistas dos X-Men da Panini. Depois que comecei a trabalhar e a ganhar meu próprio salário, fui atrás do restante das publicações da Marvel que eu havia deixado de comprar por falta de grana.

E assim tem permanecido desde então. Mas acredito em mudar novamente no final deste ano. Vi que não tenho tempo para ler tudo o que é lançado da Marvel no Brasil e muito do que é publicado hoje é de uma qualidade duvidosa. Assim, vou selecionar melhor o que eu vou consumir e esperar o lançamento de encadernados, nacionais ou importados, pois a leitura dos arcos fechados é muito mais agradável. Aquela vontade de ter “todas” as edições da Marvel já não é mais tão importante para mim.

Só não sei se, especificamente com relação aos X-Men, eu vou conseguir deixar de comprar as revistas mensais, seja por amor aos personagens ou pelo prazer que eles ainda me proporcionam nesses 14 anos como colecionador de revistas em quadrinhos.

Abraço!

Uncanny X-Men Annual 02: Rainha Branca, Reino Sombrio.

Rainha Branca, Reino Sombrio
(Uncanny X-Men Annual 02, Março de 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Mitch Breitweiser (sequências do presente) e Daniel Acuña (sequências do passado)
Marvel Comics.

Este Anual da revista Uncanny X-Men traz um pouco mais de conspiração ao universo dos X-Men. Com uma trama envolvendo o passado e o presente, o escritor Matt Fraction coloca o personagem Namor mais próximo da causa mutante. Para quem não sabe, Namor é considerado o primeiro mutante no universo Marvel.

No passado, após conseguir o posto de Rei Negro do Clube do Inferno, Sebastian Shaw resolve reestruturar o Círculo Interno e está à procura de um Rei Branco. Após descartar Tony Stark em um evento social do Clube, ele se interessa em colocar Namor neste posto.

A recusa de Namor causa revolta em Shaw. Este então manda Emma Frost manipulá-lo, mas ela resolve ficar com ele em Atlântida. Sebastian Shaw então pede para que Donald Pierce utilize os Sentinelas para que os robôs capturem Namor e a Rainha Branca. Após descobrir que os Sentinelas eram parte do plano de Shaw e que este não almeja o poder sobre os mutantes, mas sim sobre todo o mundo, Emma tem sua mente apagada e Namor jura vingança a Shaw.

Como Emma Frost teria restabelecido sua memória quando se recuperava do primeiro ataque que sofreu da Fênix, no presente, ela procura Namor após a reunião com Norman Osborn e, em troca da lealdade do príncipe submarino para com a causa mutante, ela dá cabo de Sebastian Shaw... ou quase isso.

Apesar de ser mais um retcon que mexe com a cronoligia dos X-Men, eu gostei dessa edição, principalmente pela forma como o escritor Matt Fraction usa a personagem Emma Frost, tanto no passado quanto no presente. A conversa dela com Ciclope, em que ela desliga o celular antes de ouvir o “Te amo” de Scott, bem mostra a geniosidade da personagem. Também fica uma certa dubiedade em suas atitudes, quando do reencontro dela com Namor. Para todos os efeitos, agora os dois tiveram um caso no passado.

Gosto muito do Clube do Inferno e o grupo de vilões foi bem utilizado neste Anual. Sebastian Shaw, Selene e Donald Pierce são ótimos vilões quando bem utilizados. Pena que hoje eles estejam meio esquecidos ou, pior, sendo mal utilizados, como por exemplo, Pierce que foi o antagonista do péssimo arco de estreia dos Jovens X-Men.

A forma como Emma Frost engana Namor bem evidencia o quão perigosa e não confiável ela é, ainda nos dias de hoje. A captura de Sebastian Shaw por Emma por “crimes contra os mutantes” será desenvolvida por Fraction nas histórias posteriores de Uncanny X-Men.

Quanto à arte, Mitch Breitweiser faz as sequências do presente e lembra um pouco o estilo de Alex Maleev (voltado a um público mais adulto), só que piorado. Não é um estilo que agradará a todos, mas o teor conspiratório da trama se adequou à sua arte, na minha opinião.

Daniel Acuña, responsável pelas sequências do passado, faz um bom trabalho. O estilo de Acuña já foi por mim observado quando ele desenhou um arco do Lanterna Verde. Eu havia gostado bastante e, aqui nos X-Men, por se tratar de uma edição especial que se refere ao passado, acho que sua arte cumpriu bem esse papel. Não espero que ele desenhe as aventuras contemporâneas dos personagens. Sinceramente, acredito que seu estilo não se encaixa às histórias correntes dos X-Men, mas como disse, neste Anual sua arte serviu de diferencial quanto a época em que a história se passa.

Enfim, é uma boa edição, mas quem espera uma grande aventura de ação ou não for muito ligado a história envolvendo conspiração, certamente não gostará desta história.


Abraço!

domingo, 5 de julho de 2009

Invasão Secreta: Reino Sombrio 01.

Invasão Secreta: Reino Sombrio
(Secret Invasion: Dark Reign 01, fevereiro de 2009)

Roteiro: Brian Michael Bendis
Desenhos: Alex Maleev
Cores: Dean White
Marvel Comics.

Conforme visto ao final da segunda parte do arco “Lovelorn”, em Uncanny X-Men 505, Emma Frost aceita integrar-se numa reunião convocada por Norman Osborn. Este último, após o evento Invasão Secreta, consagra-se como o grande herói da vitória sobre os Skrulls e agora é o responsável pelas atividades ligadas à Iniciativa dos 50 Estados, bem como pelo hiato deixado com a extinção da SHIELD.

Além de Emma Frost, Norman convoca o Dr. Destino (monarca deposto da Latvéria), Capuz (novo Rei do Crime), Loki (em sua versão feminina) e Namor. Todos estão reunidos porque Osborn propõe a eles uma aliança. Em troca de apoio a cada um dos interesses dos membros desta “Cabala”, Osborn pede para que eles não interfiram nos rumos que dará agora que está no comando da Iniciativa e dos Vingadores.

Brian Bendis é um ótimo escritor de diálogos e foi basicamente isso que o fez um profissional respeitado. Essa edição especial é puramente sobre essa reunião e suas discussões. Não há cenas de ação nem grandes reviravoltas, mas para quem aprecia uma boa interação de personagens de diferentes “mundos”, é uma ótima pedida.

Enquanto o Dr. Destino continua com sua arrogância de sempre, e, ao final, naquele que considero a melhor parte da edição, confabula com Namor sobre a “ordem das coisas”, o deus Loki mantém-se quase sempre calado, observador. O Capuz, promovido à força por Bendis a vilão do primeiro escalão da Marvel na revista New Avengers, também tem seus momentos. Também fica o mistério sobre quem é o “amigo” (ou “amiga”) de Osborn que coage o grupo a não defrontá-lo.

O papel de Emma Frost na “Cabala” é em decorrência da dizimação de mutantes e, visando preservar os poucos que ainda restam no mundo, ela aceita integrar-se ao grupo. Mas a grande revelação vem ao final, quando vemos a insanidade de Osborn em uma bela sequência ilustrada por Maleev.

Por falar na arte da revista, os desenhos de Alex Maleev são bastante estilizados e são perfeitos para títulos adultos e mais sérios, principalmente envolvendo um único personagem principal. O desenhista faz uma boa composição de quadros, bastante simples que deixa a história fluir facilmente. Como destaque, cito o “estranho” Namor, com ar de muito mais velho (não gostei), e o Dr. Destino, que ficou excelente e assustador! Espero ansiosamente pelo lançamento da revista Spider-Woman, de Bendis de Maleev previsto para setembro.

O destino de cada um desses personagens será mostrado em diferentes títulos da Marvel. O de Emma Frost e Namor, por exemplo, continua em Uncanny X-Men Annual 02, na história “Rainha Branca, Reino Sombrio”, que será objeto de nossa análise em breve.


Abraço!

sábado, 4 de julho de 2009

Há 30 anos... surgia a Gata Negra!

Há exatos 30 anos, surgia pela primeira vez a Gata Negra. Sua estreia se deu na revista Amazing Spider-Man 194, em julho de 1979. A personagem foi criada por Marv Wolfman, inspirado no desenho animado da MGM Bad luck Blackie, e seu visual foi concebido pelo lendário Dave Cockrum. Porém, foi Keith Pollard quem desenhou sua primeira história.

Considerada uma ladra excepcional e uma lutadora marcial de nível olímpico, Felicia Hardy seguiu os passos do pai após descobrir que este era o mais famoso ladrão do mundo.

Em sua primeira investida como Gata Negra, ela consegue tirar seu pai que estava bastante doente da prisão, acreditando que ele tinha o direito de morrer em casa. Depois de enfrentar o Homem-Aranha em algumas ocasiões, logo ela se veria envolvida emocionalmente com o herói, até se tornar uma importante aliada do Aranha nos dias de hoje.

A personagem é muito querida pelos fãs do Homem-Aranha, pela personalidade forte (e falha), sem contar pela beleza. Ela teve bastante destaque na fase de Tom DeFalco e Ron Frenz na revista Amazing Spider-Man, ocasião na qual Felícia e Peter Parker tiveram um caso amoroso. Depois de descobrir que Felicia se sentia atraída mais pelo herói do que por ele, Peter decide terminar o romance e, pouco tempo depois, ele se casa com Mary Jane.

Coincidentemente, há 15 anos (julho de 1994), a personagem ganharia sua primeira minissérie em quatro partes, "Felicia Hardy: The Black Cat", escrita pelo tenebroso Terry Kavanagh e Joey Cavalieri, com arte do dublê de Jim Lee, Andrew Wildman. Na série, a Gata Negra foi contratada pela companhia Morelle para encontrar um artefato chamado Chimera. Nesse processo, há inevitável confronto com o Homem-Aranha e o vilão Cardíaco.

Anos depois, a Gata Negra voltaria a ter destaque na minissérie “Homem-Aranha e Gata Negra: O mal que os homens fazem”, do cineasta Kevin Smith e com desenhos de Terry Dodson.

A minissérie atrasou um bocado para ser concluída por conta dos compromissos de Kevin Smith em Hollywood. Os planos iniciais era que, logo após o seu término, Smith escreveria Amazing Spider-Man e uma nova revista mensal da Gata Negra. Como o escritor não conseguiu cumprir os prazos nem da própria minissérie, não aconteceu nenhuma coisa nem outra.

Foi por pouco que a Gata Negra não teve uma série própria de destaque! Pessoalmente, acredito que ela é uma excelente personagem coadjuvante e que deve aparecer ocasionalmente nas revistas do Homem-Aranha, exatamente como ocorre hoje.

Uma série própria para ela poderia estragar a personagem, caso algum escritor medíocre resolva alterar substancialmente a personalidade dela.

A Gata Negra pode ser vista atualmente na minissérie Marvel Divas e fará parte de um arco da revista Amazing Spider-Man.

Abraço!

Uncanny X-Men 505: “Lovelorn” (Parte 02 de 04).

“Lovelorn”
(Uncanny X-Men 504, 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Terry Dodson
Arte-Final: Rachel Dodson
Marvel Comics.

A notícia de que Simon Trask, líder da coalizão “Humanidade Já”, declara uma guerra santa aos mutantes, temendo que se repita em outros locais o que aconteceu em Cooperstown, se passa na íntrega no início desta edição. Em decorrência dela, surgem crimes de ódio ao redor do país, bem como a propositura de um projeto versando sobre direito de reprodução mutante.

Longe dali, Fera e Anjo agora recrutam Madison Jeffries (um mutante cujos dons são de manipulação psiônica da matéria e criação de máquinas) para integrar seu grupo de ciências visando restabelecer o gene-x antes que a raça mutante se extinga.

Depois de saber por meio de Fada que a X-23 se envolveu em uma batalha sangrenta, Emma Frost discute com Ciclope sobre o segredo de que alguns X-Men estão escondendo. Trata-se da X-Force, uma força-tarefa mutante da qual ela ignora a existência. Na mesma cena, Ciclope se preocupa com o bebê messias que viajou com Cable ao futuro (detalhe, a construção do berço no arco anterior será mostrada em uma edição da revista do Cable).

Na trama envolvendo Colossus, Piort segue os conselhos de Scott e decide integrar a gangue do seu antigo “demônio”, um mutante cujos poderes vêm das tatuagens em seu corpo. É mostrado que no passado, o pai de Piort foi obrigado a pagar suborno ao mutante para que este escondesse o segredo de que Piort era um mutante.

Por fim, logo após uma conversa com Tempestade sobre liderança, Emma decide aceitar o convite para participar do grupo que será conhecido como Cabala (ligado ao evento “Reino Sombrio” da Marvel).


O arco segue morno e parece que não vai sair desta “temperatura”. Com relação à Emma e Ciclope, parece que os dois adoram uma boa converssa. Mas é interessante observar que o segredo da X-Force está mesmo dentro da caixa preta de Scott. Este recurso da caixa preta deve ter dado segurança a ele para que esse segredo e mais outros (como as “ruivas” da vida dele) ficassem mantidos em sigilo, inclusive de sua parceira Emma.

A história envolvendo Colossus desenvolve-se lentamente mas é bom ver um pouco do passado do personagem, por meio de um retcon que não muda o status quo do personagem. O vilão criado por Fraction que representa um “demônio do passado” do personagem não tem seus poderes muito bem explicados, mas parece que ele extrai os segredos das pessoas que ele toca e, com isso, ele passa a extorquir as pessoas.

Já o recrutamento do clube de ciências do Fera continua muito chato. O início mostrando as anotações de Madison Jeffries é sofrível, não pela qualidade de escrita de Fraction, mas pelo personagem em si. Particularmente, acho que são os personagens recrutados pelo Fera que são muito chatos, mas confesso que Matt Fraction tem “as manhas” de deixar todos os personagens de QI elevado intragáveis.

Os desenhos de Terry Dodson continuam sendo um alento depois do que vimos no arco passado. Um detalhe bastante interessante é que Dodson desenha os olhos de Ciclope ao fundo de seu visor de quartso-rubi. Atente-se que poucos desenhistas se importam com esse pequeno detalhe.

A Tempestade desenhada por Dodson está “fabulosa” nesta edição, com o perdão do trocadilho. Pra quem não se lembra, Dodson foi o responsável pela minissérie da Tempestade nos anos 90, em plena era pré-Onslaught (Massacre, no Brasil). Eu detestei aqueles desenhos e, comparando o estilo de Dodson com o que vemos nesta edição, é um caso claro de uma grande evolução do desenhista.

O arco “Lovelorn” segue com uma singela interrupção: Emma Frost é convocada para participar de uma importante reunião, que será mostrada nos especiais envolvendo o evento Reino Sombrio da Marvel. É para lá que vamos a seguir antes de dar continuidade à análise da próxima edição de Uncanny X-Men.

Abraço!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

X-Men: Esboços de Simone Bianchi.

Em breve, daremos início às análises da segunda fase do título Astonishing X-Men, por Warren Ellis e Simone Bianchi.

Foi lançado nos Estados Unidos um pequeno livro de esboços de Bianchi com o design dos novos uniformes do grupo, que os leitores puderam ver a partir de Uncanny X-Men 500 e Astonishing X-Men 25.

Pessoalmente, odiei a grande maioria da produção de Bianchi, com exceção ao uniforme do Fera. Os uniformes redefinidos criados por John Cassaday, quando da criação do título Astonishing X-Men em 2004, na minha opinião, são muito bons e poderiam ter permanecido por mais tempo.

Lembro-me que nos anos 90, quando a Marvel tinha uma empresa subsidiária, a Toy Biz, era muito frequente os seus personagens mudarem de uniforme à cada seis meses, já que assim era mais um produto que poderia ser comercializado no mercado de figuras de ação.

Felizmente, isso parece ter passado, mas medidas como essas, de alterar bons uniformes, infelizmente ainda ocorrem.


Penso que esses novos uniformes criados por Simone Bianchi são versões mal feitas dos antigos. O mais horroroso de todos os uniformes, sem dúvida nenhuma, é o da Tempestade, que foi baseado no uniforme da heroína dos anos 90. De tão feio o resultado obtido, esse novo design foi ignorado em todas as outras revistas em que ela aparece.

A única curiosidade foi a imposição editorial de que deveria haver um “X” no lado esquerdo do peito dos uniformes dos homens e um “X” no centro dos uniformes das mulheres.



Na minha opinião, os uniformes poderiam ter continuado da forma que estavam.

Abraço!

Sobre "Grandes Eventos" e liberdade criativa.

No dia 26 de junho deste ano, o escritor J. Michael Straczinski confirmou no site Comic Book Resources uma notícia que já vinha rondando o fandom por um certo tempo: ele vai mesmo deixar a série do Thor.

O motivo alegado pelo escritor é que ele discordou da imposição editorial da Marvel de que a revista Thor seria inserida no próximo “Grande Evento” criado pela editora, Siege of Asgard. Pelo nome do evento, essa inserção seria óbvia.

Assim, seus planos para as aventuras do Thor estariam seriamente comprometidos. JMS decidiu então partir, para o desgosto da imensa maioria dos leitores que acompanham o título. Dentre os motivos alegados pelo escritor, está a questão de que ele teria que adaptar todo o planejamento das histórias que ele tinha em mente para se adequar ao evento e, passado este, se dar ao trabalho de voltar a contar suas histórias de onde tinha parado por conta dessa interrupção indesejada.

Na Marvel, o renascimento dos grandes eventos nestes anos 2000 começou com Dinastia M, de Michael Brian Bendis e Olivier Coipel. Até então, o Universo Marvel estava dividido em vários microversos, sem que um afetasse os acontecimento do outro. Por exemplo, Magneto (ou o irmão do Xorn, como queiram) destruiu Manhattan e nenhum herói foi ao auxílio dos X-Men. Tudo isso aconteceu no arco Planeta X da revista New X-Men e de lá não saiu.

Depois de um relativo sucesso de Dinastia M, veio Guerra Civil, Hulk Contra o Mundo, Invasão Secreta, sendo que esta última bateu todos os recordes de “tie ins” (edições ligadas ao evento). Sabe-se que a grande maioria desses “tie ins” são apenas histórias “caça-níqueis”, o que compromete não só a qualidade do evento como um todo, como também a liberdade criativa dos escritores das revistas comprometidas com o referido evento.

Ao que parece, a obrigação de ter um grande evento todo ano parece estar entrando em um processo de arrefecimento. Particularmente, sou adepto a essa suspensão de “grandes sagas”, para que casos como a saída de Straczinski não se repita, já que a revista Thor é um título amplamente elogiado pela crítica especializada e um dos campeões de vendas dos “charts” de vendas norte-americanos.

Será que Siege of Asgard valerá o preço da saída de Straczinski? Agora só resta esperar a revelação sobre quem será o substituto de Straczinski e se ele manterá o alto grau de qualidade que JMS imprimiu nos roteiros do título desde o seu relançamento.

Abraço!

Uncanny X-Men 504: “Lovelorn” (Parte 01 de 04).

“Lovelorn”
(Uncanny X-Men 504, 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Terry Dodson
Arte-Final: Rachel Dodson
Marvel Comics.

Após o confronto e posterior vitória contra o ex-integrante dos Satânicos, Empata, e seu recém-criado Culto do Inferno, os X-Men celebram sua vitória. Na ocasião, Ciclope descobre que sua primeira ex-esposa, Madelyne Pryor, está viva.

Nesta primeira parte do arco “Lovelorn”, Madelyne Pryor continua seu recrutamento para a formação da Irmandade de Mutantes (“Sisterhood” no original, no sentido de só haver mulheres no grupo). A nova integrante do grupo é Espiral.

Fora esse pequeno interlúdio, o escritor Matt Fraction começa a desenvolver três tramas paralelas. A primeira diz respeito ao personagem Colossus, que ainda está abalado com a morte de Kitty Pryde. Os amigos notam a mudança de comportamento de Piort e o aconselham a resolver seus demônios internos. Colossus logo presencia um encontro com um mutante que fez parte do seu passado.

Enquanto isso, Emma Frost entra na mente de Ciclope e, após percorrer os contornos de sua psiquê (travestidos de belas mulheres por quem ele já teve algum “olhar furtivo”), ela encontra a “caixa preta” de Scott. Esta caixa preta, ensinada a ele por Jean Grey, contém os segredos de Ciclope e, como podemos perceber pelas mulheres que perambulavam sua mente, as ruivas estão dentro dela. Scott se nega a mostrar o conteúdo da caixa para Emma alegando questões de segurança.

Já em Buenos Aires, Argentina, Fera e Anjo contatam o Dr. Nemesis, um genial e genioso caçador de super-nazistas, para que ele ajude-os a resolver o problema da dizimação de mutantes ocorrida depois do Dia M.

Ao final da edição, os X-Men assistem a uma reportagem em que Simon Trask, líder da organização “Humanidade Já” faz um pseudoterrorismo sobre o eventual nascimento de algum mutante na cidade do telespectador, fazendo um paralelo com o que ocorreu em Cooperstown, no Alasca, no evento Complexo de Messias.



E assim começa o arco “Lovelorn”, no qual Fraction vai contar três histórias paralelas e inserir uma porção de participações especiais de mutantes residentes em São Francisco. Quer gostem ou não, é assim que será a dinâmica dos personagens de agora em diante, com uma certa centralização em alguns deles. Já disse em mais de uma oportunidade que prefiro uma equipe fixa a um “exército” de mutantes.

As tramas criadas por Fraction, para mim, não soam muito interessantes e conforme veremos ao longo das quatro partes deste arco, veremos que o desenvolvimento dado a elas pelo escritor, pelo menos nesse início de sua carreira solo em Uncanny X-Men, não é muito o que eu gostaria de ver no título.

Os desenhos de Terry Dodson são um alento para o que veio antes: o Greg “Copy” Land. Percebo um contorno forte nos desenhos, uma clareza quanto ao que está acontecendo e é uma pena que Terry e sua esposa Rachel (a arte-finalista) não consigam fazer doze edições anuais e serem os únicos responsáveis pela arte da revista.

Se pudesse dar uma nota à edição 504 de Uncanny X-Men, eu daria um 5, porque ao mesmo tempo em que ela não empolga, também não é ruim. Um meio termo que não justifica ser acompanhado por quem não é fã dos personagens.

PS: “Lovelorn” é uma palavra à qual não consegui encontrar uma palavra em português semelhante. Esperemos ver como será batizado o arco aqui no Brasil daqui alguns meses. Trata-se de um sentimento de alguém que vai mal no campo amoroso; alguém que perdeu um amor ou se sente desolado seja por ausência ou pela perda de alguém querido. No caso da história, Colossus.

Abraço!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Batman: Esboços de Andy Kubert.


Ao final de cada edição das revistas Batman 686 e Detective Comics 853, envolvendo o arco “Whatever Happened to the Caped Crusader?”, comentado abaixo, seguiu-se uma sequência de esboços do desenhista Andy Kubert.

A seguir, reproduzo alguns desses desenhos em que o desenhista presta homenagens a Bob Kane, Jim Aparo, Neal Adams e outros.


Abraço!

Batman: “Whatever Happened to the Caped Crusader?” (Parte 02 de 02).


“Whatever happened to the caped crusader?”
(Detective Comics 853, abril de 2009)

Roteiro: Neil Gaiman
Desenhos: Andy Kubert
Arte-final: Scott Williams
DC Comics.

Nesta segunda e última parte do arco “Whatever Happened to the Caped Crusader?”, escrita por Neil Gaiman, testemunhamos como seria a derradeira história do Batman. Assim como Alan Moore conseguiu dar um ar de definitividade às aventuras do Superman em “O que aconteceu com o Homem do Amanhã?”, acredito que Gaiman se saiu tão bem quanto Moore.

A história prossegue, agora de maneira mais fluida, com vários personagens contando suas versões do Batman e da sua subsequente morte. Enquanto isso, Bruce Wayne tenta descobrir quem está falando com ele enquanto testemunha aquelas pessoas prestarem suas últimas homenagens ao Batman. Um dado curioso é que o Batman é desenhado de maneira diferente à cada personagem que toma à frente do funeral para relatar sua relação com o herói.

Depois de descobrir que está em um estado de quase morte, Bruce se depara com uma pessoa muito importante do seu passado e, com sua ajuda, descobre o verdadeiro sentido de ser o Batman. E ao longo das últimas páginas da edição, o escritor Neil Gaiman faz um emocionante discurso sobre o papel do herói na sociedade e sobre o porque de sua existência e incessante perseverança.

Um belíssimo conto em que Bruce conta porque é tão importante continuar na ativa; porque a cidade precisa dele, mesmo que para ajudar apenas uma pessoa; porque ele nunca irá desistir; e porque ele só irá parar quando sua morte chegar, tudo numa sequência de um belo retrato de seu nascimento.


E o mais interessante é que toda a construção da trama parece mostrar que nunca houve uma versão definitiva do personagem. Como são várias as pessoas, heróis e aliados, que contam seus encontros com o Batman, cada um deles mostra o herói de uma forma que preponderou em determinada época, de maneira que não existe uma versão definitiva ao longo de sua história de décadas desde a sua criação.

É como se Gaiman validasse todas as passagens que o personagem já teve e dissesse que todos os autores que já escreveram ou desenharam o personagem têm o mesmo grau de importância. Entendi como uma forma de agradecimento a todos eles, o que, para mim, demonstra muita sensibilidade do escritor.

Andy Kubert continua desenhando de maneira bastante apropriada, com desenhos cheios de estilo de outros desenhistas renomados que já passaram pelo personagem. O destaque, para mim, fica com as páginas finais, onde o desenhista mostra com bastante propriedade toda a eminência do histórico do Batman, bem como o traz de volta sob a luz do famoso sinal de alerta.

Agora que terminei de ler a segunda parte, acredito que esta história tem tudo para se tornar um clássico, aliás, mais um dentro dos vários que já existem com o personagem. Espero que outros surjam em menor tempo, já que no fundo, tudo o que um leitor de quadrinhos procura são histórias de qualidade.

Abraço!