sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

X-Men: Odd Men Out.

X-Men: Odd Men Out
(X-Men: Odd Men Out, julho de 2008)

Roteiro: Roger Stern e Michael Higgins
Desenhos: Dave Cockrum
Arte-final: Joe Rubinstein
Marvel Comics.

A edição especial X-Men: Odd Men Out, lançada em julho desse ano (inédita por aqui), trouxe duas histórias não publicadas na década de 90 escritas por Roger Stern e Michael Higgins, respectivamente. Mas a razão delas terem sido lançadas somente agora é outra (e muito especial): ambas foram desenhadas por ninguém menos que Dave Cockrum, responsável pela reformulação dos X-Men em 1975, ao criar o visual de personagens como Tempestade, Noturno e Colossus!

Em 1991, pouco depois do lançamento da 2ª série dos X-Men (a apelidada de “desadjetivada”, pela falta de designação específica aos heróis), John Byrne era o responsável pelo roteiro das histórias de Uncanny X-Men e X-Men (o argumento ficava por conta dos desenhistas sensação do momento, Jim Lee e Whilce Portacio). Ocorre que os atrasos começaram a se tornar freqüentes por conta dos responsáveis pelo argumento e arte, e assim John Byrne pediu para seu amigo Roger Stern escrever uma história para completar esse hiato que ocorreria nas revistas. E assim surgiu Odd Men Out.

Mas pouco tempo depois, John Byrne parou de ser responsável pelos roteiros (sem ao menos ter sido comunicado, conforme uma entrevista que o autor concedeu à revista Wizard), Roger Stern foi pago pelo trabalho mas a história se perdeu. Stern contou que sua história nunca foi publicada por conta da perda de uma página do roteiro ao longo desses anos (já contam dezessete anos desde que esteve envolvido no projeto). Escrita essa página faltante a poucas semanas de seu lançamento, a Marvel lançou essas histórias por meio de uma edição especial em 2008.

A história Odd Men Out se passa na época da formação do início dos anos 90, com os designs dos X-Men produzidos por Jim Lee. Ela narra um encontro do Professor Xavier com o ex-agente do FBI Fred Duncan, seu velho amigo, e ambos relembram a história do grupo mutante até o ponto em que a revista estava sendo publicada (ou seja, 1991, já que esta é uma história perdida). Boa parte dessas memórias podem ser encontradas no marcador X-Men (Era de Prata).

O ponto central da trama é a preocupação de Xavier com Duncan sobre o risco que o ex-agente e agora consultor de segurança corre ao desejar publicar um livro a respeito da histeria anti-mutante. Para saber onde ocorreu a primeira aparição de Fred Duncan, clique aqui.

É uma história que reconta alguns elementos importantes da cronologia dos X-Men e que serve de auxílio para os leitores que não acompanharam as histórias mais antigas do grupo. Detalhe que Stern pega no pé do nome “Garota Marvel”, quando Xavier diz que teve que criar o codinome de Jean Grey de última hora e se arrepende de não ter criado algo melhor.

Mas que fique claro: Odd Men Out é uma típica história “tapa buraco” (fill-in), daquelas que servem apenas para cobrir os atrasos da equipe criativa oficial.



“Think Again” foi escrita por Michael Higgins e conta uma história dos Novos Mutantes, passada logo após a saga Inferno. Nela, o Pensador Louco descobre uma base secreta, desperta um robô de Apocalipse e o manda ir atrás dos heróis adolescentes.
A história é basicamente uma grande batalha do robô com o grupo e tem alguns momentos de descontração. O ponto fraco é que ela não tem uma resolução, com a impressão de que haverá uma continuação, mas sabemos que isso não ocorrerá.


Os desenhos de Dave Cockrum, em ambas as histórias, estão bem limpos e lembram um pouco seu traço dos anos 70, mas nem de longe lembra seus melhores trabalhos. Para os leitores mais novos, provavelmente não serão bem aceitos já que a arte de Cockrum “envelheceu” com ele e não se assemelha ao estilo que marcou os anos 90.

Para os fãs do desenhista, provavelmente será uma boa pedida, apesar de sua arte ter sido melhor no passado. Alguns quadros das histórias pecaram um pouco por falta de cuidado como, por exemplo, o que mostra o recrutamento de Polaris, em que seu rosto ficou muito mal cuidado.

Enfim, essa edição especial parece ter sido lançada apenas para resgatar duas histórias inéditas desenhadas Dave Cockrum, artista importantíssimo para o sucesso da franquia logo após sua reformulação em meados dos anos 70.

Abraço a todos!

BAMF!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Hulk Contra o Mundo (01-05).

Hulk Contra o Mundo
(World War Hulk 01-05, de agosto de 2007 a janeiro de 2008)

Roteiro: Greg Pak
Desenhos: John Romita Jr.
Arte-final: Klaus Janson
Marvel Comics.

Logo após o sucesso editorial obtido com o evento Guerra Civil, não demorou muito para que a Marvel pensasse no que faria no ano seguinte. E a resposta veio na forma de Hulk Contra o Mundo. Na verdade, o Hulk deveria ter obtido mais destaque na editora a partir do evento Planeta Hulk, que o levou ao mundo chamado Sakaar e lá ele viveu aventuras como gladiador, rebelde e, ao final, soberano daquele planeta.

Ocorre que veio a Guerra Civil e Planeta Hulk ficou um pouco ofuscado. Com uma receptividade dos leitores bastante dividida com relação a Planeta Hulk, a grande expectativa era sobre o retorno de Hulk ao planeta Terra e seu acerto de contas com os heróis que o mandaram para Sakaar, quais sejam: Homem de Ferro, Dr. Estranho, Raio Negro e Sr. Fantástico (Reed Richards).



Aproveitando então o ensejo, essa segunda “fase” da vida de Hulk nas mãos de Greg Pak serviu de mote para o próximo evento (crossover) da Marvel. Mas a dimensão dessa saga seria um pouco menor do que em Guerra Civil, como disse o editor-chefe da Marvel na época, Joe Quesada. Assim, o núcleo básico da saga se daria somente na minissérie principal (World War Hulk) e nos títulos Hulk e World War Hulk: Frontline.

Outras revistas da Marvel como, por exemplo, Homem de Ferro, Motoqueiro Fantasma e Vingadores: A Iniciativa também trariam fatos relacionados com o evento, mas não seriam necessários para o entendimento da trama. Aliás, a história contada na revista do Homem de Ferro, por exemplo, seria a mesma contada na minissérie principal, porém sob o ponto de vista de Tony Stark (ficou bem interessante e recomendável para quem se dispuser a ler a saga com mais profundidade).



Também foi lançada uma minissérie chamada World War Hulk: X-Men, com muita ação mas sem sentido algum. Como falarei dela em uma oportunidade futura, deixo apenas registrado aqui a sua total inutilidade e pura pretensão de lucrar um pouco mais com o evento, relacionando-o, de forma muito forçada, com o universo dos X-Men.

A premissa da trama trata do exílio forçado que o Hulk teve que se submeter ao ser mandado ao espaço pelo Homem de Ferro, Dr. Estranho, Raio Negro e Sr. Fantástico (Reed Richards). Os outros integrantes da sociedade secreta chamada Iluminatti, Charles Xavier e Namor, não tiveram envolvimento com a operação, uma vez que o primeiro estava desaparecido e o segundo se negou a aderir e ainda profetizou a volta de Hulk.

A profecia se concretiza quando o Hulk volta à Terra furioso com a destruição da capital de seu planeta, que matou mais de um milhão de pessoas, bem como sua mulher Caiera e o filho que ela carregava no ventre.

Assim, ele decide se vingar dos quatro heróis por tê-lo mandado ao espaço e pela bomba inserida na nave que causou toda essa tragédia (os autores da instalação da bomba são revelados somente ao final da última edição da minissérie).



A minissérie então passa suas cinco edições tratando basicamente das batalhas do Hulk e do seu Pacto de Guerra (um grupo diversificado de guerreiros com quem ele se aliou quando era um gladiador em Sakaar) com os heróis Marvel. Ele manda a cidade ser evacuada em 24 horas e pretende destruí-la totalmente como forma de todos se lembrar dos verdadeiros responsáveis pela sua tragédia pessoal.

Alguns cidadãos acabam, no entanto, apoiando o Hulk e ficam na cidade (o que rende bons momentos de descontração quando Greg Pak insere alguns diálogos entre eles).



Com a Lei de Registro de Super-humanos vigente, o escritor encontrou a forma da anistia aos heróis que se dispusessem a ajudar na defesa contra o Hulk. Assim, heróis clandestinos como Luke Cage e Homem-Aranha marcam presença na saga.

Aliás, o Homem-Aranha está bastante mal caracterizado, pois nessa época sua Tia May se encontrava à beira da morte, e ele não demonstrava nenhuma irreverência, dado o estado emocional que o acometia. Em Hulk Contra o Mundo ele é mostrado como o herói engraçado e divertido que todos estamos acostumados, o que destoa de maneira diametralmente oposta com o que ocorre em sua revista própria (algo semelhante aconteceu em Novos Vingadores).

O roteiro traz ainda outras inconsistências como o fato de Raio Negro ter sido derrotado em uma cena não mostrada na revista (talvez em razão da dificuldade do escritor em encontrar uma forma de elaborar um confronto sem parecer no mínimo forçado em favor do Hulk).



Após enfrentar o Homem de Ferro, o Quarteto Fantástico, o Dr. Estranho (com o auxílio dos Novos Vingadores), o Hulk arma uma Grande Arena no Madison Square Garden e põe todos os seus prisioneiros para lutar entre si.

Um personagem que até então estava bastante distante do universo do Hulk, Rick Jones, tem uma participação importante no desenrolar da trama. Outros destaques ficam por conta da Mulher-Hulk, General Ross e do Sentinela. Por falar nesse último, o herói agorafóbico e esquizofrênico acaba sendo a “salvação” de todos, quando Tony Stark o liberta de seus medos interiores e o manda agir como um Deus.



Nisso, dá-se uma batalha que percorre boa parte da cidade de Nova York entre o Hulk e o “Defensor Dourado da Decência”. Uma batalha de grandes proporções que merece elogios pelo fato de John Romita Jr. poder desenhar grandes quadros apenas com cenas de ação e poucos diálogos nos momentos certos.

Por falar em desenhos, John Romita Jr. e seu quase fiel parceiro Klaus Janson cumprem bem o seu papel, tanto no que pertine à qualidade dos desenhos quanto no cumprimento do prazos. Como é um desenhista rápido, cada edição da revista acaba tendo mais páginas do que uma revista regular. Assim, o escritor Greg Pak pôde usar essa agilidade do desenhista em seu favor para desenvolver melhor sua história.



Mas alguns quadros ou personagens parecem não combinar muito com o estilo do desenhista, como o Homem de Ferro e sua imensa armadura na primeira edição (carinhosamente apelidada de “Geladeira de Ferro”) ou alguns desenhos envolvendo o Coisa e o Homem-Aranha com o uniforme negro. Mas nada que atrapalhe muito o resultado final que ficou bastante satisfatório.

Ao final, as conseqüências de Hulk Contra o Mundo poderão ser observadas na contenção do golias esmeralda e em três lançamentos da editora: a transformação do título Incrível Hulk para Incrível Hércules e os novos títulos Hulk e Sakaar: Filho do Hulk.

Enfim, Hulk Contra o Mundo é um evento no melhor estilo Marvel onde os grandes heróis da editora (e outros nem tanto) lutam para conter o Hulk na sua empreitada de vingança contra os quatro heróis Iluminatti. Um evento que prima pela ação e não perde muito tempo com diálogos pretensiosos e desnecessários.

Abraço a todos!

BAMF!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

The Amazing Spider-Man 249-251: Encerramento.

The Amazing Spider-Man 249-251.

Argumento: Roger Stern
Roteiro: Roger Stern (249-250) e Tom DeFalco (251)
Desenhos: John Romita Jr. (249-250) e Ron Frenz (251)
Arte-final: Dan Green (249), Klaus Janson (250-251)
Marvel Comics.

“Segredos”
(The Amazing Spider-Man 249, fevereiro de 1984)

O Homem-Aranha está em seu apartamento quando, de repente, é interrompido por uma garota chamada Shirley. Ele estava acabando de tirar sua roupa de Homem-Aranha mas, por sorte, a garota estava sem lentes e coloca os óculos logo depois que ele tira a parte de cima do uniforme.

Depois de tocar a garota para fora de sua casa, ele coloca uma roupa pra lá de suspeita! Vejam:



Ele vai até a mansão do casal Harry Osborn e Liz Allen, local onde eles promovem uma festa. Lá, ele se reencontra com Mary Jane e de repente pressente um perigo, mas não consegue identificá-lo. Esse perigo é Beyonder, que o levaria até as Guerras Secretas após a edição 251!

No Clarim, J.J. Jameson conta para Marla que alguém descobriu seu segredo com relação à criação do Escorpião (que foi financiada por ele) e resolveu chantageá-lo. Na festa, Harry Osborn recebe um envelope parecido com o que Jameson recebeu na cena anterior e sai com sua moto sem dar satisfação para sua esposa Liz.

Peter vai atrás de Harry a pedido de Liz e, quando o encontra, Harry conta que recebeu um envelope de alguém que diz saber que Norman Osborn foi o Duende Verde. Peter relembra toda a história envolvendo o Duende Verde e pede para que Harry entre no jogo do chantagista até eles descobrirem a verdadeira intenção dele.

Assim, os dois vão ao Country Club de Nova York. Lá, Peter avista o Rei do Crime e caem suas suspeitas de que seria o Duende Macabro. Ao mesmo tempo, o recepcionista recebe mais dois sócios do clube: o financista George Vandergil e o empresário da moda Robert Kingsley.



Todos os figurões, dentre eles J. J. Jameson, vão a um auditório esperar o chantagista. Quando Harry Osborn entra na sala, todos pensam que é ele o autor das chantagens, mas as cortinas de abrem e o Duende Macabro surge dando as boas vindas a todos!



O Duende Macabro revela que sua aparente morte (clique aqui para saber mais sobre essa história) foi uma armação e que agora quer parte dos rendimentos periódicos de cada um dos presentes em troca dos segredos ilícitos que cada um guarda.

Na tubulação de ar, o Homem-Aranha presencia tudo escondido, mas seu sentido de aranha não o alerta de nenhum perigo, o que o deixa encucado.

Quando Jameson se rebela, Harry confronta o Duende e lhe dá um soco, revelando que o vilão na verdade é um robô. Robert Kingsley diz:

“Então o verdadeiro Duende Macabro pode estar em qualquer parte! E-ele até pode ser... um de nós!”
Mas logo depois, outro Duende Macabro aparece quebrando as janelas. O Aranha sai da tubulação e os dois começam a brigar. Ele diz ao seu adversário em determinado momento: “Abóboras de novo? Muda o cardápio, Dudu!”. Hahahahah... muito bom! O Homem-Aranha é derrotado com uma abóbora de gás aperfeiçoada pelo Duende Macabro. Antes de desmaiar, o Aranha tenta jogar um rastreador no Duende, mas não consegue.

Quando está prestes a matá-lo, o Rei do Crime joga uma bandeja que bloqueia o raio do vilão. O Rei manda o vilão ir embora, e o Duende respeita a ordem dada. Antes de sumir de vista, o Rei pega o rastreador no chão e joga no planador do vilão.

O Rei acorda o Homem-Aranha e conta sobre o rastreador. Ele diz que está ajudando o herói porque ele pressente que, com o tempo, o duende pode interferir nos seus negócios.

O Homem-Aranha precisa do sentido de aranha para poder localizar seu rastreador mas, no momento, não consegue por conta do gás que o Duende Macabro jogou nele.

“Confissões”
(The Amazing Spider-Man 250, março de 1984)



Os empresários chantageados, dentre eles Robert Kingsley, cercam o Homem-Aranha na sala de reuniões do Country Club, dizendo que o Duende vai aumentar o preço da chantagem graças ao herói. Hehehe...

Harry procura Peter no auditório e Jameson fica envergonhado e não olha para o Aranha. Ninguém chama a polícia, pois todos temem que seus negócios ilícitos sejam descobertos. Peter e Harry vão a um Café e este diz que o Duende Macabro parecia muito familiarizado com o Clube, ao ponto de parecer ser um sócio do local (ele está certo, já que o verdadeiro Duende estava no local com trajes civis).

O Duende Macabro descobre o rastreador do Aranha em seu planador mas não se preocupa com o fato, pois sabe do sentido de aranha pelos arquivos de Osborn. Ele se orgulha por ter aprimorado os experimentos de Norman Osborn e suspeita de que este possa ter descoberto a identidade secreta do herói.

O Homem-Aranha vai até a residência de vários dos chantageados com o intuito de descobrir algo, já que ele imagina que, caso ele descubra quem é o Duende Macabro, ele pode acabar com as chantagens. Ele não consegue nada das pessoas visitadas.

No momento em que sobrevoava a cidade (com suas teias, claro) seu sentido de aranha reaparece, avisando-o de um enorme perigo iminente (mais uma vez, Beyonder!).

O herói vai até o Clarim, onde ele e J. J. Jameson discutem. Jameson redigiu uma matéria chamada “Eu criei o Escorpião”. O Aranha fala que a carreira de Jameson estará acabada caso ele publique isto. Eles discutem e o herói fala que vai atrás do Duende Macabro e que Jameson não precisa publicar a matéria. Quando sai da sala, Jameson começa a redigir um texto.

Na casa de Tia May, Peter busca o seu “receptor direcional de rastreamento”.

Em outro lugar, mais precisamente em seu esconderijo, o Duende Macabro analisa o rastreador. Logo em seguida o Homem-Aranha aparece e os dois brigam. O Aranha quase consegue tirar a máscara do Duende, mas leva um soco e é afastado.

O Duende Macabro usa suas armas contra ele que, por acidente, atingem as anotações de Norman Osborn. Os documentos pegam fogo, para o desespero do Duende. Ele joga uma abóbora no maquinário de seu esconderijo e manda tudo pelos ares!

No Clarim, Jameson pede para que alguém vá ver o incêndio que se instaurou no local da briga do Homem-Aranha. Ele também dertermina que se publique uma matéria que ele acabou de escrever!

“A Derradeira Batalha”
(The Amazing Spider-Man 251, abril de 1984)



O Duende Macabro acorda primeiro que o Aranha no local da explosão. Ele lamenta ter perdido todas as anotações de Norman Osborn e bate no herói. Depois, o vilão adentra em um furgão blindado e o atropela! Bem, quase...

Ele despista os carros da polícia, mas o Homem-Aranha se encontra escondido debaixo do furgão.
O herói aparece na frente do carro, quebra o vidro blindado do carro do Duende Macabro, causando medo no vilão pela primeira vez! O Duende joga o furgão em um Café local da cidade, arrebentando as paredes! A polícia chega logo em seguida e começa uma perseguição!

O Duende Macabro acha que matou o Homem-Aranha na batida do fugão no Café, mas o herói havia pulado para cima do carro. Ele usa toda sua força para entrar no furgão, rompendo a porta de entrada da parte de cima do veículo. Os dois se enfrentam e o Aranha ainda está sem o seu sentido extra-sensorial, o que o deixa em desvantagem!

Quando quase é derrotado pelo vilão, o sentido de aranha volta no último segundo! E assim o Homem-Aranha toma vantagem na luta. Enquanto os dois brigam, o furgão é pilotado no piloto automático. O veículo atravessa a cidade e vai até o cais da cidade em alta velocidade, o que acaba fazendo com que ele caia nas água e começa a afundar, com os dois confrontantes dentro!



O Duende Macabro se compara com Norman Osborn, dizendo que este era louco e que isso (sua sanidade) é o que o torna superior a Osborn! O furgão está prestes a explodir por conta da água que já começa a adentrar o veículo! O Homem-Aranha sai do furgão mas não consegue levar o Duende Macabro junto com ele!



O Duende Macabro diz que se descobrirem seu segredo será a ruína dele e de sua família. Ele desaparece nas águas...

O Homem-Aranha vai atrás do corpo do Duende Macabro mas só descobre a máscara que, num jogo de luz, sorri para ele!



No Clarim, o Homem-Aranha tenta confortar Jameson dizendo que a ameaça do Duende Macabro finalmente se foi. Mas Jameson diz a ele que publicou a matéria (“Eu criei o Escorpião”) e que está deixando o cargo de editor-chefe do jornal. Ele apresenta Joe Robertson como o novo editor. Jameson ainda é o dono do Clarim e que, por conta disso, ele diz ao Homem-Aranha que o herói não vai ser poupado, já que o aracnídeo age como um fora-da lei, fazendo justiça com as próprias mãos. Jameson deixa sua ex-sala. O Homem-Aranha parabeniza Joe pelo novo cargo.

Observação: As cenas a seguir não foram publicadas na edição nacional pelo fato de a minissérie Guerras Secretas ter sido publicada muito antes do tempo relacionado à cronologia do personagem.

Peter conversa com Harry a respeito do Duende Verde e que, agora que os arquivos foram destruídos, ninguém mais poderá saber o segredo de Norman Osborn.

Logo em seguida, ele sente seu sentido de aranha disparar novamente, mas desta fez consegue identificar de onde está vindo a sensação: o Central Park. Ao chegar lá, ele parte para o evento chamado Guerras Secretas! E assim se iniciaria uma nova era na vida do Homem-Aranha!

C O M E N T Á R I O S :

E aqui se encerra a brilhante fase de Roger Stern e John Romita Jr. na revista Amazing Spider-Man! Tivemos de tudo: muita ação, drama, comédia na dose certa, boas tramas, enfim, tudo o que uma revista de publicação contínua pede. Confesso que ao reler toda essa memorável fase do herói aracnídeo, me bateu uma sensação de vazio ao final, porque é impossível não comparar com o que foi produzido desde então.

Mas antes de falar sobre a fase como um todo, e a fim de dar um toque de unidade a tudo o que tenho para escrever sobre o antes e o agora, primeiro vamos passar o olho sobre esse arco final.

Uma palavra resume tudo: eletrizante! É isso o que eu consigo imaginar quando penso nessas edições finais. Para mim, ficou parecendo um belo e excelente final de temporada, em uma batalha muito bem construída entre o Homem-Aranha e o Duende Macabro! Sinceramente, penso que essa "batalha final" entre os dois é quase cinematográfica de tão bem conduzida!

Esse clima de "final de temporada" pode ser percebido na cena em que a máscara do Duende sorri para o herói (no jogo de luz) no final da última edição. Para mim, fica claro que em uma outra oportunidade o vilão voltaria para, mais uma vez, enfrentar o herói e, quem sabe assim, encerrar e resolver todo o mistério por trás de sua verdadeira identidade. Mas as coisas nem sempre saem conforme o esperado.

Reparem que logo no início desta resenha descritiva/crítica (uma das últimas desse blog nesse sentido), os créditos já mostram que Roger Stern não ficou até o final para contar sua história. A edição 251 da revista Amazing Spider-Man já conta com o ex-editor da revista, Tom DeFalco, cuidando da parte do roteiro (caixa de recordatórios e diálogos), o que é uma pena.

Tom DeFalco é um bom escritor, bem tradicional, e criou uma fase bem interessante em Amazing Spider-Man (a próxima edição já iniciaria a Era do Uniforme Negro, após o evento chamado Guerras Secretas), mas comparando os rumos que a revista tomou, para mim Roger Stern fez um trabalho superior.

Engraçado é que podemos perceber que tudo começa aos poucos, no achado do esconderijo secreto de Norman Osborn e, logo em seguida, o Homem-Aranha e o Duende Macabro já estão se defrontando! O clima de mistério se instaura e os dois têm sua derradeira batalha dentro de um veículo percorrendo a cidade em alta velocidade! Excelente!

Sobre o mistério envolvendo a verdadeira identidade do vilão, restou aos roteiristas que sucederam Roger Stern a tarefa de desvendá-lo e o fato ocorreu de uma maneira que Stern não havia planejado originalmente. Seria revelado várias edições à frente dessa batalha que o repórter do Clarim, Ned Leeds, era o Duende Macabro original. Leeds morreria assassinado pelo mercenário Jason Macendale (o vilão conhecido como Halloween), que tomaria para si a identidade de Duende Macabro.

Anos depois, Roger Stern voltaria para contar a história a respeito da verdadeira identidade do vilão, na excelente minissérie chamada Spider-Man: Hobgoblin Lives, desenhada por Ron Frenz e com uma brilhante arte-final de ninguém menos que George Pérez!

O Duende Macabro na verdade foi Robert Kingsley que, caso vocês tenham percebido, representou um dos figurões que estavam sendo chantageados na audiência com o Duende Macabro! Foi ele o autor da fala: “Então o verdadeiro Duende Macabro pode estar em qualquer parte! E-ele até pode ser... um de nós!”. Curioso, não? Um mistério que, caso Stern tivesse tido mais tempo para escrever as histórias do Homem-Aranha (ele saiu por conta de divergência com o editor-chefe da Marvel, Jim Shooter), poderia ter sido melhor desenvolvido.

Tenho a impressão de que a edição de aniversário de 250 edições da revista Amazing Spider-Man originalmente seria produzida com o dobro de páginas, mas por conta da saída dos autores envolvidos (notadamente Roger Stern que não chegou a concluir a história com roteiro próprio), ela foi desmembrada de maneira que o verdadeiro clímax do mistério envolvendo o Duende Macabro foi resolvido não na edição especial, 250, mas na seguinte (251). Mas tudo isso não passa de especulação. Aliás, Stern também seria responsável pelo argumento da edição 252 de Amazing Spider-Man, mas como ela inicia uma nova era na vida do herói (que seria desenvolvida por Tom DeFalco), ela não será objeto de análise neste espaço.

E assim, com certo clima de melancolia, encerramos as resenhas envolvendo essa que é considerada uma das melhores fases do Homem-Aranha! Ao lado dos X-Men, o Homem-Aranha é um dos personagens preferidos do autor deste Blog de maneira que não será difícil encontrarmos outras resenhas envolvendo o herói no futuro. Obrigado!

BAMF!

sábado, 13 de dezembro de 2008

The Amazing Spider-Man 247-248: O menino que colecionava Homem-Aranha!

The Amazing Spider-Man 247-248.

Roteiro: Roger Stern
Desenhos: John Romita Jr.
Arte-final: John Romita Sr.
Marvel Comics.

"Interrupções"
(The Amazing Spider-Man 247, dezembro de 1983)

O Homem-Aranha encontra Norton, aquele informante de todo o imbróglio envolvendo a Corporação Brand. Ele quer saber sobre o Duende Macabro e pede para que, caso Norton descubra algo, ele o informe. Norton se sente aliviado pelo fato de o Homem-Aranha não estar sabendo nada sobre o seu "tesouro".

Logo depois, Peter vai a um almoço com Tia May e Anna Watson. Ele não conta pras duas que abandonou os estudos.

De repente surge Nathan com Mary Jane. May diz a Peter que ele deveria reconsiderar seu namoro com MJ.

Logo depois, o Homem-Aranha segue Norton (o herói havia colocado um rastreador em seu chapéu) até um prédio no Brooklin. Ele não percebe que ambos estão sendo vigiados.

Norton leva sua mercadoria para um grupo de homens. A mercadoria está dentro de uma caixa de trombone.

De repente as luzes se acendem e o Aranha, que espionava tudo, é descoberto. Ele briga com os homens quando de repente, não mais que de repente surge...

... o Homem-Sapo!

"Todo mundo parado! O Homem-Sapo está no caso!"





HAHAHAHAHAHA.... O Homem-Aranha diz para ele parar de pular, no que o Homem-Sapo responde: "Bem que eu gostaria... mas não consigo!" HAHAHAHAHA.... Muito bom! Ele perde os homens e dá uma bronca em Eugene (o alter ego do Homem-Sapo).

Em uma das fotos reveladas da negociação, Peter descobre onde vai acontecer o assalto. Mas ele não chega a tempo e da caixa de trombone há uma arma, que solta um raio de energia que desestabiliza um carro blindado que passava por uma grande avenida.

Ao final da história, do carro blindado é retirado um pé-de-cabra e uma corrente com uma esfera que se chocam e o vilão Maça, integrante da Gangue da Demolição, está de volta!





"E ele joga como uma bola de trovão"
(The Amazing Spider-Man 248, janeiro de 1984)




A suspeita de que não seria o Duende Macabro então se confirma. O Maça luta contra o Homem-Aranha e acaba matando seus próprios capangas.

O Maça pensa que conseguiu escapar e procura não se afastar do pé-de-cabra, objeto mágico que já pertenceu a outro vilão, o Destruidor.

Só que o Aranha aparece e tira a arma da mão dele. O vilão diz que a arma só funciona com algum membro da Gangue da Demolição. O herói joga uma enorme pedra no vilão, que é bloqueada por ele. O Aranha usa sua teia para bloquear a visão do Maça e, logo em seguida, usa o pé-de-cabra como cassetete. A luta chega até uma grande avenida, que é bloqueada. O Aranha procura se afastar do local para não causar maiores danos.

Os dois vão até uma rede elétrica, ocasião em que a polícia aparece e começa um tiroteio. O Maça bloqueia todos os tiros girando sua arma.




O Homem-Aranha finalmente o derrota usando a eletricidade de uma estação local. Quando as pessoas aparecem, o herói pensa que vai ser ovacionado. Mas na verdade eles brigam com ele por ter causado o maior engarrafamento da história de Long Island. Hehehe...

O Aranha deixa o local e pega uma carona na caçamba de um carro. Ele diz ao motorista, "Pra casa, James!" heheheh...


"O Menino que Colecionava Homem-Aranha"
(The Amazing Spider-Man 248, janeiro de 1984)

Este conto narra a história de um menino, Timothy (Tim) Harrison, que coleciona artigos e artefatos relacionados ao Homem-Aranha. Por meio de uma matéria jornalística escrita por Jacob Conover, o Homem-Aranha descobre que o menino gostaria muito de conhecê-lo e assim ele vai ao encontro do garoto.

Lá, eles conversam sobre a origem do herói e sobre o peso que o Aranha carrega depois de perder um ente querido e se sentir responsável por isso. Ao final, o menino pede para que ele revele sua identidade o que, depois de um momento de certa relutância, o herói acaba tirando sua máscara e se revelando como Peter Parker para o garoto.



Depois de se despedirem, a matéria jornalística mostra que o garoto tem leucemia e que possui somente algumas semanas de vida. O Homem-Aranha sai do centro clínico onde se encontra o garoto, abatido com o destino de Tim.




C O M E N T Á R I O S :

Mais uma vez, Roger Stern criou uma trama que não se relaciona com o Duende Macabro, o que, para mim, é ótimo! Assim, vemos mais um vilão clássico da Marvel, o Maça, enfrentar o herói aracnídeo numa história que envolve o personagem Norton, o narigudo que sabia demais a respeito da Corporação Brand.

As seqüências de ação ficaram muito bem elaboradas, com destaque no bloqueio das balas feitos por John Romita Jr. com o Maça girando sua corrente. Nota-se, então, que o ponto central da revista na época, era trazer ao leitor histórias cheias de ação onde o Homem-Aranha interagia com seus adversários de forma irônica, resultando em tramas divertidas e, de certo modo, interconectadas. E é exatamente assim que, na minha opinião, as coisas funcionavam bem.

Uma curiosidade apenas: John Romita Sr. nao foi creditado como arte-finalista da história na edição nacional, muito provavelmente porque o editor nacional não deve ter visto diferença nos nomes dos artistas envolvidos (o que muda é apenas um "S" no lugar de "J").

Mas o maior mérito da edição 248 da revista Amazing Spider-Man é a história "O menino que colecionava Homem-Aranha". É uma daquelas histórias em que, mais uma vez, o Homem-Aranha reconta sua origem e fala do peso na consciência por ter deixado o Tio Ben falecer. Mas aqui, a forma utilizada foi bastante feliz uma vez que a trágica lembrança do herói se encontra com a própria tragédia do garoto Tim, que possui somente algumas semanas de vida.

E é notável o autor da história (Stern) ter criado um menino de pouca idade fascinado com o Homem-Aranha. Ele vê no herói um símbolo de progresso, de luta e até mesmo de falhas (o garoto se mostrou muito adulto quando fala para o Aranha não se cobrar tanto). E tudo isso sabendo que não vai sobreviver para vivenciar muito daquilo que acredita!

E o destaque fica por conta mesmo da surpresa ao final da história. Até então, tudo parecia não passar de uma visita singela do Homem-Aranha a um garoto da cidade depois de ter lido uma matéria jornalística a respeito dele. O destino de Tim só é mostrado ao final, onde o leitor é pêgo de surpresa, e é exatamente aí, na última página, com o Aranha abatido saindo da clínica, que vem toda a emoção da história.

Inúmeras outras histórias já foram criadas como momentos dramáticos (no bom sentido) com o Homem-Aranha. O autor que mais fez histórias nesse estilo recentemente foi Paul Jenkins, quando assumia um dos títulos do herói aracnídeo. Este autor foi responsável por alguns belos contos e "O menino que colecionava Homem-Aranha" muito provavelmente o serviu de inspiração.

"O menino..." serve então como um momento de reflexão acerca de aspectos envolvendo admiração, esperança, bondade e, não menos importante, um escritor inspirado!

Na próxima e última resenha de Amazing Spider-Man por Roger Stern e John Romita Jr., veremos a "conclusão" envolvendo o mistério do Duende Macabro!

Abraço!

BAMF!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

The Amazing Spider-Man 244-246: Jogo Falso!

The Amazing Spider-Man 244-246.

Roteiro: Roger Stern
Desenhos: John Romita Jr.
Arte-final: Klaus Janson (244), Dave Simons (245) e Dan Green (246)
Marvel Comics.

"Decisões"
(The Amazing Spider-Man 244, setembro 1983)

A história começa com o Homem-Aranha visitando sua namorada , Felícia Hardy (a Gata Negra) no hospital.

Logo em seguida, Peter resolve conseguir uma grana, mas antes vai até a Universidade preencher o seu formulário de afastamento.

Ele primeiro busca a assinatura do Professor Sloan que, antes de assinar, tenta convencê-lo a ficar, mas sua tentativa é em vão. O professor se ressente pelo fato de a maioria das pessoas que se afastam nunca mais voltam para os estudos.

Peter tem dificuldades de conseguir a assinatura de outro professor que se diz sem tempo. Assim, ele apronta uma com o professor, deixando-o preso em uma sala. Hehehe...



Harry Osborn, Liz Allen e Mary Jane se encontram em um restaurante. Eles tentam "amarrar" Mary Jane com Peter. Logo depois, o casal chega à Companhia Osborn e descobrem que ele foi invadido.

Peter vê a manchete da invasão mas acha que não foi o Duende Macabro. Ele vai até a Capitã Jean Dewolff descobrir mais pistas mas ela não está em seu escritório. Ele adentra no local e descobre que os invasores levaram os relatórios dos últimos seis meses da Companhia Osborn.
Logo depois, o Aranha ouve de policiais sobre um novo assalto a um armazém também pertencente a Osborn.

Chegando lá, o Homem-Aranha invade o local e luta contra uma dezena de homens. Ele é atacado com morcegos mecânicos que o faz supor, então, ser uma invasão promovida pelo Duende Macabro.

Um homem misterioso dentro de um caminhão joga uma bomba incendiária do Duende e acaba explodindo tudo. O Homem-Aranha opta por salvar a vida dos capangas, mas antes que o homem misterioso escape, ele joga um rastreador no caminhão.

Do caminhão, sai um furgão que consegue escapar sem ser visto. O Homem-Aranha chega até o caminhão, que explode.

Um homem chamado Arnold Donovan é o contratante dos capangas que invadiram a Companhia Osborn. Ele vai até o esconderijo do Duende Macabro, que ainda se recupera do último confronto com o aracnídeo. O Duende Macabro planeja obter a força física do Duende Verde original!



Enquanto isso, em outro local, Mary Jane sai com um cara chamado Jeff. Ela descobre no jornal sobre a invasão e se preocupa com Liz e Harry, seus amigos.


"Jogo falso"
(The Amazing Spider-Man 245, outubro de 1983)



A história se inicia com o Homem-Aranha querendo falar com o promotor público Blake Tower. Ele quer ir atrás do Duende Macabro e acha que sua verdadeira identidade é Donovan, o homem que apareceu na edição passada.

O herói pede os arquivos pro Promotor, mas tem seu pedido negado, dizendo que ele é um mascarado. O Aranha argumenta com o Promotor dizendo que ele daria os mesmos arquivos caso fosse um pedido feito pelos Vingadores.

O Homem-Aranha não conta tudo o que sabe pois não pode revelar que Norman Osborn era o Duende Verde.

Em uma mansão em Long Island, dois homens tentam recriar o soro que deu os poderes do Duende Verde. Só que a experiência dá errado e o frasco contendo o líquido explode, desfigurando o rosto de um deles.



O outro homem o leva para fora da mansão e, antes que os bombeiros cheguem, ele explode o local. O homem desfigurado é levado para o hospital.

Peter procura pistas nos arquivos do Clarim sobre o Donovan. Betty (Leeds, na época) o surpreende por trás e o leva para almoçar. Chegando lá, ele se depara com Ned Leeds e Mary Jane!

As buscas continuam. Passam-se três semanas... O homem que teve seu rosto desfigurado no hospital desperta. Seus músculos não se atrofiaram. Na verdade, estão mais fortes do que nunca. Ele deixa o hospital escondido e vai até a mansão que explodiu. Ele abre um alçapão e vai até os acessórios do Duende Macabro.

Assim que ele se veste de Duende Macabro e sai à procura do Homem-Aranha, em outro local um sistema informatizado é acionado e alguém começa a monitorar seus sinais vitais.



O Aranha vai até a sala do Sargento Snider e pede a ficha de Donovan. Ele dissimula uma discordância e o Aranha tem acesso aos documentos. O herói descobre que Arnold Donovan não é o Duende Macabro porque no momento em que os dois lutavam, Donovan prestava depoimento na delegacia. Logo depois, ele descobre que o Duende Macabro está à sua procura.

O Homem-Aranha vai ao local onde se encontra o Duende Macabro e os dois brigam. Depois de ricochetear uma bomba incendiária do Duende e atingi-lo, o Homem-Aranha tira a máscara do Duende Macabro e vê... Donovan!



Arnold Donovan fala que foi seu chefe quem disse que, com o soro de Osborn, ele se tornaria invencível. O Aranha pergunta quem é o chefe de Donovan, mas, de repente, o flutuador é controlado pela pessoa que monitorava Donovan (o verdadeiro Duende), que o leva a se chocar em um prédio e explodir, matando-o! Com a morte de Donovan, a polícia (e, logo depois, a sociedade) acha que este é o fim do Duende Macabro.

Em outro local, o verdadeiro Duende Macabro fala que ainda conseguirá reproduzir o soro do Duende Verde!


"Devaneios"
(The Amazing Spider-Man 246, novembro de 1983)



Felícia Hardy (a Gata Negra) fica entediada no hospital. De repente, o Homem-Aranha aparece, lhe entrega o uniforme de Gata Negra e pede para que eles façam um serviço em nome da "Liberdade". Eles conseguem seu intento, entregam o documento a um agente federal e ganham em troca quinhentos mil dólares. Eles vão a um iate do Homem-Aranha que se revela como... o ator Cary Grant!

De repente, Felícia pára de sonhar.

No Clarim, J. J. Jameson aparece e observa a produção do seu Jornal. Lá, um empregado lhe entrega um exemplar que diz: "Homem-Aranha vence novamente". O Homem Aranha aparece e diz a Jameson que o jornal não seria nada sem ele. Jameson dá uma surra no Aranha e ganha o dia!

De repente, Jameson pára de sonhar.

Em outro local da cidade, Mary Jane e Greg vão a um teatro. Lá, ela se descobre uma grande atriz que participa de uma peça em que o cineasta Woody Allen interpreta Peter Parker. Sua irmã aparece e pergunta se MJ não tem espaço para ela e seus filhos em sua vida.

De repente, Mary Jane pára de sonhar.

Noutro local, o Homem-Aranha encontra Jameson fazendo cooper. Seus maiores vilões tentam matá-lo, mas o herói salva Jameson de todos eles. Jameson beija os pés do Aranha, cena esta em que uma câmera automática fotografa tudo. Peter ganha o prêmio de melhor fotografia do ano e também é reconhecido como um gênio da Química! Logo depois, ele vai até uma festa que estão promovendo para receber o Homem-Aranha. Dentre os presentes, estão os Vingadores e o Quarteto Fantástico, que disputam o Aranha como seu integrante! Mas, de repente, os heróis vêem o reflexo do Homem-Aranha como de um homem magrelo no escudo do Capitão América e deixam o local, para o desgosto do aracnídeo.

De repente, Peter Parker pára de sonhar.

Ele logo ajuda um garoto que estava sendo provocado por outros de sua idade. O menino é deixado em paz e logo em seguida... sonha em ser o Homem-Aranha!


C O M E N T Á R I O S :

Depois da pequena pausa com relação às tramas que se denvolviam na revista Amazing Spider-Man, percebe-se que Roger Stern retorna com mais tramas envolvendo a identidade secreta do Duende Macabro.

As histórias "Decisões" e "Jogo falso" jogam uma pequena lista de suspeitos sobre quem poderia ser o vilão, ao mesmo tempo em que atiça a curiosidade do leitor com relação a esse mistério que tanto agradou os fãs do personagem, na época de seu lançamento. A capa da edição 245 é excelente e, com certeza, deve ter gerado grandes expectativas para quem seguiu a história sem olhar antes o final.

O personagem Arnold Donovan não passou de uma cobaia nas mãos do primeiro Duende Macabro que o usou apenas para tentar reproduzir o soro do Duende Verde original. Volto a ressaltar a vulnerabilidade do vilão, que o deixa ainda mais interessante já que ele, como qualquer ser humano, se fere e precisa de um tempo para se recuperar.

Essa vulnerabilidade antes explicitada nada mais faz do que mostrar ao leitor uma espécie de equiparação entre o Homem-Aranha e o Duende Macabro na medida em que, sendo ambos humanos, tanto um quanto outro podem perecer em um confronto que não precisa apelar para situações fora do cotidiano do personagem (como entidades cósmicas e afins).

Já "Devaneios" é mais um alívio utilizado por Stern para quebrar uma seqüência ininterrupta de histórias envolvendo os mesmos personagens. É uma história que, para mim, não deveria ter se arrastado por uma edição inteira, já que é por demais boba, e sempre as seqüências envolvendo os devaneios dos personagens são facilmente perceptíveis.

Os desenhos de John Romita Jr. permanecem com o mesmo estilo, com quadros bem semelhantes à toda sua fase à frente do título e sem nenhuma ousadia por parte do desenhista. Mas a falta de ousadia é compensada com a boa construção de cenas que refletem exatamente o que a história quer narrar.

Volto a ressaltar o excelente jogo de luz e sombras que Romita Jr. faz quando desenha o Duende Macabro no seu esconderijo, deixando o vilão misterioso, o que é exatamente a impressão que os autores queriam passar na época.

Enfim, tirando a história "Devaneios", totalmente dispensável, a fase de Roger Stern no Homem-Aranha continua com um alto índice de aproveitamento! Na próxima seqüência, veremos uma das histórias mais lembradas do personagem e que freqüentemente é figurada em listas das melhores que o personagem já teve!

Abraço a todos!

BAMF!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

The Amazing Spider-Man 242-243: Difíceis decisões!

The Amazing Spider-Man 242-243.

Roteiro: Roger Stern
Desenhos: John Romita Jr.
Arte-final: Kevin Dzuban (242) e Dave Simons (243)
Marvel Comics.

“Cofrontos”
(The Amazing Spider-Man 242, julho de 1983).

Peter vai ao Instituto de Ciências e fala com o Professor Sloan sobre suas notas. Aliás, descobrimos que Debbie Whitman largou o emprego (história essa que se passou na outra revista, Peter Parker: The Spectacular Spider-Man).

Ele reflete sobre seus últimos dias que tem passado, cuidando da Gata Negra no hospital, e sobre seu confronto com o Dr. Octopus (que também ocorreu na outra revista).

Na rua, Lance Bannon o chama para conversar. Peter entra no carro de Bannon e ambos vão tomar um café.

Enquanto isso, em um presídio, o vilão Pensador Louco confabula em sua cela. Ele diz permanecer com uma “unidade de microtransferência implantada em seu córtex cerebral”, de modo que sua mente permanece livre para cometer atos externos. Ele chega à (correta) conclusão de que o Homem-Aranha possui algum tipo de sentido extra-sensorial que o salva do perigo iminente.



Assim, ele usa sua mente e inicia um novo programa acionando o Andróide 12 a fim de matar o Homem-Aranha!

No café, Lance Bannon fala com Peter Parker sobre sua relação conturbada com Amy Powell. Peter fala que só tomou um café com ela e que nada mais aconteceu entre os dois. Lance diz a Peter que ele e Amy acordaram em ter um relacionamento aberto mas que agora se sente muito incomodado com isso. Peter pede um telefone e diz que vai resolver tudo naquele momento. Mas, no telefone, Amy não o deixa falar e acaba marcando um encontro com ele.

Ele sai do bar revoltado. Mas promete resolver tudo com os três juntos.

Ele se veste de Homem-Aranha e logo em seguida é atacado pelo Andróide 12 do Pensador Louco. Entrementes, uma mulher misteriosa de cabelos ruivos (quem será? Heheh..) procura Peter em seu apartamento mas não o encontra.

O Homem-Aranha leva o Andróide à uma industria e lá ele consegue derrotar o robô, que explode e o herói escapa por pouco da explosão.



Na prisão, o Pensador Louco conclui que o Homem-Aranha realmente pressente o perigo.

Peter chega em casa bem antes da hora do encontro. Mas Amy também se antecipa e entra no apartamento. Ela o agarra e os dois se beijam. Logo em seguida, Mary Jane também chega no apartamento e usa uma chave que ela havia guardado na época em que os dois namoravam. Ela vê Peter e Amy juntos!




“Opções”
(The Amazing Spider-Man 243, agosto de 1983)



Mary Jane até que reage bem à cena de Peter e Amy juntos. Lance Bannon chega logo em seguida e Peter conta para MJ todo o imbróglio envolvendo Lance e Amy.

Logo depois, Peter pega um pedaço do Andróide 12 com quem ele se confrontou na edição passada e leva ate o Dr. Curt Connors (o Lagarto) para analisar o material.

No momento da análise do material, o Dr Sloan (o professor de Peter) aparece com as provas na mão e o Aranha consegue saber sua nota. Ele descobre que passou e lasca um beijo na testa do professor! Hahahahah... Hilária a cena, vejam!



Em outro local, Lance e Amy se acertam.

O Homem-Aranha vê na TV uma matéria envolvendo um seqüestro em uma Capela (“Nossa Senhora das Graças”) pelo Exército da Libertação Universal. Ele vai ao local e salva todos os reféns. Ele consegue tirar fotos do incidente e as vende para o Clarim.

Logo em seguida ele vai visitar Felícia Hardy (a Gata Negra) no hospital. Lá, ela o chama de “gatão” e ele se lembra da Mary Jane. Ele se sente incomodado pelo fato de pensar em outra garota quando está perto de Felícia. Eles se beijam e ele vai embora logo em seguida.

Nas ruas da cidade, Peter reflete sobre ainda pensar em Mary Jane e no seu relacionamento com Felícia, esta última que nem ao menos conhece a sua identidade secreta.

Ele se preocupa com a sua situação financeira, pois tem que ajudar a pagar as contas do hospital (para que Felícia não volte a roubar) e ainda ajudar sua Tia May, que passa dificuldades. E chega à conclusão que se não fosse o tempo que ele gasta com os estudos, ele poderia ganhar mais dinheiro com fotografia e ficar mais aliviado ajudando seus entes queridos.

Então, Peter Parker vai à Universidade e avisa a seu colega de pesquisa Roger que não será mais seu parceiro de laboratório, para a surpresa deste. Ele diz que vai abandonar os estudos!

Logo em seguida, ele recebe uma carta o convocando para o curso de pós-graduação e que a mensalidade seria encaminhada em breve. Ele amassa a carta e a joga no chão, muito triste com a situação.

Enquanto sai da Universidade, o narrador da história diz:

“Há momentos em nossas vidas em que devemos considerar nossas opções e tomar decisões... difíceis decisões. Porém, uma vez que essas decisões são tomadas... sejam certas ou não... nós devemos assumi-las... pelo resto de nossas vidas!”

Emocionante!




C O M E N T Á R I O S :

Essas duas histórias acima têm como enfoque a vida pessoal de Peter Parker. Percebam que os adversários do Homem-Aranha são bastante genéricos: um robô despertado para derrotá-lo e um grupo de extremistas.

Mas isso não significa que seja ruim. Penso que toda fase de uma revista precisa de momentos de alívio ou uma espécie de “prazo de respiro”. E, como já disse em outra oportunidade, Amazing Spider-Man representava nessa época uma aventura desenfreada (com a revista Spectacular desenvolvendo a vida pessoal do herói).

Particularmente, achei comovente o fato de Peter ter passado nos exames e ter sido selecionado para o curso de pós-graduação e tendo que desistir desse sonho no final. O Homem-Aranha pulando pelos prédios representou muito bem a felicidade do personagem (e a irreverência que todos gostam de ver em suas histórias). A cena do beijo na testa do seu professor, sem que esse suspeitasse o motivo de tanta alegria (já que ele estava vestido com seu uniforme) é hilária!

Mas os problemas que ele já estava acostumado a enfrentar se agravaram e acabou com que ele desistisse do curso. Eu sei muito bem o que é lutar por um sonho, ainda tenho vários em desenvolvimento e, de certa forma, quando reli essa história fiquei receoso de um dia eu ter que parar de buscá-los por problemas semelhantes (notadamente os financeiros).

Assim, mais uma vez, o Homem-Aranha se mostrou um dos personagens mais humanos dos quadrinhos, que desperta similitudes com momentos de nossa vida e que nos faz parar para pensar e refletir sobre nosso futuro e projetos pessoais e profissionais.

Se fosse um final de algum filme ou livro, seria muito triste. Mas a série é contínua e o barco continua seguindo. E é exatamente isso que iremos fazer, dando prosseguimento às análises desse momento específico na vida do herói.

Abraço a todos!

BAMF!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

X-Men: A Guerra Santa de Chuck Austen!

A Guerra Santa de Chuck Austen!

INTRODUÇÃO:

Neste espaço, vou procurar colocar algumas ponderações sobre como o escritor Chuck Austen conseguiu estragar a origem de um dos melhores personagens não só dos X-Men, mas da Marvel Comics (e que, inclusive, serve de assinatura para todas as postagens desse blog): o X-Man conhecido como Noturno.

SOBRE O PERSONAGEM:

Noturno (Nightcrawler, no original) é o codinome de Kurt Wagner, um mutante em forma de demônio com poderes acrobáticos e capaz de se teleportar. O personagem foi introduzido como parte dos Novos X-Men na revista Giant-Size X-Men 01, publicada em 1975, em uma história escrita por Len Wein e desenhada por Dave Cockrum.

Desde que foi apresentado, ele se manteve como um dos personagens principais dos títulos mutantes dos quais ele já fez parte (X-Men e Excalibur) e também já apareceu nos desenhos animados e em um dos filmes da franquia (X2 – X-Men United).

O personagem vem sendo há muito tempo apresentado como um católico e, até uns tempos atrás, como um padre, embora esta aparentemente não tenha sido a intenção dos seus criados na época das suas primeiras aventuras. Um ponto interessante é que a fé do personagem contrasta com sua aparência física: Noturno, fisicamente, se parece com um demônio (orelhas e dentes pontudos, rabo, pés rachados, características típicas dessa entidade).

Com o passar dos anos, os escritores aprofundaram sua história com relação à sua devoção católica ao ponto de inserir em sua origem um tempo em que ele estudou no clericato e foi um padre por um curto período (X-Men 100, no desastroso evento Revolution).

Noturno é filho de Raven Darkhölme (a Mística) mas foi adotado por Margali Szardos, uma integrante de um grupo étnico chamado Roma (ou Ciganos) assim como uma poderosa feiticeira. Noturno foi criado por Margali e cresceu em um circo, onde sua mãe adotiva usava seus poderes como vidente.

Jimaine Szardos (também conhecida como Amanda Shefton) é filha biológica de Margali e também possui poderes místicos. Ela já se envolveu romanticamente com Noturno e fez parte, por um breve período, do grupo Excalibur.

Apesar de ter sido criado em uma cultura cigana, Noturno não se sentiu vocacionado a seguir os passos de seus familiares e seguiu a linha cultural dos alemães e católicos.



CHUCK AUSTEN E SUA GERRA SAGRADA:

Depois que o escritor Joe Casey foi afastado da revista Uncanny X-Men devido às críticas que havia recebido com relação às suas histórias, o escritor Chuck Austen foi incumbido de substituí-lo, iniciando sua temporada com o arco Esperança (“Hope”), nome este que representava exatamente o sentimento da maioria dos leitores.

No início, suas histórias renderam elogios da crítica especializada, bem como algumas idéias lançadas na franquia principal, como trazer o Fanático (Juggernaut) para os X-Men e o ex-integrante da Tropa Alfa, Estrela Polar.

Mas logo que esse bom e curto período inicial se passou, as tramas foram ficando cada vez mais absurdas e os personagens cada vez mais descaracterizados. Lorna Dane (a Polaris), por exemplo, fez piadas infames e cruéis do seu noivo (Alex Summers) na sua despedida de solteira e é insinuado que ela o traiu com um stripper que haviam contratado para a festa.

Depois de receber um não de Alex bem no meio do altar, ela literalmente surta e consegue deter uma legião de heróis que presenciavam seu (quase) casamento em uma demonstração irreal de seu poder (ela reverteu o fluxo sanguíneo de todos aqueles que tinham poderes). Austen também foi responsável por colocar na boca do Destrutor a seguinte frase, quando este manda o Homem de Gelo atacar Lorna: “Não há ferro na água!”.

Outro ponto controverso de sua estada à frente de Uncanny X-Men (e depois em X-Men) foi o relacionamento de Anjo com a adolescente Husk. Em uma história, Anjo a leva para o céu e os dois tiram suas roupas acima dos pais da garota!

Mas a maior e pior passagem de Austen nos X-Men foi com relação ao personagem Noturno, nos arcos Guerra Sagrada (“Holy War”) e Draco (“The Draco”).

Em Guerra Sagrada, Austen criou uma seita religiosa chamada de Igreja da Humanidade (“Church of Humanity”, no original). Foi revelado que essa seita forjou a ordenação de Kurt como um padre, a fim de conseguirem o seguinte propósito: eles levariam Noturno a se tornar o próximo Papa (aparentando ser um humano de feições normais), e logo depois revelariam sua verdadeira aparência, destruindo assim a fé de todos os católicos do mundo! Assim, para todos os efeitos de cronologia, Noturno nunca foi um padre mas sim uma marionete nas mãos desses inescrupulosos vilões.

Já em Draco, Austen revela que Kurt Wagner é filho de um poderoso mutante chamado Azazel, que foi banido para outra dimensão (chamada de “Inferno”) por uma subespécie de mutantes com asas (os “Anjos”). Azazel precisa então abrir um portão dimensional para poder retornar à Terra. Para isso, ele engravida mulheres da Terra para que elas possam dar à luz crianças dotadas do poder de teleporte e, com isso, obter controle sobre elas. O maior absurdo desta trama é que não é explicado como Azazel pode se envolver com mulheres na Terra se ele está preso em outra dimensão!

E assim, o estrago estava feito, a crítica caiu em cima do escritor e “O Draco” nunca mais foi mencionado, para a sorte de todos. Lembro de uma entrevista em que Austen falou que resolveu fazer “Draco” após ter sido lançada a mini-série Origem, contando a história de Wolverine. “Chegou a vez de Noturno!”, disse para o azar da franquia.

MISOGINIA e DESDÉM:

Chuck Austen foi acusado de ter uma agenda voltada não só contra a Igreja Católica, como também a religião em geral. Outro ponto controverso de suas tramas gerou acusações de misoginia, pelo fato como ele tratava praticamente todas as personagens femininas que ele escrevia. A enfermeira Anne (criada por ele), chega a dizer ao seu filho pré-adolescente que Alex e Lorna “provavelmente estão transando”, em uma cena absurda e sem a menor verossimilhança!

Em outubro de 2003, o escritor escolheu fazer pouco caso com as críticas ao seu trabalho e parou de dar entrevistas após ter sofrido agressões verbais de fãs em uma convenção de quadrinhos (dentre outras razões). Ele voltou a falar em maio de 2004, ocasião em que ele reafirmou sua indiferença com relação aos críticos do seu trabalho.

Depois de uma breve passagem pela DC Comics, em que escreveu o título Action Comics, Chuck Austen se afastou dos quadrinhos “mainstream” e hoje, ao que se sabe, escreve histórias “hentai”.

Pessoalmente, não vejo que o personagem Noturno precise ser explorado no aspecto religioso. Sua própria aparência e personalidade de boa conduta já denota o contraste que o personagem representa. Rezemos então para que Chuck Austen nunca mais ponha os pés na Marvel (ou na DC ou em qualquer outra editora do nosso agrado!).

Abraço a todos!

BAMF!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

The X-Men 54-66: O necessário Adeus!


The X-Men 54-66.

Roteiro: Roy Thomas, com Arnold Drake (54), Chris Claremont (59) e Dennis O'Neill (65)
Desenhos: Neal Adams, com Don Heck (55, 64), Werner Roth (55) e Sal Buscema (66)
Arte-final: Tom Palmer, com Sam Grainger (66)
Marvel Comics.

I N T R O D U Ç Ã O :

Nesta que provavelmente será a minha última resenha sobre os X-Men da Era de Prata neste Blog, veremos as edições finais da revista, produzidas na maior parte por Roy Thomas e Neal Adams, e contando com desafios como o Monolito Vivo, Sentinelas, Sauron e Magneto!

Ao final, farei um apanhado geral das principais ocorrências havidas no título.

H I S T Ó R I A S :

The X-Men 54:

O vilão chamado Faraó Vivo (Ahmet Abdol) captura Alex Summers (sua primeira aparição nos quadrinhos) depois deste se graduar na universidade (veja a incoerência de sua idade nos comentários). Ahmet pensa que todos os faraós foram mutantes (o que não é verdade dentro da continuidade oficial da Marvel). Os X-Men tentam resgatá-lo e quando acham que tudo foi resolvido, deixam Ciclope e o irmão a sós.

De repente, o Faró ressurge e Ciclope é nocauteado. Quando o herói acorda, ele é abordado por policiais que o acusam de assassinar o Faraó que se encontra atirado no chão. Ciclope supõe que Alex o matou e fugiu logo em seguida.

Ciclope foge dos policiais e segue o rastro do Alex pelos túneis do quartel-general do Faraó. Para sua surpresa, o vilão está vivo, dizendo-se descendente de uma linhagem de faraós imortais e o jura de morte.

The X-Men 55:

O Faraó Vivo captura Scott e Alex e os leva para o Egito. Os X-Men vão ao seu encalço e o capturam. Na luta contra o Faraó, os poderes de Alex se manifestam pela primeira vez. O vilão é capturado mas seus acólitos escapam.

Aqui é mostrado que quando Alex manifesta seus poderes, os do Faraó são reduzidos. Esta é a verdadeira intenção por trás do interesse do vilão em Alex Summers. Os poderes deste são descritos de modo genérico (uma força de energia alimentada pelos raios solares), mas Alex teme as tragédias que eles podem causar nas pessoas... e no mundo.

The X-Men 56:

Os X-Men são atacados pelos servos do Faraó Vivo. O vilão consegue escapar e aprisiona Alex Summers em um sarcófago que contém seus poderes. E assim, o Faraó se transforma no Moniloto Vivo, uma gigantesca criatura aparentemente indestrutível, já que não precisa mais dividir seus poderes com Alex.

Mas Alex Summers consegue escapar do sarcófago usando seus poderes e, além de destruir todo o templo do Faraó, o Monolito Vivo volta a à sua forma humana novamente e é derrotado.

The X-Men 57:

Lorna Dane, a Polaris (que na época estava romanticamente envolvida com o Homem de Gelo) é capturada em Nova York por robôs Sentinelas, que aparecem pela primeira vez desde sua última aparição, agora mais desenvolvidos que as versões anteriores. Alex conta como conseguiu escapar do templo do Faraó e diz que seus poderes consistem na captura de raios cósmicos seguido da transformação dela em energia bruta e destrutiva.

Logo depois de se esconder dos X-Men, Alex é capturado por robôs Sentinelas. Os X-Men ficam sabendo que Lorna foi capturada e o Homem de Gelo e o Fera decidem voltar para Nova York.

Lá, eles ficam sabendo que Larry Trask, filho de Bolivar Trask, deu continuidade ao projeto orginal de seu pai (que você pode conferir qual é clicando aqui). Ele diz à opinião pública que os X-Men foram os responsáveis pela morte de seu pai e ganha o apoio do juiz federal Robert Chalmers para prosseguir com o programa Sentinela.

The X-Men 58:

O Homem de Gelo e o Fera são atacados por Sentinelas. Fera consegue escapar mas Bobby é capturado. Larry Trask, na TV, afirma que as falhas do programa original dos Sentinelas não voltarão a ocorrer.

Na prisão, Bobby fica temporariamente sem poder usar seus poderes. Ele vê Alex vestindo um uniforme que consegue conter seus poderes (o mesmo uniforme que o herói usaria até o início dos anos 90). Aqui ele é chamado pela primeira vez de Destrutor, nome este batizado pelo Faraó. Larry conta sua história e que prometeu ao pai que nunca tiraria do pescoço um medalhão que pertenceu à sua mãe.

O Banshee aparece do nada para ir ao lugar nenhum e, logo depois de ser capturado, Larry Trask demonstra toda sua loucura de intolerância para com os mutantes, mandando os Sentinelas localizar e destruir todos eles. O Juiz Chalmers, que já havia mostrado sinais de que os propósitos de Larry Trask não eram muito convincentes, o contém e retira o medalhão de seu pescoço.

Depois disso, um Sentinela captura Larry revelando que ele também é um mutante e que prosseguirá com as últimas ordens dadas!

The X-Men 59:

Os X-Men vão até a base de Larry Trask libertar seus amigos.

Enquanto isso, todos os mutantes com quem os X-Men já se depararam até então, à exceção de Magneto, são capturados pelos robôs Sentinelas (a omissão de Vanisher é suprida na edição seguinte).

O Juiz Chalmers conta a Larry que seu pai pediu para que ele usasse o medalhão para que nenhum mutante pudesse localizá-lo e que ele nunca mais usasse seus poderes clarividentes (uma justificativa estranha para o uso do artefato, como abordarei depois).

Ciclope usa sua boa retórica nos Sentinelas que os fazem se dirigir até a fonte de radiação que estimula toda a mutação... o Sol. Os Sentinelas, mais uma vez, mostra como sua programação é falha e fazem mais uma demonstração de pura imbecilidade. E assim, todos os robôs vão até o centro do Sol, em um cena belíssima ilustrada por Neal Adams!



Os robôs gigantes voltariam em Avengers 102. Como são foras da lei e não podem ir a um hospital, os X-Men decidem procurar o Dr. Karl Lykos, que se transformaria no vilão Sauron, conforme veremos na edição logo abaixo.

The X-Men 60:

O Dr. Karl Lykos é um médico que participou com o Professor Charles Xavier de um projeto chamado "Projeto Mutante" (ou Genoma). Ele foi criado em um local chamado Terra do Fogo ("Tierra Del Fuego", no original), na Antártida, onde em uma busca pela garota Tanya houve um acidente com pteranodontes que o deixou com uma espécie de maldição: ele precisaria drenar energia de seres humanos para continuar vivo. Ele foi proibido pelo pai de sua amada, Tanya, de se relacionar com ela por questões puramente financeiras.

Ele tentou conseguir riquezas por meio de seu trabalho como médico, mas sua necessidade de buscar energia acabou comprometendo todos os seus rendimentos.

E assim, ele passou a tratar seus pacientes, drenando suas energias vitais, sem que eles soubessem.

Os X-Men levam Alex Summer, que ficou bastante ferido no confronto com os Sentinelas, para que o Dr. Lykos cuide dele. E assim, Lycos descobre que a energia de mutantes o torna ainda mais forte! Fã da literatura de Tolkien, assim que se transforma em um pteranodonte, ele se autodenomina... Sauron!

Curiosamente, o juiz Chalmers liberta todos os mutantes capturados pelos Sentinelas... até os vilões procurados pelas autoridades!

The X-Men 61:

Os X-Men enfrentam Sauron nos céus de Nova York. Quando os seus poderes estão prestes a se esgotar, o vilão usa seus dons hipnóticos em Warren (o Anjo) para que este o leve embora do campo de batalha.

Coincidentemente, os X-Men vão até o consultório de Karl Lykos para ver como Alex está. Lá eles vêem o irmão de Scott em boas condições e o levam para casa. Mas antes eles presenciam a amada de Lykos, Tanya, ter seu coração partido pela intolerância do pai (que também estava presente, no mais puro dramalhão mexicano) e o orgulho de Lykos.

Na Mansão X, Lykos sorrateiramente drena a energia de Lorna Dane e se transforma novamente em Sauron! Ele vai até a casa de Tanya tentar matar o pai de sua amada. Mas os X-Men aparecem e conseguem detê-lo. Quando pensa nas consequências de seus atos, ele foge até a Terra do Fogo, local onde ele foi criado, e espera a morte.

Tanya (e logo atrás, os X-Men) segue seu rastro e assim que a vê, pensa em drenar sua energia e se desespera. Ele se joga de um penhasco para que não drene a energia da pessoa que ele mais ama!

The X-Men 62:

Os X-Men procuram o corpo de Karl Lykos e vão parar na Terra Selvagem (para saber sobre a primeira incursão dos mutantes nesta Terra que o mundo esqueceu, clique aqui).

Lá, eles se encontram novamente com Ka-Zar, que ainda se comporta de forma bastante hostil para com os X-Men.

O Anjo é resgatado pelo Criador e seus Metamorfos. Inicialmente, o herói é dado como morto, mas a fagulha de vida que ainda existia nele foi o suficiente para que o Criador pudesse trazê-lo de volta com sua máquina chamada "Unidade Criogênica".

Os X-Men e Ka-Zar combatem alguns mutantes da Terra Selvagem enquanto o Anjo se alia ao Criador, sem que soubesse que este na verdade é... Magneto, que se escondia na Terra Selvagem desde que foi derrotado pelos X-Men e os Vingadores em Avengers 53.



The X-Men 63:

Os X-Men lutam contra os Metamorfos da Terra Selvagem. O Anjo descobre as verdadeiras intenções do "Criador", que inicialmente ele achava que eram semelhantes aos do Professor Xavier, que consistiam na criação de mutantes para seguir Magneto.

Magneto ordena à metamorfa Lorelei que use seus poderes de controle sobre os X-Men. Jean Grey, por ser a única mulher, não é afetada pelos poderes de Lorelei e combate Magneto. Ela o derrota ao usar seus poderes telecinéticos para controlar os raios ópticos de Ciclope. Ela destrói a base de Magneto que, aparentemente, morre no local.

The X-Men 64:

Os X-Men enfrentam Solaris (Shiro Yoshida), que anos mais tarde entraria brevemente para os X-Men (em Giant-Size X-Men 01, de 1975, já na nova fase do grupo). Esta é sua primeira aparição nos quadrinhos.

Solaris é um mutante terrorista que procura se vingar da explosão da bomba atômica em Hiroshima. Shiro Yoshida nasceu poucos anos depois que sua mãe foi gravemente ferida pela explosão da bomba em 1945. Seus poderes se manifestaram pela primeira vez quando visitou o local da explosão e tocou nos escombros. E assim foi treinado pelo seu tio Tomo Yoshida para ser um combatente terrorista. Ao final da história, ele se arrepende de seus atos com a morte de seu pai Saburo Yoshida pelas mãos do seu tio, o mesmo que o ensinou a ser um nacionalista racista.

The X-Men 65:

Os X-Men descobrem que o Professor Xavier não está morto, para o alívio emocional de Jean Grey, que escondeu por meses esse segredo. Ele diz que ficou escondido para preparar seu plano de repelir uma invasão alienígena dos Z'nox. Ele descobriu a invasão enquanto fazia uma "varredura telepática pelas estrelas" (tsc...).

Xavier explica que o corpo enterrado na verdade era de Morfo, que fingiu ser ele enquanto planejava sua missão. Ele disse que compatilhou seus poderes com Morfo e Jean Grey. Isso explica, de certa forma, porque Jean começou a usar telepatia depois do sumiço de Xavier (até então ela só possuía dons telecinéticos). Mas explicações posteriores deram conta de que na verdade Xavier apenas desbloqueou os dons telepáticos que Jean sempre teve!

Depois de serem treinados pelo Professor X na Sala de Perigo, eles vão até a nave alienígena e combatem um monstro gigante.

Enquanto isso, Xavier empreende seu plano unificando toda a "força de boa vontade" de todas as pessoas boas do planeta e repele a ameaça alienígena, em um final digno de um desenho da Barbie (hehehe...). Mas confesso que o texto de Dennis O'Neill ficou muito bom na cena do disparo. Anos depois, o escritor Chris Claremont revelaria que essa energia atrairia Lilandra Neramani do Império Shiar (conforme flashback na edição 107 de Uncanny X-Men).

Xavier fica exausto com o uso de tanto poder amoroso, e cai no chão, fato que servirá de mote para a próxima e última edição dos X-Men na Era de Prata.

The X-Men 66:

Os X-Men lutam contra o Hulk a fim de recuperar uma máquina que pode salvar o Professor Xavier.

A história revela que Xavier e Bruce Banner trabalharam no passado em um projeto de uma máquina de raios gama que trata de "exaustão mental".

Antes de conseguirem seu intento, os X-Men tem uma óbvia luta com o Hulk e assim o Professor X fica bem novamente e... a revista é cancelada devido a baixas vendas!


C O M E N T Á R I O S :

Essas foram as últimas histórias produzidas na Era de Prata com os X-Men (em sua própria revista). Depois da edição 66, o título voltaria nove meses depois republicando histórias antigas.

Eles só retornariam em Giant-Size X-Men 01, em 1975, ocasião em que a revista X-Men voltaria a publicar novas histórias a partir da edição 94 (agosto de 1975). A partir de então, a revista se tornaria, aos poucos, um estrondoso sucesso e uma franquia que consquistou uma legião de fãs, como este que vos escreve!

Mas vamos a algumas considerações acerca dessas ediões finais...

Em The X-Men 54, vemos a primeira aparição de Alex Summers que, algumas edições depois se tornaria o herói conhecido como Destrutor. Podemos notar um erro de continuidade nessa inserção do irmão de Scott, já que Alex é o seu irmão mais novo mas, nesta edição, ele está se formando na universidade! E, até onde sabemos, Scott é um adolescente ainda já que faz parte do "grupo de adolescentes mais incomuns de todos"!

Outro fato curioso é que ambos tomam bebida alcoólica nesta edição, de modo que devemos presumir que ambos já tenham pelo menos 18 anos de idade. O Fera, como é o X-Man mais velho, tem no mínimo 19.

Os cabelos de Alex são pintados de castanho nas edições 54 e 55. Logo depois, eles serão loiros e assim permanerão até os dias de hoje.

Já as edições envolvendo os Sentinelas trazem a primeira aparição de Larry Trask, o mutante clarividente. Curiosamente, Larry Trask não usa o medalhão que contém seus poderes na primeira edição. Nas edições seguintes, ele ostenta o medalhão para todos.

O juiz Robert Chalmers, que tinha uma boa relação de amizade com Bolivar Trask, provavelmente fez vista grossa para o fato de Larry ser mutante, porque ele se diz "quase convencido" de que todos os mutantes são uma ameaça para a humanidade (o que inclui Larry). Aliás, o Conselho Federal de Atividades Mutantes, encabeçado pelo juiz federal Robert Chalmers é a primeira organização governamental anti-mutante na história dos X-Men.

Depois de anos enfrentando vilões como um grupo de super-heróis genéricos, os X-Men começam a tratar do tema da histeria anti-mutante, que elevou o nível das histórias e um propósito para o grupo (que sempre existiu e que foi consolidado aqui), mas não conseguiu salvar o titulo do cancelamento.

O escritor Chris Claremont é creditado como "roteirista assistente" na edição 59, sendo esta então a sua primeira história com os X-Men. Anos depois, ele escreveria uma longa temporada de mais de 15 anos com os personagens.

Na edição 60 o logo é alterado por Sam Rosen, que retrabalhou no design criado por Jim Steranko. Esse novo logo acompanharia a revista por décadas. Nos anos 90, a versão de Jim Steranko retornaria, até ser alterada por uma versão indiscutivelmente mais feia criada pela Comicraft, com a entrada de Grant Morrison e Joey Casey nas revistas New X-Men e Uncanny X-Men.

Sauron é um excelente vilão, com uma boa origem e uma boa carga dramática (reparem sua aversão ao frio e a cena de sua morte...) mas que deveria ter permanecido morto depois da edição 61. Todo o conteúdo do personagem foi esgotado nas duas edições produzidas por Thomas/Adams. Assim, quando retornou em Uncanny X-Men 115, ele não tinha mais um propósito específico e entrou para a galeria de vilões de segunda categoria dos mutantes.

Aliás, até ler essas edições recentemente, não sabia que o nome Sauron era oficialmente inspirado pelo vilão do Senhor dos Anéis. Xavier se refere a ele como uma "variação não mutante", de modo a denotar que ele não nasceu com poderes (ele ganhou por um fator externo). Se trocarmos então o dinossauro que o mordeu por uma aranha, podemos concluir que o Homem-Aranha, por exemplo, também pode ser considerado uma "variação não mutante", assim como vários heróis e vilões do Universo Marvel. Um conceito inútil, portanto.

Também nessas últimas edições começa a se desenvovido o triângulo amoroso Bobby/Lorna/Alex. À medida em que convive mais com Alex, Lorna se sente cada vez mais desprendida de Bobby.

Nas edições dedicadas à Terra Selvagem, vemos a primeira aparição dos Metamorfos (Gaza, Anfíbius, Lupo, Flautista, Imago, Lorelei e Bárbarus) que, de forma surpreendente, deixariam de ser meros capangas de uma história só e apareceriam em diversas edições posteriores (claro, após o ressurgimento da equipe e criação de novas histórias, a partir de 1975).

Na edição 64 temos a primeira aparição de Solaris. Sua origem precisa de uma atualização já que o herói remonta à segunda Guerra Guerra Mundial. Nessa edição, na seção de cartas, um dos leitores diz para o nosso espanto: "Por favor, tragam de volta (os desenhistas) Don Heck ou Werner Roth... Eu não tenho pessoalmente nada contra Neal (Adams) e eu tenho certeza de que ele é um cara legal, mas sua arte precisa de um pouco de aprimoramento". Se esse leitor fosse vivo hoje, ele com certeza seria um fã de Rob Liefeld. Hehehe...

Mas a grande estrela de toda essa fase final é mesmo Neal Adams. Um artista à frente do seu tempo, ele possui um dom de inventividade surpreendente na criação de quadros e elaboração das cenas. Ele detalha seus desenhos com realismo e capricha na fisionomia de cada herói ou vilão. A cena em que um Sentinela espreita Bobby e Hank na janela é fabulosa, com o perdão do trocadilho! Sua arte serviu de parâmetro para inúmeros artistas e até hoje essa fase final é lembrada, em grande medida, graças a ele.

Uma última informação. A capa à direita ao lado da edição 56, que abre esta resenha, é a outra versão de Neal Adams não utilizada para a mesma edição.

Agora sim me sinto mais conformado em abandonar a Era de Prata e dar um final digno a ela neste Blog. Com sorte, em breve iniciarei os trabalhos com o Índice dos X-Men, mas vejo que a falta de tempo colocará o projeto na gaveta por um tempo indeterminado. Em janeiro, teremos muitas novidades não reveladas com os X-Men... mas não vou contar quais são. hehehe...

Abraço a todos!

BAMF!