quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Demolidor: Diabo da Guarda.

Tenho uma pilha enorme de revistas atrasadas para por em dia. Recentemente coloquei na frente de todas o encadernado do Demolidor, contendo o arco Diabo da Guarda (referente aos 8 primeiros números do segundo volume da revista Daredevil), porque me lembro de que quando li essa história pela primeira vez, há quase dez anos, eu achei o máximo.

Escrita pelo cineasta Kevin Smith e desenhada pelo até então editor da linha recém-lançada Marvel Knights, Joe Quesada, a história gira em torno do nascimento de um bebê que, segundo dois lados antagônicos, pode ser o messias ou o anticristo. O tema é interessante dentro do universo do Demolidor, já que o nosso “Demônio Ousado” (uma tradução livre para o nome original do personagem título, Daredevil) é um contraste entre o que ele veste (Diabo) e o que pratica (heroísmo).

Mas, passados esses quase dez anos desde a última leitura, penso que muito daquela magia e empolgação se perdeu naquela mesma época e eu não me dei conta disso. Relendo a história, não acho que tenha sido o fato de saber qual era o grande segredo ao final da revista que tenha acabado com o encanto desse arco. Achei os diálogos de Kevin Smith verborrágicos em algumas não poucas páginas, pretensioso em outras várias, porém bem escrito na maior parte.

Assim, não é que seja uma história ruim ou mal contada. Pelo contrário, acho que o mistério lançado pelo escritor ao longo do arco é muito interessante e, caso o antagonista de Diabo da Guarda tivesse tido realmente a resolução que Smith bolou pro arco, quem sabe ele não seria lembrado como um vilão que teve uma excelente empreitada final. Coisa que sabemos que não ocorreu...

Os desenhos de Joe Quesada são muito irregulares. Ao mesmo tempo em que ele desenha quadros e ângulos impressionantes, seja envolvendo misticismo ou uma singela luta urbana, Quesada também nos brinda com rostos deformados, personagens com faces diferentes a cada quadro e uma desproporção exagerada do corpo humano. Outra coisa que eu antes achava incrível, hoje eu critico que são as cores exageradas usadas na história, onde tudo é multicolorido.

Considero que grande parte da minha decepção ao reler esta história (que eu sempre quis que fosse lançada de forma decente no Brasil) seja em razão da fase que a sucedeu alguns números depois, sob a responsabilidade de Brian Michael Bendis e Alex Maleev. O que esses dois autores fizeram depois com o Demolidor está muito acima do que foi feito com o personagem durante os últimos anos e, tirando um pouco o saudosismo de lado, acredito que a fase Bendis/Maleev esteja no mesmo patamar, ou quase, à época do Frank Miller.

Feliz ou infelizmente, a fase Bendis/Maleev, mais sóbria, densa e adulta, fez com que eu diminuísse e muito o meu apreço com relação à passagem de Kevin Smith e Joe Quesada pelo título do Demolidor, neste Diabo da Guarda.

Abraço!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Kang e o Sexteto Sinistro.

Não, esses vilões não se uniram. Na verdade, o que ocorreu foi que Kang e o grupo reunido de vilões do Homem-Aranha, o Sexteto Sinistro, coincidem no lançamento de suas primeiras aparições.

Em setembro de 1964, há 45 anos, na revista The Avengers 08, surgia nos quadrinhos um dos vilões mais conhecidos dos Vingadores: Kang, o Conquistador. Criado por Stan Lee de Jack Kirby, Kang pode ser considerado como o vilão “mestre do tempo” dos Vingadores.

Anteriormente, o vilão já havia sido apresentado com outro nome, Rama-Tut, na revista Fantastic Four 19 (de Outubro de 1963). Mas somente quando confrontou os Vingadores foi que ele se batizou de Kang, o Conquistador.

Em The Avengers 10, Stan Lee e Dock Ayers criaram outro mestre do tempo chamado Immortus. Posteriormente, o escritor Roy Thomas revelou que Immortus na realidade era outra identidade de Kang, assim como uma terceira de nome Centurião Escarlate.

Durante anos, Kang acreditou que estava de alguma forma ligado ao Dr. Destino, mas o escritor John Byrne, anos mais tarde, mudou essa especulação e o conectou ao Sr. Fantástico, Reed Richards.

Já o Sexteto Sinistro (nome bastante criticado) também surgiu há 45 anos, em setembro de 1964, na revista The Amazing Spider-Man Annual 01. O grupo original era formado pelos vilões Dr. Octopus, Abutre, Electro, Homem-Areia, Kraven e Mysterio que uniram suas forças contra o Homem-Aranha.

Particularmente, nas minhas primeiras leituras de histórias em quadrinhos da Marvel, eu sempre gostei quando esse grupo era reintegrado. Com o tempo, no entanto, percebi que a fórmula havia se desgastado e, pelo menos do que eu li até hoje, já faz algum tempo que esse grupo de vilões não se reúne novamente – lembrando que Kraven está morto, mas deixou sucessor.

Ainda em setembro de 1964...

Com a aquisição de novos leitores, Stan Lee decidiu reimprimir a origem de alguns de seus personagens mais populares, como Homem-Aranha, Hulk e Quarteto Fantástico na revista Marvel Tales Annual 01.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Gavião Arqueiro: 45 anos!

Em setembro de 1964, na revista Tales of Suspense 57, surgia pela primeira vez o personagem Gavião Arqueiro, criado por Stan Lee e Don Heck. O órfão Clint Barton foi criado por Jacques Duquesne, o homem que futuramente seria o Espadachim.

Depois de treinar bastante para se tornar um arqueiro, Clint Barton se tornou o melhor atirador do mundo. Enciumado com a atenção dada aos super-heróis, Barton inspira-se no Homem de Ferro e decide se tornar um super-herói, batizando-se de Gavião Arqueiro.

Depois de criar seu uniforme, o Gavião Arqueiro impede um roubo de uma joalheria, mas a polícia acaba achando que ele fazia parte da gangue de assaltantes. A Viúva Negra o livra da captura mas o leva a enfrentar o Homem de Ferro (que era a estrela da revista na época).

Logo após limpar o seu nome, o Gavião Arqueiro se integra aos Vingadores. Posteriormente, ele chegou a liderar os Vingadores da Costa Oeste e os ridículos Vingadores Centrais (com destaque para a fase de John Byrne no título Avengers West Coast), além de uma passagem no grupo Thunderbolts. O personagem também ganhou bastante destaque na minissérie que reuniu os Vingadores e a Liga da Justiça, muito provavelmente por ser um dos preferidos do escritor Kurt Busiek.

Atualmente, o personagem abandonou o arco e flecha e se tornou um “ninja”, assumindo o codinome Ronin. Descaracterizado nas mãos do escritor Brian Michael Bendis, Clint Barton pode ser encontrado como um membro do grupo Novos Vingadores na revista The New Avengers. Já seu codinome original, Hawkeye, foi passado para a garota chamada Kate Bishop, que integra os Jovens Vingadores (no Brasil, foi traduzido para Gaviã Arqueira).

Abraço!

(Gavião Arqueiro por Carlos Pacheco)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O que é um "Arco"?


Esta postagem foi feita em resposta à dúvida do Railer, que me perguntou o que é um “Arco”, em duas oportunidades. Eu havia respondido já na primeira vez, só que com as atualizações do Blog, a resposta foi ficando para trás e, logo depois, entrou para o arquivo e só lá poderia ser encontrada. Assim, ficou um tanto quanto difícil encontrar.

Pois bem. A imagem acima se refere a três edições da revista New X-Men, quais sejam, as de número 114-116. Trata-se da estreia de Grant Morrison como escritor do título e seu primeiro arco se chamou “E is for Extinction” (“E de Extinção”). Mas, enfim, o que é um “arco”?

Por questões práticas, usamos a expressão “Arco” para significar um “Arco de Histórias”. A parte final, “de histórias”, fica suprimida por elipse.

Assim, no caso de “E is for Extinction”, o escritor quis contar uma história que se dividiu em três partes (repare nas figuras colocadas acima). Cada edição da revista New X-Men representou uma segmento da história mas isso não significa que a terceira parte seja a última edição da revista.

Logo após desse primeiro arco, surgiram outros, desenvolvendo o andamento da revista com o surgimento de novas tramas, ou simplesmente novas revelações sobre as anteriores. Assim, logo depois, em New X-Men, vieram os arcos “Germ Free Generation”, “Imperial” etc.

Nem sempre uma edição faz parte de um arco. Pode ser simplesmente uma história autocontida, que não precisa se dividir em mais de uma parte. Normalmente quando estamos diante de um arco de histórias, isso pode ser facilmente identificado ou pela capa ou pelos créditos insertos dentro na revista.

Espero que com isso eu tenha esclarecido sua dúvida, Railer.

Abraço!

domingo, 6 de setembro de 2009

X-Men: Manifest Destiny 01-05 e Nightcrawler.


"Morte ou Cura" e outras histórias
(X-Men: Manifest Destiny 01-05 e X-Men: Manifest Destiny - Nightcrawler)

Roteiro: Mike Carey e outros
Desenhos: Michael Ryan e outros
Arte-final: Victor Olazaba e outros
Marvel Comics.

Já vimos em outra oportunidade uma amostra de como começou a minissérie X-Men: Manifest Destiny, que conta com diversas pequenas histórias envolvendo alguns dos personagens da franquia mutante que não andam tendo muito destaque nas séries principais dos X-Men.

Penso que a história envolvendo o personagem Homem de Gelo, “Morte ou Cura”, até por se desenrolar ao longo das cinco edições da revista, seja a mais importante, em razão dela continuar o desenvolvimento de uma trama iniciada no título X-Men, de autoria de Mike Carey: o envolvimento de Mística com Bobby Drake.

E aqui, nessa minissérie, a vilã usa toda a sua astúcia para “ajudar” Bobby a voltar a ter o controle de seus poderes. “Ajudar” entre aspas, uma vez que a personagem usa artifícios pra lá de duvidosos, como terrorismo e assassinato.

O ponto mais importante dessa história envolvendo Bobby e Raven ocorre quando o Homem de Gelo entende as razões da vilã tresloucada. Por mais estrambelhadas e psicóticas que sejam os meios utilizados por Mística, esta no fundo quer ajudar aqueles por quem ela preza, mas dentro da sua concepção do que seja o correto. Isso ajuda a enriquecer um pouco mais a personalidade de Mística que, de tempos em tempos, muda de lado para cair novamente na tentação de fazer maldades. Heheh...

Os desenhos de Michael Ryan mostram um estilo um pouco mais cartunesco, com olhos exageradamente arregalados. Ryan nunca seguiu um estilo realista, mas seus desenhos no título New X-Men: Academy X eram bem agradáveis. Alguns movimentos criados por ele em cenas de ação ficaram meio estranhos, com os corpos dos personagens meio tortos e inverossímeis. No entanto, foi o melhor desenhista perto dos outros que acompanharam as edições da minissérie.


As outras histórias são todas descartáveis: Emma Frost coloca em cheque sua lealdade pela milésima vez; Fanático tem uma conversa insuportável em um bar; Avalanche é coagido pelos X-Men a andar na linha; Cristal ajuda uma tripulação em um voo; Mercury se sente feia; Colossus lamenta a morte de Kitty; Graymalkin conta sua origem; e Noturno se acha inútil em duas situações distintas (em uma pequena história dentro da minissérie e em uma edição especial dedicada especialmente a ele) e, na última, abandona os X-Men apenas para voltar logo em seguida.

Agora, confesso que fiquei surpreso que o selo “Destino Manifesto” tinha relação com a história do movimento expansionista norte-americano. Este deslize só foi notado por mim graças ao texto do editor da revista nacional dos X-Men. Que vergonha...

Penso que o nome dado a esta nova fase dos X-Men como Destino Manifesto tenha a ver com a conjugação de forças com que os X-Men parecem estar se organizando, o tal “exército” montado por Ciclope em São Francisco. A própria localização da nova base dos X-Men, em um lugar onde os mutantes são aceitos, guarda relação com um movimento de auto-afirmação de uma população (no caso aqui, os mutantes). Achei bem interessante o paralelo. Porém, a execução...


Abaixo um pouco sobre esse acontecimento histórico, de autoria de Rainer Sousa:

A conquista da independência alcançada pelos Estados Unidos promoveu um notável processo de crescimento econômico e populacional. Mais do que isso, a vitória contra os antigos laços coloniais foi apenas o primeiro passo para que outras conquistas viessem a ser logo empreendidas por essa mesma população. Nesse contexto, observamos o expressivo alargamento das fronteiras da nação norte-americana rumo ao norte e ao sul de um imenso espaço inexplorado.
A
primeira das conquistas estabelecidas pelos Estados Unidos aconteceu em 1803, quando o governo negociou a compra da Louisiana junto aos franceses. Pouco tempo depois, no ano de 1819, o governo conseguiu adquirir a Flórida anteriormente controlada pelos espanhóis. Essa mesma política de compra territorial também aconteceu no Alasca – comprado dos russos em 1867, e na conquista do Oregon – região que anteriormente pertencia aos domínios do Império Britânico.
No caso
de conquista da região do Texas, os Estados Unidos tiveram que empreender uma guerra contra o México. Desde as primeiras décadas do século XIX, colonos norte-americanos se instalavam de forma ilegal ou consentida nos territórios texanos empreendendo formas autônomas de organização de suas áreas de influência. Com o passar do tempo, o não reconhecimento da autoridade política mexicana incitou os colonos daquela área a travarem uma guerra contra os mexicanos.

A vitória contra os mexicanos aconteceu paralelamente ao processo de ocupação das terras a oeste. A busca e o controle dessas terras motivaram diversos colonos e imigrantes europeus a tentarem a sorte buscando um pedaço de terra onde poderiam alcançar uma vida mais próspera. É importante ressaltar que nessa corrida, um violento conflito contra as populações indígenas promoveu, décadas mais tarde, as famosas histórias que marcaram os filmes de faroeste.

Contudo, mesmo sendo marcada pela violência e pelas guerras, a expansão dos Estados Unidos até o extremo oeste recebeu uma significativa justificação ideológica, a doutrina do Destino Manifesto, que colocou os colonos norte-americanos como divinamente destinados a promover a conquista dessas novas terras. A ambição e o interesse econômico ganharam um arrebatador apelo religioso que legitimava os conflitos e massacres que marcaram esse episódio na história norte-americana.

Todas essas conquistas territoriais foram de fundamental importância para que os Estados Unidos acelerassem o seu processo de desenvolvimento agrícola e industrial. No setor agrário, o país conseguiu ampliar sua produção de trigo, milho e algodão. Além disso, a criação de ovinos, suínos e bovinos significou outra frente de fortalecimento da pecuária estadunidense. Na indústria, o crescimento dos mercados consumidores e o investimento em infra-estrutura dinamizaram a economia nacional.

Os ganhos alcançados por meio de tantas conquistas foram a prova fundamental que comprovava a doutrina do Destino Manifesto. Com isso, essa sociedade mobilizada em torno do objetivo de conquistar terras construiu uma auto-imagem de uma nação eleita por Deus para civilizar novas terras e prosperar economicamente. Dessa forma, estavam estabelecidas as condições e o sentimento que transformaram as antigas Treze Colônias em uma grande potência mundial.



Abraço!

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Madelyne Pryor: Anos Perdidos.

Literalmente perdidos!

Depois de sua morte na saga Inferno, a personagem Madelyne Pryor não deveria ter mais voltado. Mas voltou na fraquíssima série X-Man nos famigerados anos 90, uma cria do Jeph Loeb. Muita coisa deixou de ser publicada aqui no Brasil dessa série, de modo que os leitores ficaram sem saber qual o destino da personagem (uma de minhas vilãs favoritas).

Como vimos em “Sisterhood”, arco da revista Uncanny X-Men, ela voltou para atazanar a vida dos mutantes de São Francisco. Com base nisso, fiz uma tradução livre para os Protocolos Xavier do que estava contido no Uncannyxmen.net sobre a passagem da personagem no título X-Man. Detalhe: como o site nacional segue a cronologia das publicações da Panini, o paradeiro de Madelyne ainda é incerto no Brasil.

Posto aqui para quem tiver curiosidade, e para fins de registro, além de recomendar ambos os sites (pode haver equívocos):

“Anos depois, quando Nate Grey ingressou no Universo 616 da Marvel, após a saga Era do Apocalipse, ele acidentalmente criou um novo corpo ao fantasma psiônico de Madelyne. Quase completamente sem suas lembranças, Madelyne apenas se lembrava de seu ódio pelo Sr. Sinistro, além de alguns “flashbacks” de um grupo chamado X-Men. Contudo, ela não fazia ideia do que significava tudo aquilo. Em Paris, ela foi atraída ao apartamento de Selene e, gradativamente, a vilã começou a influenciar Madelyne. Selene usou Madelyne também para atrair a atenção de Trevor Fitzroy. Madelyne derrotou Fitzoy com sua telecinese, penetrando em sua armadura, de modo que ele se tornou uma presa fácil para Selene [X-Man 16-17].

Selene e seus companheiros viarajam para Nova York e se encontraram com Sebastian Shaw e Tessa, sugerindo a reintegração do Círculo Interno do Clube do Inferno. Selene apresentou Madelyne como a nova Torre Negra do Clube e Shaw e Tessa ficaram surpresos ao ver a mulher responsável pelo evento chamdo “Inferno” estar sob a influência de Selene.

A fim de provar seu valor, Madelyne travou uma batalha contra contra a Torre Vermelha do Clube do Inferno londrino, Scribe, na qual ela não só vence facilmente, como também expulsa o mutante parasita Mountjoy do corpo da mulher. [X-Man 22-23].

À noite, Tessa realiza uma sonda psíquica na mente de Madelyne mas é descoberta. Madelyne derrota Tessa e descobre-se que também possui poderes telepáticos, fazendo com que Tessa esqueça todo o incidente. A invasão na mente de Madelyne acaba restaurando suas memórias [X-Man Annual '96].

Agora lembrando de todo o seu passado, Madelyne se livra da influência de Selene. Ela sai então a procura de Nate Grey mas acaba encontrando Threnody. Furiosa em saber de que ainda estava morta, não obstante ainda possuir um corpo e respirar, Madelyne mata Threnody. Logo depois, ela se reencontra com Nate no lugar onde eles se encontraram pela primeira vez, nos Alpes Suíços.

Só que Nate estava com Jean Grey e, em uma batalha, o X-Man escolhe ficar ao lado de Jean. Nate e Jean descobrem que Madelyne era um fantasma psíquico, que ganhou forma graças ao inconsciente de Nate. Ele tenta reabsorvê-la, mas descobre que não pode mais, uma vez que ela agora se tornara independente. Madelyne escapa e se reencontra com Sebastian Shaw, ocasião na qual ambos passam uma noite juntos [X-Man 24-25].

Madelyne e Sebastian ficam bastante próximos, inclusive demonstrando sua intimidade em público durante um baile do Clube do Inferno [X-Man 28]. Então, quando uma operação do Clube do Inferno foi interferida por Cable, Madelyne troca de lado. Ela dá ao seu filho, Nathan, pistas sobre a localização do vilão e, logo depois, abandona sua posição no Círculo Interno [Cable 50].

Algumas semanas depois, Madelyne aparece novamente ao lado de X-Man, agora com capacidade de se teleportar. Ela o ajuda em uma batalha contra os “Great Beasts”, demonstrando que ela quer ficar ao lado de Nate, mesmo a contragosto deste [X-Man 39-41].

De início, ele não se sente à vontade em sua companhia, mas assim que tem incício a “Guerra Psíquica” (um evento que mostra uma batalha entre Psylocke e o Rei das Sombras), ocorre temporariamente um “apagão” dos poderes psiônicos no mundo, e, com isso, ele recebe de bom grado a ajuda de Maddie. A relação entre os dois se desenvolve, misturando aspectos de amizade, amor e laços de família [X-Man 44].

Quando Nate é atacado por um grupo de operações vestindo armaduras que os protegiam de ataques psíquicos (”Strikesquad: Gauntlet”), Madelyne é enterrada viva por um deles. Ela escapa por meio de teleporte, mas devido à quantidade de energia despendida por Nate, ela começa a mudar de forma, como se estivesse “murchando”. Sentindo-se sem condições de continuar com Nate, ela o deixa [X-Man 52].

Em torno de um semestre depois, o X-Man novamente ganha a companhia de Madelyne, mas é revelado que na verdade esta “Maddie” não passa de uma Jean Grey malígna de uma linha alternativa. Aparentemente, ela se aproveitou da condição da Madelyne criada por Nate e a assassinou para tomar seu lugar. Sua explicação simplesmente foi dizer que havia substituído Madelyne há alguns meses atrás [X-Man 67].

O paradeiro da “verdadeira” Madelyne é incerto, mas aparentemente ela está morta. Na ocasião em que os “Doze” foram capturados por Apocalipse, Cable e Ciclope se reencontraram com o fantasma psíquico de Madelyne no plano astral, e ambos fazem as pazes com ela. Na ocasião, ela aparentemente não tinha mais suas habilidades de telecinese e teleporte [Cable 76]. Ademais, o trágico destino do X-Man também influenciou no seu desaparecimento, uma vez que com isso ela perdeu sua fonte de energia.”


Abraço!

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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Deathlok: 35 anos!

Há 35 anos, em agosto de 1974, na revista Astonishing Tales 25, o personagem Deathlok fazia sua primeira aparição! Criado antes de Robocop e Exterminador do Futuro, o nome verdadeiro do personagem era [Coronel] Luther Manning, um soldado de um futuro pós-apocalíptico, da década de 1980 (vejam só...). Depois de ser seriamente ferido em jogos de guerra, o Coronel Luther Manning é transformado em um guerreiro ciborgue, parte homem e parte máquina.

Anos depois, vários outros Deathloks apareceriam. O original, no entanto, foi criado por Doug Moench e Rich Buckler.

Deathlok ganhará uma nova chance nos quadrinhos em novembro deste ano, em uma minissérie em sete partes escrita por Charlie Huston e desenhada por Lan Medina (excelente artista!). Pelas solicitações, tem tudo para ser um 'reboot' do personagem:

DEATHLOK #1 (of 7)
Written by CHARLIE
HUSTON
Penciled by LAN MEDINA
Cover by BRANDON PETERSON
Variant
Cover by BUCKLER
Marvel's ultimate cyborg is back in this 7-issue Marvel Knights limited series written by Charlie Huston (MOON KNIGHT) and breathtakingly illustrated by Lan Medina (FOOLKILLER).In the not-too-distant future, war is a spectator sport, warriors die hard and live fast, and living larger than anyone is super-soldier Lieutenant Mike Travers. That is, until Travers hotdogs it on the battlefield and gets himself and his C.O., Luther Manning, blown to bits. The show must go on. Enter: Deathlok the Demolisher!!!
32 PGS./Parental Advisory ...$3.99


Abraço!

Disney compra Marvel Entertainment Inc.

Este Blog não é sobre novidades. Para isso, existem inúmeros portais nacionais que já traduzem, em grande parte, as notícias que aparecem no mundo da nova arte.

No entanto, em virtude da relevância do assunto, coloco aqui uma das várias matérias sobre a aquisição da Marvel pela Disney. De longe, este é um dos anúncios mais bombásticos desse ano e que pode (ou não) representar um reviravolta na linha editorial da Marvel (apesar do editor-chefe Joe Quesada já ter dito que nada será alterado).

Do UOL:

Disney anuncia compra da Marvel por US$ 4 bilhões
Da Redação

A Walt Disney Co. anunciou nesta segunda-feira que fechou um acordo para comprar a Marvel Entertainment Inc. em troca de pagamento em dinheiro e ações no valor de quatro bilhões de dólares. "Acreditamos que somando a Marvel a um único portfólio de marcas da Disney teremos significativas oportunidades de crescer e criar valor a longo prazo", declarou o presidente e diretor executivo da Disney, Robert Iger.

O diretor executivo da Marvel, Ike Perlmutter, também comemorou a negociação: "A Disney é o lar perfeito para o arquivo de personagens da Marvel, dada sua provada habilidade para ampliar a criação de conteúdos e empreendimentos. "Esta é uma oportunidade sem precedentes para a Marvel de fortalecer sua vibrante marca, tendo acesso à formidável organização global e infraestructura da Disney em todo o mundo", completou.

Além de Homem-aranha, Homem de Ferro e X-Men, o elenco de mais de 5.000 personagens da Marvel inclui o Capitão América, o Quarteto Fantástico, Thor, entre outros. Disney e Marvel anunciaram que os acionistas da Marvel receberão 30 dólares por título em dinheiro e aproximadamente 0,745 de ação da Disney por cada ação da Marvel.

Com base na cotação de fechamento da ação da Disney na sexta-feira passada, o valor da negociação é de 50 dólares por cada ação da Marvel ou aproximadamente quatro bilhões de dólares. Perlmutter continuará supervisionando as propriedades da Marvel, que incluem Marvel Studios, Marvel Animation e Marvel Comics, e "trabalhará diretamente com linhas globais de negócios da Disney para (...) integrar o patrimônio da Marvel", completa o comunicado.

Nem bem terminado o acordo, já começaram as piadinhas. E algumas delas ficaram ótimas! As imagens abaixo sintetizam muito bem a força da Disney, bem como (e paradoxalmente) o receio de que os personagens da Marvel possam ser infantilizados (um exagero, na minha opinião).

Vejam:




Espero que tudo isso fique só nas piadas. Hehehe...


Abraço!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Jovens X-Men 11-12: “Fim dos Dias”.


“Fim dos Dias”
(Young X-Men 11-12, 2009)

Roteiro: Marc Guggenheim
Desenhos: Rafa Sandoval (sequências do presente) e Daniel Acuña (sequências do futuro)
Arte-final: Roger Bonet (sequências do presente)
Marvel Comics.

Inicialmente, seria injusto se não ressaltasse o belíssimo trabalho que o desenhista Pasqual Ferry fez nas duas últimas capas da revista Young X-Men. De tirar o chapéu!

E aqui, no arco “Fim dos Dias”, vemos o canto do cisne desse jovem grupo de mutantes que começou com o pé esquerdo em matéria de planejamento editorial. A última trama desses personagens em seu título próprio intercala dois ambientes, um passado no presente e outro no futuro, cada qual desenhado por artistas diferentes.

Parte das tragédias que acontecerão no futuro possui ligação direta com o que ocorre no presente, mais especificamente com relação ao destino dos personagens e Ink. Como já foi informado nas edições anteriores, a mutante Pó está com os dias contados após seu confronto com Magma no primeiro arco da série, e o vilão Donald Pierce ofereceu sua ajuda desde que ela o libertasse da prisão. A jovem aceita a oferta mas logo se arrepende quando tem que confrontar seus amigos X-Men. A partir de então, todos se voltam contra o vilão numa longa batalha.

Depois de sua quase aparente morte, Pó é salva pelos poderes da “Fênix” (ugh...) de Ink. Enquanto isso, os Jovens X-Men tomam a difícil decisão de continuar ou não como equipe. O último quadro dessa série, que foi cancelada na 12ª edição por baixas vendas, sintetiza o que já houve de pior em matéria da franquia dos X-Men nos últimos anos (dica: é um grupo de vilões que deveria permanecer no limbo e nunca mais ser revisitado!).


As cenas passadas no futuro vêm a somar mais uma linha alternativa dentro das inúmeras que já existem não só dos X-Men, mas do Universo Marvel em geral. A tragédia que se verifica lá é um contraste com os atos heróicos que se passam no presente e, na minha opinião, foi bem executada.

Devo enfatizar que a revista melhorou muito em matéria de qualidade, tanto em roteiro quanto em desenhos. As cores produzidas por Ulises Arreola feitas nestas duas edições melhoraram muito a arte de Rafa Sandoval, perto do outro trabalho que ele apresentou nesse mesmo título. Eu não veria problema em vê-lo desenhando um título regular da Marvel desde que junto a esse trabalho de cores. Já Daniel Acuña tem aquele estilo todo próprio, e, o fato das cenas sob sua responsabilidade se passarem no futuro, para mim, casou muito bem.

Young X-Men é um título que não deixará saudades e, infelizmente, não passou de uma tentativa mal sucedida em substituir a revista New X-Men, esta sim que já contava com uma parcela considerável de fãs (aliás, os mesmos que não gostaram da mudança de direção que os alunos mais jovens dos X-Men passou a ter desde o início dessa agora sepultada série).


Abraço!

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X-Factor: O Fim?


Bem, adianto que o sensacionalismo ficará só no título. A Marvel anda fazendo um mistério em torno do título X-Factor, tendo em vista que ele não apareceu nas solicitações do mês de novembro. Assim, aparentemente (digo, forçando muito a barra...) a revista seria cancelada na sua 50ª edição. (Obs: Lembre-se que a ausência de títulos em determinados meses não significa necessariamente cancelamento, como provam as revistas Thor e Runaways).

Mas, para incrementar o rumor, o escritor da revista, Peter David, anda espalhando na internet indícios desse suposto cancelamento por conta das baixas vendas. David reclama que a qualidade do título é notória entre a crítica especializada mas que, mesmo assim, os varejistas não aumentam os pedidos para estocarem em suas lojas. Pobre Madrox...

Mas os fãs da série nada têm a temer. Muito provavelmente, essa é mais uma jogada de marketing da Marvel para que a revista X-Factor recupere sua numeração original. Como o primeiro volume teve 149 edições e este terceiro 50, é provável que em dezembro seja lançada X-Factor 200. Essa estratégia tem dado certo nas revistas mais tradicionais da editora, como Amazing Spider-Man, Thor e Capitain America.

Sobre isso, penso que renumerar séries que não contam com uma numeração muito grande, como a 500ª ou 600ª edição, não é uma medida muito razoável. Confesso que fiquei feliz quando a Marvel restaurou a numeração original de suas séries clássicas, que foram desnecessariamente canceladas apenas para serem relançadas no mês seguinte. Com isso, recuperava-se a continuidade das histórias iniciadas na gênese do Universo Marvel moderno, ou seja, no início dos anos 60.

Porém, renumerar revistas como X-Factor e Thunderbolts, por exemplo, é completamente sem sentido. Para ficar só na primeira, o terceiro volume do título não guarda relação de continuidade com o que foi cancelado, com exceção de alguns personagens que participaram do elenco da revista. Não são os X-Men originais e nem uma equipe a serviço do governo que marcaram as duas fases daquela época que figuram na revista escrita por Peter David. O propósito do grupo é completamente distinto de tudo aquilo.

Mas, já que as vendas andam girando em torno de apenas 32.000 unidades (o primo pobre da franquia mutante), ler X-Factor estampando sua 200ª edição é um preço até que baixo se considerarmos que a revista poderia ser mesmo cancelada por baixas vendas. Não obstante a revista X-Factor ser o título mutante que menos vende, ele é um dos primeiros em termos de qualidade.

Em breve, veremos mais análises sobre a revista X-Factor sob o comando de Peter David.

Abraço!

Leia também:

O segredo de Mercúrio e Feiticeira Escarlate!

Foi há 30 anos, em agosto de 1979, na revista The Avengers 186, onde finalmente foi revelada a origem dos mutantes Mercúrio e Feiticeira Escarlate na história intitulada “Noites de Wundagore”. Nesta edição, é mostrado que uma mulher misteriosa chamada Magda deu à luz dois bebês gêmeos na Montanha Wundagore.

O mestre John Byrne desenhou também uma página na revista Uncanny X-Men 175 (Setembro de 1979), revelando que o pai dessas crianças era ninguém menos que Magneto, então marido de Magda.

Para quem ainda não sabe, Mercúrio e Feiticeira Escarlate foram dois dos integrantes originais da Irmandade de Mutantes, grupo de mutantes que fizeram incontáveis investidas contra os X-Men na Era de Prata da Marvel. A primeira aparição dos mutantes gêmeos se deu em The X-Men 04, em Março de 1964 (abaixo há um link para a revisão dessa edição).

Frequentemente humilhados pelo seu até então desconhecido pai, os pobres irmãos tinham uma dívida para com ele e era por isso que ambos o serviram a contragosto durante os primeiros atos de vilania do mestre do magnetismo. Depois veio a redenção, quando os dois irmãos se juntaram aos Vingadores.

De lá pra cá, inúmeras histórias foram mostradas com Mercúrio e Feiticeira Escarlate, juntos e separados, e seria um muita pretensão da minha parte querer resumir tudo por aqui!

E, na mesma época...

Em Fantastic Four 209, datada de agosto de 1979, o robô H.E.R.B.I.E. fazia sua estreia nos quadrinhos. Mas essa não foi sua primeira aparição ao público. Em 1978, o Quarteto Fantástico possuía uma série de desenho animado, produzida pela DePatie-Freleng Enterprises. A empresa não tinha os direitos de uso do personagem Tocha Humana, porque ele já estava selecionado para um projeto de um filme que nunca foi realizado.

Como substituto, a dupla Stan Lee e Jack Jirby criaram o robô H.E.R.B.I.E., cujas letras que formam seu nome significa Humanoid Experimental Robot, B-Type, Integrated Electronics. Vira e mexe, esse robô ainda faz algumas aparições na revista do Quarteto, principalmente ao lado do garoto Franklin Richards, filho do Sr. Fantástico.

Abraço!

Leia também:

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cable 11-12: “Wasteland Blues”.


“Wasteland Blues”
(Cable 11-12, 2009)

Roteiro: Duane Swierczinski
Desenhos: Jamie McKelvie, com Ariel Ollivetti
Marvel Comics.

A história mostrada nestas duas edições da revista Cable mostra um pouco sobre a convivência e aprendizado da menina Hope, agora com 7 anos de idade, ao lado do personagem título. Tudo bem, poderia ser mostrado em meia dúzia de páginas, mas como estamos falando de algo escrito por Duane Swierczinski, até que duas edições foi pouco perto do que esse verdadeiro "mestre da enrolação" é capaz de produzir. Hehehe...

Não quero parecer contraditório, acho realmente que a revista do Cable tem algum propósito em existir em razão dessa missão de preservação da vida da ex-bebê messias. Ao que parece, essas edições serviram para que esse título e o da X-Force pudessem se alinhar a fim de começar o evento Guerra de Messias.

A maior parte da trama mostra Nathan e Hope no meio do deserto, procurando água e comida. Os dois viajam por anos ao futuro com esperança de que a natureza volte a florescer na Terra. E depois que Cable se desvanece no chão, chega a vez de Hope mostrar o que aprendeu com ele.

E assim, podemos extrair como ponto positivo a astúcia da garotinha que, apesar de ter sido identificada como o primeiro mutante ao nascer após o Dia M, ainda não desenvolveu seus poderes. Assim, tudo fica por conta da educação que recebeu de seu pai adotivo.


Os desenhos de Jamie McKelvie, o desenhista substituto de Arial Olivetti, são muito fracos. Ele também não teve muito o que mostrar de sua arte, já que a maior parte da história se passa no deserto. Ele arrisca algumas expressões faciais e, na minha opinião, não se sai muito bem. Todo cenário é inóspito e assim esse seria o ponto onde ele deveria mostrar um bom trabalho, o que não aconteceu.

Já o desenhista oficial do título, Arial Olivetti, desenha apenas as duas primeiras páginas da 11ª edição e as duas últimas da 12ª, a fim de mostrar uma unidade ao título como um todo. Algo semelhante foi feito na 6ª edição, e, particularmente, achei uma boa ideia dos editores.

Enfim, essas duas edições não servem para muita coisa. Não acho que toda edição deva acontecer algo “bombástico”, mas desenvolver os personagens com boas caracterizações poderia ser feito com histórias com mais conteúdo do que foram mostradas aqui.


Abraço!

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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Gárgula Cinzento: 45 anos!

Outro aniversariante desse mês é o vilão Gárgula Cinzento, criado por Stan Lee e Jack Kirby em agosto de 1964, na revista Journey Into Mystery 107, que naquela época já era estrelada pelo Thor.

Seu alter ego é Paul Pierre Duval, um químico francês que ganhou seus poderes em um laboratório onde trabalhava como assistente. Acidentalmente, ele derramou uma substância orgânica de composição desconhecida na sua mão direita.

Com isso, ele descobriu que, além de poder transformar seu corpo em forma de granito e, consequentemente, aumentar sua força e resistência, seus poderes ainda contavam com o dom (incontrolável pelo vilão) de transformar temporariamente qualquer coisa ou pessoa que ele toque em pedra.

Como já tinha propensão para o crime, Duval usa seus poderes para obter fins ilícitos e já enfrentou vários heróis da Marvel, como Thor, Homem de Ferro, Capitão América, Vingadores, Quarteto Fantástico e o Homem-Aranha. Ele também já integrou o grupo de vilões conhecido como Mestres do Terror.


Abraço!

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X-Force 11: “Quem diabos é Eli Bard?”.

Quem diabos é Eli Bard?
(X-Force 11, 2009)

Roteiro: Craig Kyle e Christopher Yost
Desenhos: Alina Urusov, com Clayton Crain
Marvel Comics.

A título de curiosidade, já analisamos uma revista da franquia dos X-Men que se intitulou “Quem diabos...”. Foi em Jovens X-Men 10. Assim, depois de sabermos quem diabos é Cipher, agora chegou a vez de sabermos quem diabos é Eli Bard. Diabos! Heheh...

Depois de pronunciar seu nome no final da última edição da revista X-Force, o Apache passa a contar a trágica história de Eli Bard que remonta à Roma antiga. Usado como fantoche por uma aristocrata daquela sociedade, logo Eli Bard é descartado depois de perder sua utilidade. Descrito como uma farsa na maior parte de sua existência, a vida do pobre Eli parece que finalmente teria algum sentido quando se encontra pela primeira vez com Selene.

Ocorre que Selene é uma mutante imortal e uma das vilãs mais antigas (“antigas” nos dois sentidos) e malignas dos X-Men. Ela já foi a Rainha Negra do Clube do Inferno e chegou a aparecer recentemente na revista New X-Men, também de autoria de Craig Kyle e Christopher Yost.


Após assumir à Selene que realizaria um feitiço que levaria milhares de almas romanas à custódia da vilã, Eli Bard é mal sucedido em sua empreitada e acaba sendo amaldiçoado por Selene à vida e amor eterno por ela. E assim, já no presente eles se reencontram e Eli oferece algo que pode levá-la a finalmente corresponder o amor eterno que ele nutre dentro de seu coração atormentado: o mutante rastreador Caliban (morto em Complexo de Messias), em forma de zumbi.

Não direi aqui qual o objetivo de Eli Bard com Caliban para não estragar a surpresa (já estraguei várias, hehehe...), mas a edição foi recheada de momentos que poderiam ser facilmente suprimidos. Assim como acontece com outros títulos, os escritores às vezes escrevem histórias arrastadas apenas para dar tempo do desenhista oficial da revista poder cumprir os prazos das edições seguintes. Aqui, muito do que foi mostrado de Roma poderia ter sido contado em poucas páginas, mas como havia 22 páginas para formar a “barriga” do título, não tinha muito o que ser feito.

O desenhista Clayton Crain faz os desenhos que se passam no presente e é aquilo que eu já falei antes: ele é ótimo em cenas de horror. Como nesta edição o que temos é basicamente uma conversa, ficou parecendo um bando de sanguinários ouvindo um conto de fadas! Hehehe... Acredito que Michael Choi seria uma melhor escolha para desenhar as partes do presente.

Já a desenhista Alina Urusov é a responsável pela maior parte da arte produzida nesta edição, com o o passado de Eli Bard em Roma. Ela faz um bom trabalho, até porque sua arte não é convencional a títulos de super-heróis, e o que é mostrado de Eli Bard em Roma passa bem longe disso. Sua arte me lembrou muito aquela dupla de irmãos que desenhou a minissérie da origem da Mulher-Aranha, os Luna Brothers.

Em X-Force, ainda teremos duas edições que servirão de prelúdio para o evento Guerra de Messias. Só espero que não seja uma maneira de enrolar o leitor, como parece ser o caso aqui, até que o título esteja alinhado com a revista do Cable.


Abraço!

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"Eu reivindico este mundo - Términus" (FF 269) - 25 anos!

Há exatos 25 anos, em agosto de 1984, na revista Fantastic Four 269, o vilão Términus aparecia pela primeira vez nos quadrinhos. Criado por John Byrne, na sua clássica passagem pelo título, esse imenso alienígena feito de metal orgânico foi originalmente encontrado por dois membros do Quarteto Fantástico daquela época, Sr. Fantástico e Mulher-Hulk, no momento em que investigavam uma fonte de energia vinda do espaço.

A frase "Eu reivindico este mundo - Términus" foi a usada pelo vilão para indicar sua presença aos habitantes da Terra. O vilão foi derrotado graças a um plano elaborado por Reed Richards, mas voltou inúmeras vezes nos anos seguintes, principalmente em aventuras ligadas aos Vingadores.

Ele também apareceu no evento que marcou o encontro entre os Vingadores e a Liga da Justiça, produzido por Kurt Busiek e George Pérez. Nesta última história, ele enfrenta a Liga da Justiça e é derrotado pelos heróis da DC Comics graças à astúcia do Batman (os escritores adoram bolar histórias do gênero).

Aqui no Brasil, a primeira aparição de Términus provavelmente poderá será republicada nos próximos encadernados da série "Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico". Claro, se a Panini não tiver cancelado a coleção como ela adora dar a entender. Como a última história publicada por eles foi a edição 260 da revista Fantastic Four, faltam poucas edições para que as duas histórias relacionadas ao vilão sejam publicadas (269-270).

Abaixo, a imagem do vilão pelo seu criador, John Byrne.


Abraço!

Fantastic Four 554-557: “Os Melhores do Mundo”.

“Os Melhores do Mundo”
(Fantastic Four 554-557, publicado entre abril e julho de 2008)

Roteiro: Mark Millar
Desenhos: Bryan Hitch
Arte-final: Paul Neary e Andrew Currie.
Marvel Comics.

Aqui começa o arco “Os Melhores do Mundo”, pelos mesmos autores dos excelentes dois primeiros volumes da série Ultimates, Mark Millar e Bryan Hitch. Antes mesmo de ser lançada a primeira edição desta nova fase, foi dito que o desenhista já havia terminado a arte de nove edições.

Isso foi um alento e tanto para os fãs da série, já que entre a penúltima e última edição do segundo volume de Ultimates, foi transcorrido o prazo de longos nove meses! Bryan Hitch disse que para o Quarteto Fantástico ele deixaria um pouco de lado o excesso de cuidado na arte, o que é um dado bastante fácil de se constatar nessas primeiras quatro edições do título Fantastic Four.


O arco “Os Melhores do Mundo” não só serve de condutor para as ideias que o escritor Mark Millar irá lançar ao longo de sua temporada como roteirista do título, como também uma forma de homenagear a temática que o Quarteto Fantástico sempre foi conhecido: uma família de imaginautas. Temas como viagens no tempo, terras paralelas e invasões espaciais sempre foram recorrentes na primeira família da Marvel.

Além de apresentar o novo cenário do grupo, como novos interesses românticos para o Tocha Humana e o Coisa e o novo super-grupo beneficente de Sue Richards (que conta com Vespa e Mulher-Hulk), Millar inicia sua trama principal envolvendo o Neomundo, um ambiente criado pela antiga namorada de faculdade de Reed Richards, Alyssa Castle, e seu marido bilionário. O Neomundo seria um ambiente que não admitiria violência e guerra e, segundo seus criadores, deveria acolher a população da Terra assim que esta não fosse mais possível de ser habitada, em um prazo estimado de 10 anos.

Devido a um acidente, o robô que deveria cuidar do desarmamento da população do Neomundo acaba no planeta Terra e assim inicia um processo de destruição com relação à toda hostilidade que vê à sua frente (já que sua função é basicamente esta). E o resto já é possível concluir para quem conhece as tramas de Mark Millar: muita ação e diálogos ácidos, como um bom blockbuster deve ser.


Penso que a história foi um bom início para a nova equipe criativa do título, porém nada excepcional. Há algumas cenas engraçadas, e os personagens do Quarteto estão muito bem caracterizados. A forma natural com que Sue Richards, a Mulher-Invisível encara a ex-namorada de seu marido ao longo da história tem um desfecho muito bem retratado por Millar, que demonstra como são construídas relações afetivas duradouras e sólidas. No entanto, o uso de dezenas de outros heróis da editora soou meio gratuito, por mais que faça sentido dentro da unidade do Universo Marvel.

Como já foi dito acima, Bryan Hitch adiantou-se nos desenhos e disse em uma entrevista que havia deixado de lado o excesso de cuidado que empregava em Ultimates. Assim, ao lado de impressionantes quadros bem detalhados que às vezes tomam uma página inteira, também podemos observar o jovial Johnny Storm com cara de quarenta anos. Hitch procura variar nas expressões faciais dos personagens, mas, na minha opinião, nem sempre acerta. Mas, mesmo assim, é um trabalho muito acima da média dos títulos regulares da Marvel.

Enfim, acho que é um trabalho que vale muito a pena ser conferido, mesmo para quem não acompanha as histórias regulares do Quarteto Fantástico.


Abraço!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Há 45 anos surgia... Kraven, o Caçador!

Em agosto de 1964, na revista Amazing Spider-Man 15, surgia um dos vilões integrante da galeria clássica de inimigos do Homem-Aranha: Kraven, o Caçador. Criado por Stan Lee e Steve Ditko, o personagem era uma mistura de Tarzan com caçadores de animais selvagens como Clive Beatty e Frank Buck.

O nome verdadeiro de Kraven é Sergei Kravinoff e ele é meio-irmão de outro vilão do Homem-Aranha, o Camaleão.

O maior desafio do personagem foi, sem dúvida, o Homem-Aranha. Sua história mais notória foi contada somente muitos anos depois. Trata-se da clássica “A última caçada de Kraven”, publicada originalmente em 1987 nas revistas Web of Spider-Man 31-32, Amazing Spider-Man 293-294 e Spectacular Spider-Man #131-132, escrita por J. M. DeMatteis e desenhada por Mike Zeck. Nela, o vilão tem um fim trágico ao cometer suicídio.

Ambas as histórias podem ser encontradas facilmente aqui no Brasil. A revista Amazing Spider-Man 15 está inserida no segundo volume da Biblioteca Histórica Marvel: Homem-Aranha. Já “A última caçada de Kraven” fez parte do segundo volume da coleção Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha (hoje cancelado, segundo informações dos editores da Panini).

Abraço!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Uncanny X-Men 508-511: “Sisterhood”.

“Sisterhood”
(Uncanny X-Men 508-511, 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Greg Land
Arte-final: Jay Leisten
Marvel Comics.

Antes de começar as minhas críticas com relação a este arco, é bom deixar claro que eu achei a trama “Sisterhood” da revista Uncanny X-Men muito boa! Porém, o desenvolvimento da história ao longo de suas quatro edições, na minha opinião deixou muito a desejar. Senão vejamos.

A ex-esposa de Ciclope, Madelyne Pryor, voltou como uma força psiônica ambulante procurando um corpo hospedeiro à altura de seus poderes. Além disso, ela empreende um ataque aos seus inimigos X-Men na Califórnia, restabelece aquele imbróglio criado nos anos 90 envolvendo a troca de corpos entre a X-Man Psylocke e a ninja Revanche (Kwanon) e incita uma pontinha de esperança sobre o retorno de uma das X-Man mais queridas pelo fandom.


Até aí tudo bem e vou além. Diria que tudo isso daria uma excelente história. Daria, se não fosse pelo roteiro pra lá de “descolado” de Matt Fraction. Definitivamente, acredito que ele não é uma boa escolha para escrever o título principal dos mutantes. De início, temos uma forma sem graça e nada criativa de descrição das dezenas de mutantes que ele insere na história, em referência aos poderes e à personalidade dos personagens.

Além disso, parece que sempre ao início de cada edição, temos que ver como os mutantes estão felizes no seu novo lar. Os figurantes Homem de Gelo e Hepzibah que o digam! A cidade de São Francisco os acolheu de braços abertos e a prefeita da cidade dá todo o apoio à permanência dos X-Men naquela região. Nem aqueles ataques feitos pela TV por Simon Trask consegue mudar a visão da política local.


Enquanto isso, somos apresentados à mais nova integrante do Clube de Ciências mais chato dos quadrinhos (aquele liderado pelo Fera e que foi recrutado no arco passado, “Lovelorn”): a Dra. Kavita Rao, a mesma responsável pela “cura” mutante do primeiro arco de Astonishing X-Men, “Superdotados”. De interessante nesse grupo, nada! Hehehe... Brincadeira, destaco apenas a suspeita do Fera com relação aos segredos que os líderes dos X-Men Ciclope e Emma Frost estão mantendo do restante da equipe (e um do outro!).

Não sei se é em razão de ser uma clone de Jean Grey (minha X-Man favorita), mas sempre achei Madelyne Pryor uma excelente vilã. Seu maior destaque até hoje foi na saga Inferno, dos anos 80. Depois ela apareceu somente na série de Nathan Grey, a revista X-Man, e não me lembro mais o que aconteceu com ela (e pela qualidade duvidosa daquela série, duvido que um dia saberei, hehehe...).


Aqui em “Sisterhood”, a vilã é bem retratada e seu grupo de “irmãs” (as duas filhas do Mestre Mental, Quimera, Lady Letal e Spiral) ficou bem legal. Pena que ficou pouco verossímil vê-las dando uma sova em tantos X-Men, já que agora eles são um “exército”. Agora que todo mundo está na equipe, você poderá ver Tempestade disparando um raio ou Cristal usando seus poderes, mas como são muitos personagens, não espere que elas falem muito (a pobre Ororo só serviu de figuração de luxo).

E quase que aconteceu algo muito esperado pelos fãs mais antigos dos X-Men: a volta de Psylocke ao seu corpo britânico. Mera ilusão, já que o visual ninja criado por Jim Lee ainda prepondera entre os fãs da personagem.


Os desenhos de Greg Land é aquilo que todo mundo sabe: “copy + paste”. Sem querer ser injusto, confesso que gostei de alguns quadros que ele criou (apesar de duvidar da autenticidade do artista), e a Madelyne Pryor dele ficou muito boa! Ela ficou incrivelmente bonita e ao mesmo tempo ameaçadora (uma combinação que costuma dar muito certo nos quadrinhos). Uma pena que uma determinada posição do rosto da vilã parece se repetir constantemente ao longo das quatro edições (a mesma apresentada na capa da edição 508).

A composição de cenas de Greg Land também se mostrou bastante irregular, com quebras abruptas entre elas. Quando o leitor pensa que está no meio de um ato, ficamos sabendo na próxima página que ele já se encerrou. Essa irregularidade poder ser consequência também do roteiro “ágil” e “descolado” de Matt Fraction.

Enfim, “Sisterhood” poderia ter sido uma ótima história dos X-Men, mas a falta de personagens centrais tornou o elenco da série uma verdadeira salada, com personagens aparecendo e sumindo no quadro seguinte (para nunca mais voltarem...). Com isso, muito pouco pôde ser mostrado com relação à caracterização de vários X-Men queridos pelos fãs. E o “exército” agora ganha a presença de Psylocke que está liberada pelos editores da Marvel desde que o escritor Chris Claremont conseguiu mais um fracasso com o cancelamento da série New Exiles.


Abraço!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Mudanças que tememos.


Olá pessoal,

Recentemente eu mudei de residência. Agora moro em um apartamento bem bacana perto do trabalho. Nesses dias em que o blog ficou parado, eu usei a maior parte do meu tempo para colocar as coisas em ordem lá na nova casa. Foi por isso que não tive muito tempo de atualizar este espaço.

Por outro lado, entre um intervalo e outro, até que consegui ler bastante coisa! Consegui terminar todos os encadernados do Sandman da editora Conrad e fiquei muito impressionado com a qualidade da série. No dia em que for reler essas histórias, eu farei comentários sobre os arcos. Aliás, até fiz isso sobre o primeiro, Prelúdios e Noturnos, mas esse foi o único arco que eu já li mais de uma vez.

Também coloquei a leitura de algumas publicações nacionais em dia, como as revistas Os Novos Vingadores e Avante, Vingadores!, além do que já foi publicado até aqui sobre Invasão Secreta, todos da Panini. Eram em média 10 edições de atraso por título. Atualmente, estou colocando em dia a revista Universo Marvel (depois farei o mesmo com as outas, como Homem-Aranha, Marvel MAX, etc...).

Pois é, é muita coisa pendente e isso me deixa um pouco sem tempo pra escrever. Se tivesse tempo suficiente, escreveria sobre a maioria das séries publicadas mas, por enquanto, isso ficará só na vontade. Em breve farei umas "revisões rápidas" sobre alguns títulos dessas revistas citadas acima que me surpreenderam positivamente.

Agora, quanto ao Blog, quero ver se pelo menos faço as resenhas das revistas dos X-Men. Acho que comentar os arcos fica bem mais fácil do que as edições separadas. Confesso que escrever quatro resenhas sobre “Lovelorn” (Uncanny X-Men 504-507) foi dose...

Como a regra aqui é mudar de regra, vamos ver como isso se sai.

Abraço!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Justiceiro massacra o Universo Marvel (1995).

"Justiceiro massacra o Universo Marvel"
(Punisher kills the Marvel Universe, 1995)

Roteiro: Garth Ennis
Desenhos: Doug Braithwaite
Arte-final: vários.
Marvel Comics.

Esta edição foi lançada originalmente no ano de 1995 e, até ontem, ela estava na “fila de espera” da ordem das minhas leituras (a famosa e eterna “pilha”). Nesta história, aliás, a primeira do Justiceiro escrita por Garth Ennis, a origem de Frank Castle é alterada de modo a tornar as ações do heróis e vilões da Marvel como os responsáveis pela morte da esposa e filhos de Frank.

Assim, todo o seu ódio se volta contra os super-seres e, com a ajuda de pessoas influentes e que também foram vítimas de ações meta-humanas, o Justiceiro encontra os meios materiais necessários para acabar com todos eles.

O escritor Garth Ennis imprime um ritmo ágil à história, com pequenos intervalos entre as cenas de ação nas quais os heróis e vilões são mortos por Castle. A edição mostra a morte de heróis como Homem-Aranha, X-Men, Wolverine, e outros, além de vilões como o Dr. Destino. O que dá plausibilidade às vitórias de Frank Castle sobre os demais é mostrado por meio da astúcia do primeiro. Apesar de não ter super-poderes, Ennis deixa claro que o diferencial que faz com que o Justiceiro vença é sua inteligência para elaborar planos de ataque contra seus oponentes. Algumas mortes são meras referências, em decorrência desta ser uma trama de apenas uma edição especial.

Ennis também insere humor à história, tanto em situações convencionais (“... e [prisão] perpétua significa perpétua.”, hehehe), quanto nas próprias cenas de ação. Aliás, este é um recurso bastante recorrente do escritor, que se especializou no chamado “humor negro”. Gostei da forma como Castle tapeou os X-Men e seus maiores vilões numa batalha na Lua.

É claro que há uma certa forçação de barra para que todos os planos de Castle dêem certo. Assim, nas batalhas de luta corporal entre Castle e, por exemplo, Wolverine e Dr. Destino, o escritor cria situações em que o Justiceito vence, apesar disso soar pouco provável numa história convencional, se levarmos em conta as vantagens sobre-humanas dos seus adversários. Mas, como disse, acima, o “X” da questão está na astúcia de Castle.

A conclusão da história também é bastante satisfatória e bem condicente com a tragédia do herói. Acredito que foi um bom modo de encerrar esse massacre e foi interessante mostrar a presença de Matt Murdock (o Demolidor) na vida de Castle (ou vice-versa) ao longo dos anos.

Os desenhos de Doug Braithwaite são bons, mas nada impressionantes. Lembram muito o estilo preponderante dos anos 90. Acredito que foi uma bos escolha para desenhar esta história, já que ele teve como tarefa desenhar uma boa gama do Universo Marvel noventista.

Por conta da censura, algumas cenas de violência ficaram por trás ou fora dos quadros. Nos dias de hoje, esta história poderia ser contada no selo MAX da Marvel sem este empecilho (quer dizer, o selo autoriza violência explícita).

Um ponto negativo foram os vários arte-finalistas contratados para esta edição (seis ao todo!), o que deixou diferente os desenhos feitos por um mesmo artista. Outra crítica é que a edição também contou com dois coloristas diferentes. Assim, no quesito arte, a revista perdeu a unidade.

Mas enfim, para quem ainda não leu, acho que vale a pena dar uma conferida nesta edição especial. Se você já leu algo escrito por Garth Ennis e não gostou, aconselho a ficar longe do material, já que seu estilo pessoal prepondera aqui, mesmo trabalhando com figuras marcadas da Marvel. Só faltaram os palavrões...

Abraço!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

John Byrne: Galeria de Arte (X-Men).

No site oficial do John Byrne, existe uma seção em que o autor deixa suas artes comissionadas disponíveis para visualização.

Provavelmente, este é o atual ganha pão do desenhista, porque ele não trabalha mais em grandes projetos da Marvel ou da DC já há algum tempo.

Algumas imagens são realmente toscas e mostram porque ele não consegue mais emplacar um grande sucesso (além, é claro, por conta do seu ego inflado). Seu estilo mudou, ficou mais "preguiçoso", desleixado, desprendido a detalhes. Ainda por cima, hoje em dia ele desenha os seres humanos como anões já que eles são mostrados com pernas muito curtas.

No entanto, existem alguns desenhos recentes que ele produziu que lembram muito os grandes momentos em que sua arte reinou, notadamente por todo o período dos anos 80. Engraçado como Byrne consegue alternar desenhos muito bons (como antes) e ruins (como a maioria dos de hoje)!

Aqui vão algumas amostras daquilo que acho que ficou bem desenhado.

Acima, Byrne retrata o famoso "arremesso especial" de Colossus e Wolverine contra um Sentinela.

Abaixo, a imagem mostra os X-Men enfrentando a Irmandade de Mutantes:


E, por fim, Byrne relembra os X-Men enfrentando a Guarda Imperial de Shiar, no desfecho da Saga da Fênix Negra:


Em outra oportunidade, postarei outras imagens interessantes que eu tenha gostado. Espero que um dia John Byrne possa desenhar assim sempre (uma pena, já que não é o que ocorre na maioria de seus trabalhos).

Abraço!