quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Demolidor: Diabo da Guarda.

Tenho uma pilha enorme de revistas atrasadas para por em dia. Recentemente coloquei na frente de todas o encadernado do Demolidor, contendo o arco Diabo da Guarda (referente aos 8 primeiros números do segundo volume da revista Daredevil), porque me lembro de que quando li essa história pela primeira vez, há quase dez anos, eu achei o máximo.

Escrita pelo cineasta Kevin Smith e desenhada pelo até então editor da linha recém-lançada Marvel Knights, Joe Quesada, a história gira em torno do nascimento de um bebê que, segundo dois lados antagônicos, pode ser o messias ou o anticristo. O tema é interessante dentro do universo do Demolidor, já que o nosso “Demônio Ousado” (uma tradução livre para o nome original do personagem título, Daredevil) é um contraste entre o que ele veste (Diabo) e o que pratica (heroísmo).

Mas, passados esses quase dez anos desde a última leitura, penso que muito daquela magia e empolgação se perdeu naquela mesma época e eu não me dei conta disso. Relendo a história, não acho que tenha sido o fato de saber qual era o grande segredo ao final da revista que tenha acabado com o encanto desse arco. Achei os diálogos de Kevin Smith verborrágicos em algumas não poucas páginas, pretensioso em outras várias, porém bem escrito na maior parte.

Assim, não é que seja uma história ruim ou mal contada. Pelo contrário, acho que o mistério lançado pelo escritor ao longo do arco é muito interessante e, caso o antagonista de Diabo da Guarda tivesse tido realmente a resolução que Smith bolou pro arco, quem sabe ele não seria lembrado como um vilão que teve uma excelente empreitada final. Coisa que sabemos que não ocorreu...

Os desenhos de Joe Quesada são muito irregulares. Ao mesmo tempo em que ele desenha quadros e ângulos impressionantes, seja envolvendo misticismo ou uma singela luta urbana, Quesada também nos brinda com rostos deformados, personagens com faces diferentes a cada quadro e uma desproporção exagerada do corpo humano. Outra coisa que eu antes achava incrível, hoje eu critico que são as cores exageradas usadas na história, onde tudo é multicolorido.

Considero que grande parte da minha decepção ao reler esta história (que eu sempre quis que fosse lançada de forma decente no Brasil) seja em razão da fase que a sucedeu alguns números depois, sob a responsabilidade de Brian Michael Bendis e Alex Maleev. O que esses dois autores fizeram depois com o Demolidor está muito acima do que foi feito com o personagem durante os últimos anos e, tirando um pouco o saudosismo de lado, acredito que a fase Bendis/Maleev esteja no mesmo patamar, ou quase, à época do Frank Miller.

Feliz ou infelizmente, a fase Bendis/Maleev, mais sóbria, densa e adulta, fez com que eu diminuísse e muito o meu apreço com relação à passagem de Kevin Smith e Joe Quesada pelo título do Demolidor, neste Diabo da Guarda.

Abraço!

5 comentários:

James Figueiredo disse...

Fala, Neto!

Cara, essa é uma das minhas histórias preferidas do Demolidor - Comprei o hardcover gringo quando saiu (que, além do arco "Diabo da Guarda", também encaderna as edições subsequentes que o Joe Quesada desenhou, escritas pelo David Mack, se não me engano, o arco "Echo").

Reli há pouco tempo (cerca de um ano), e acho que, apesar da verborragia e pretensão dos diálogos do Kevin Smith, a história envelheceu bem. E, como tenho adotado uma filosofia de só considerar as hsitórias que eu gosto, o destino do vilão desse arco, pra mim, é o que vale! ;)

E, por fim, sou fã incondicional da arte do Quesada, desde a época do Azrael, então pra mim foi uma compra quase perfeita. Só não gosto muito do jeito que ele retrata a Viúva Negra, que ficou muito reduzida a "olha-como-eu-sou-fogosa-me-come!"...rs

Abração,
J.

Anônimo disse...

Noturno, eu achei "nhé" quando li em 2000, imagina hoje!

Historia extremamente supervalorizada.

Abraços!

Anônimo disse...

É preciso contextualizar a época em que "Diabo da Guarda" foi lançada. Em 1998, não podemos esquecer que estávamos saindo de "Heroes Reborn" e em plena "era Image"... o título do Demolidor à beira do cancelamento e a revitalização que surgiu a partir do lançamento do selo MARVEL KNIGHTS foi um divisor de águas na trajetória do personagem. Por outro lado, a história tem seus méritos. A arte do Quesada me agrada bastante até hoje e o roteiro do Kevin Smith inegavelmente é muito bem elaborado. Abraços a todos!

Unknown disse...

Diabo da Guarda impressiona pelo capricho nos detalhes. O roteiro de Kevin Smith é cinematográfico, e a arte de Quesada é excelente. Foi uma série que li e reli com muito prazer. Pena que as histórias seguintes, desenhadas também por Quesada, não acompanharam o ritmo.

Anônimo disse...

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