quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Fantastic Four 554-557: “Os Melhores do Mundo”.

“Os Melhores do Mundo”
(Fantastic Four 554-557, publicado entre abril e julho de 2008)

Roteiro: Mark Millar
Desenhos: Bryan Hitch
Arte-final: Paul Neary e Andrew Currie.
Marvel Comics.

Aqui começa o arco “Os Melhores do Mundo”, pelos mesmos autores dos excelentes dois primeiros volumes da série Ultimates, Mark Millar e Bryan Hitch. Antes mesmo de ser lançada a primeira edição desta nova fase, foi dito que o desenhista já havia terminado a arte de nove edições.

Isso foi um alento e tanto para os fãs da série, já que entre a penúltima e última edição do segundo volume de Ultimates, foi transcorrido o prazo de longos nove meses! Bryan Hitch disse que para o Quarteto Fantástico ele deixaria um pouco de lado o excesso de cuidado na arte, o que é um dado bastante fácil de se constatar nessas primeiras quatro edições do título Fantastic Four.


O arco “Os Melhores do Mundo” não só serve de condutor para as ideias que o escritor Mark Millar irá lançar ao longo de sua temporada como roteirista do título, como também uma forma de homenagear a temática que o Quarteto Fantástico sempre foi conhecido: uma família de imaginautas. Temas como viagens no tempo, terras paralelas e invasões espaciais sempre foram recorrentes na primeira família da Marvel.

Além de apresentar o novo cenário do grupo, como novos interesses românticos para o Tocha Humana e o Coisa e o novo super-grupo beneficente de Sue Richards (que conta com Vespa e Mulher-Hulk), Millar inicia sua trama principal envolvendo o Neomundo, um ambiente criado pela antiga namorada de faculdade de Reed Richards, Alyssa Castle, e seu marido bilionário. O Neomundo seria um ambiente que não admitiria violência e guerra e, segundo seus criadores, deveria acolher a população da Terra assim que esta não fosse mais possível de ser habitada, em um prazo estimado de 10 anos.

Devido a um acidente, o robô que deveria cuidar do desarmamento da população do Neomundo acaba no planeta Terra e assim inicia um processo de destruição com relação à toda hostilidade que vê à sua frente (já que sua função é basicamente esta). E o resto já é possível concluir para quem conhece as tramas de Mark Millar: muita ação e diálogos ácidos, como um bom blockbuster deve ser.


Penso que a história foi um bom início para a nova equipe criativa do título, porém nada excepcional. Há algumas cenas engraçadas, e os personagens do Quarteto estão muito bem caracterizados. A forma natural com que Sue Richards, a Mulher-Invisível encara a ex-namorada de seu marido ao longo da história tem um desfecho muito bem retratado por Millar, que demonstra como são construídas relações afetivas duradouras e sólidas. No entanto, o uso de dezenas de outros heróis da editora soou meio gratuito, por mais que faça sentido dentro da unidade do Universo Marvel.

Como já foi dito acima, Bryan Hitch adiantou-se nos desenhos e disse em uma entrevista que havia deixado de lado o excesso de cuidado que empregava em Ultimates. Assim, ao lado de impressionantes quadros bem detalhados que às vezes tomam uma página inteira, também podemos observar o jovial Johnny Storm com cara de quarenta anos. Hitch procura variar nas expressões faciais dos personagens, mas, na minha opinião, nem sempre acerta. Mas, mesmo assim, é um trabalho muito acima da média dos títulos regulares da Marvel.

Enfim, acho que é um trabalho que vale muito a pena ser conferido, mesmo para quem não acompanha as histórias regulares do Quarteto Fantástico.


Abraço!

Um comentário:

railer disse...

imaginautas? nunca tinha ouvido isso..