domingo, 6 de setembro de 2009

X-Men: Manifest Destiny 01-05 e Nightcrawler.


"Morte ou Cura" e outras histórias
(X-Men: Manifest Destiny 01-05 e X-Men: Manifest Destiny - Nightcrawler)

Roteiro: Mike Carey e outros
Desenhos: Michael Ryan e outros
Arte-final: Victor Olazaba e outros
Marvel Comics.

Já vimos em outra oportunidade uma amostra de como começou a minissérie X-Men: Manifest Destiny, que conta com diversas pequenas histórias envolvendo alguns dos personagens da franquia mutante que não andam tendo muito destaque nas séries principais dos X-Men.

Penso que a história envolvendo o personagem Homem de Gelo, “Morte ou Cura”, até por se desenrolar ao longo das cinco edições da revista, seja a mais importante, em razão dela continuar o desenvolvimento de uma trama iniciada no título X-Men, de autoria de Mike Carey: o envolvimento de Mística com Bobby Drake.

E aqui, nessa minissérie, a vilã usa toda a sua astúcia para “ajudar” Bobby a voltar a ter o controle de seus poderes. “Ajudar” entre aspas, uma vez que a personagem usa artifícios pra lá de duvidosos, como terrorismo e assassinato.

O ponto mais importante dessa história envolvendo Bobby e Raven ocorre quando o Homem de Gelo entende as razões da vilã tresloucada. Por mais estrambelhadas e psicóticas que sejam os meios utilizados por Mística, esta no fundo quer ajudar aqueles por quem ela preza, mas dentro da sua concepção do que seja o correto. Isso ajuda a enriquecer um pouco mais a personalidade de Mística que, de tempos em tempos, muda de lado para cair novamente na tentação de fazer maldades. Heheh...

Os desenhos de Michael Ryan mostram um estilo um pouco mais cartunesco, com olhos exageradamente arregalados. Ryan nunca seguiu um estilo realista, mas seus desenhos no título New X-Men: Academy X eram bem agradáveis. Alguns movimentos criados por ele em cenas de ação ficaram meio estranhos, com os corpos dos personagens meio tortos e inverossímeis. No entanto, foi o melhor desenhista perto dos outros que acompanharam as edições da minissérie.


As outras histórias são todas descartáveis: Emma Frost coloca em cheque sua lealdade pela milésima vez; Fanático tem uma conversa insuportável em um bar; Avalanche é coagido pelos X-Men a andar na linha; Cristal ajuda uma tripulação em um voo; Mercury se sente feia; Colossus lamenta a morte de Kitty; Graymalkin conta sua origem; e Noturno se acha inútil em duas situações distintas (em uma pequena história dentro da minissérie e em uma edição especial dedicada especialmente a ele) e, na última, abandona os X-Men apenas para voltar logo em seguida.

Agora, confesso que fiquei surpreso que o selo “Destino Manifesto” tinha relação com a história do movimento expansionista norte-americano. Este deslize só foi notado por mim graças ao texto do editor da revista nacional dos X-Men. Que vergonha...

Penso que o nome dado a esta nova fase dos X-Men como Destino Manifesto tenha a ver com a conjugação de forças com que os X-Men parecem estar se organizando, o tal “exército” montado por Ciclope em São Francisco. A própria localização da nova base dos X-Men, em um lugar onde os mutantes são aceitos, guarda relação com um movimento de auto-afirmação de uma população (no caso aqui, os mutantes). Achei bem interessante o paralelo. Porém, a execução...


Abaixo um pouco sobre esse acontecimento histórico, de autoria de Rainer Sousa:

A conquista da independência alcançada pelos Estados Unidos promoveu um notável processo de crescimento econômico e populacional. Mais do que isso, a vitória contra os antigos laços coloniais foi apenas o primeiro passo para que outras conquistas viessem a ser logo empreendidas por essa mesma população. Nesse contexto, observamos o expressivo alargamento das fronteiras da nação norte-americana rumo ao norte e ao sul de um imenso espaço inexplorado.
A
primeira das conquistas estabelecidas pelos Estados Unidos aconteceu em 1803, quando o governo negociou a compra da Louisiana junto aos franceses. Pouco tempo depois, no ano de 1819, o governo conseguiu adquirir a Flórida anteriormente controlada pelos espanhóis. Essa mesma política de compra territorial também aconteceu no Alasca – comprado dos russos em 1867, e na conquista do Oregon – região que anteriormente pertencia aos domínios do Império Britânico.
No caso
de conquista da região do Texas, os Estados Unidos tiveram que empreender uma guerra contra o México. Desde as primeiras décadas do século XIX, colonos norte-americanos se instalavam de forma ilegal ou consentida nos territórios texanos empreendendo formas autônomas de organização de suas áreas de influência. Com o passar do tempo, o não reconhecimento da autoridade política mexicana incitou os colonos daquela área a travarem uma guerra contra os mexicanos.

A vitória contra os mexicanos aconteceu paralelamente ao processo de ocupação das terras a oeste. A busca e o controle dessas terras motivaram diversos colonos e imigrantes europeus a tentarem a sorte buscando um pedaço de terra onde poderiam alcançar uma vida mais próspera. É importante ressaltar que nessa corrida, um violento conflito contra as populações indígenas promoveu, décadas mais tarde, as famosas histórias que marcaram os filmes de faroeste.

Contudo, mesmo sendo marcada pela violência e pelas guerras, a expansão dos Estados Unidos até o extremo oeste recebeu uma significativa justificação ideológica, a doutrina do Destino Manifesto, que colocou os colonos norte-americanos como divinamente destinados a promover a conquista dessas novas terras. A ambição e o interesse econômico ganharam um arrebatador apelo religioso que legitimava os conflitos e massacres que marcaram esse episódio na história norte-americana.

Todas essas conquistas territoriais foram de fundamental importância para que os Estados Unidos acelerassem o seu processo de desenvolvimento agrícola e industrial. No setor agrário, o país conseguiu ampliar sua produção de trigo, milho e algodão. Além disso, a criação de ovinos, suínos e bovinos significou outra frente de fortalecimento da pecuária estadunidense. Na indústria, o crescimento dos mercados consumidores e o investimento em infra-estrutura dinamizaram a economia nacional.

Os ganhos alcançados por meio de tantas conquistas foram a prova fundamental que comprovava a doutrina do Destino Manifesto. Com isso, essa sociedade mobilizada em torno do objetivo de conquistar terras construiu uma auto-imagem de uma nação eleita por Deus para civilizar novas terras e prosperar economicamente. Dessa forma, estavam estabelecidas as condições e o sentimento que transformaram as antigas Treze Colônias em uma grande potência mundial.



Abraço!

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3 comentários:

James Figueiredo disse...

Fala, Neto!
Cara, nada a ver com o assunto do post, mas olha que blog maneiríssimo:
http://mypaperheroes.blogspot.com/

Abração,
J.

Noturno disse...

Muito bom o blog, James. Adorei.

Obrigado pela dica.

Abração!

Bolivar Trask disse...

"Avalanche é coagido a andar na linha"..rapaz, eu nao lembro dessa parte.. mas agora faze todo o sentido a participacao dele nas revistas mais recentes.

Cara.. vc se interessa em participar, de alguma forma, da proocolos Xavier? Seja atualizando fichas.. ou criando novas..
Bom independente da resposta, me adiciona aí no msn: Bolivartrask@gmail.com