segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Uncanny X-Men 508-511: “Sisterhood”.

“Sisterhood”
(Uncanny X-Men 508-511, 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Greg Land
Arte-final: Jay Leisten
Marvel Comics.

Antes de começar as minhas críticas com relação a este arco, é bom deixar claro que eu achei a trama “Sisterhood” da revista Uncanny X-Men muito boa! Porém, o desenvolvimento da história ao longo de suas quatro edições, na minha opinião deixou muito a desejar. Senão vejamos.

A ex-esposa de Ciclope, Madelyne Pryor, voltou como uma força psiônica ambulante procurando um corpo hospedeiro à altura de seus poderes. Além disso, ela empreende um ataque aos seus inimigos X-Men na Califórnia, restabelece aquele imbróglio criado nos anos 90 envolvendo a troca de corpos entre a X-Man Psylocke e a ninja Revanche (Kwanon) e incita uma pontinha de esperança sobre o retorno de uma das X-Man mais queridas pelo fandom.


Até aí tudo bem e vou além. Diria que tudo isso daria uma excelente história. Daria, se não fosse pelo roteiro pra lá de “descolado” de Matt Fraction. Definitivamente, acredito que ele não é uma boa escolha para escrever o título principal dos mutantes. De início, temos uma forma sem graça e nada criativa de descrição das dezenas de mutantes que ele insere na história, em referência aos poderes e à personalidade dos personagens.

Além disso, parece que sempre ao início de cada edição, temos que ver como os mutantes estão felizes no seu novo lar. Os figurantes Homem de Gelo e Hepzibah que o digam! A cidade de São Francisco os acolheu de braços abertos e a prefeita da cidade dá todo o apoio à permanência dos X-Men naquela região. Nem aqueles ataques feitos pela TV por Simon Trask consegue mudar a visão da política local.


Enquanto isso, somos apresentados à mais nova integrante do Clube de Ciências mais chato dos quadrinhos (aquele liderado pelo Fera e que foi recrutado no arco passado, “Lovelorn”): a Dra. Kavita Rao, a mesma responsável pela “cura” mutante do primeiro arco de Astonishing X-Men, “Superdotados”. De interessante nesse grupo, nada! Hehehe... Brincadeira, destaco apenas a suspeita do Fera com relação aos segredos que os líderes dos X-Men Ciclope e Emma Frost estão mantendo do restante da equipe (e um do outro!).

Não sei se é em razão de ser uma clone de Jean Grey (minha X-Man favorita), mas sempre achei Madelyne Pryor uma excelente vilã. Seu maior destaque até hoje foi na saga Inferno, dos anos 80. Depois ela apareceu somente na série de Nathan Grey, a revista X-Man, e não me lembro mais o que aconteceu com ela (e pela qualidade duvidosa daquela série, duvido que um dia saberei, hehehe...).


Aqui em “Sisterhood”, a vilã é bem retratada e seu grupo de “irmãs” (as duas filhas do Mestre Mental, Quimera, Lady Letal e Spiral) ficou bem legal. Pena que ficou pouco verossímil vê-las dando uma sova em tantos X-Men, já que agora eles são um “exército”. Agora que todo mundo está na equipe, você poderá ver Tempestade disparando um raio ou Cristal usando seus poderes, mas como são muitos personagens, não espere que elas falem muito (a pobre Ororo só serviu de figuração de luxo).

E quase que aconteceu algo muito esperado pelos fãs mais antigos dos X-Men: a volta de Psylocke ao seu corpo britânico. Mera ilusão, já que o visual ninja criado por Jim Lee ainda prepondera entre os fãs da personagem.


Os desenhos de Greg Land é aquilo que todo mundo sabe: “copy + paste”. Sem querer ser injusto, confesso que gostei de alguns quadros que ele criou (apesar de duvidar da autenticidade do artista), e a Madelyne Pryor dele ficou muito boa! Ela ficou incrivelmente bonita e ao mesmo tempo ameaçadora (uma combinação que costuma dar muito certo nos quadrinhos). Uma pena que uma determinada posição do rosto da vilã parece se repetir constantemente ao longo das quatro edições (a mesma apresentada na capa da edição 508).

A composição de cenas de Greg Land também se mostrou bastante irregular, com quebras abruptas entre elas. Quando o leitor pensa que está no meio de um ato, ficamos sabendo na próxima página que ele já se encerrou. Essa irregularidade poder ser consequência também do roteiro “ágil” e “descolado” de Matt Fraction.

Enfim, “Sisterhood” poderia ter sido uma ótima história dos X-Men, mas a falta de personagens centrais tornou o elenco da série uma verdadeira salada, com personagens aparecendo e sumindo no quadro seguinte (para nunca mais voltarem...). Com isso, muito pouco pôde ser mostrado com relação à caracterização de vários X-Men queridos pelos fãs. E o “exército” agora ganha a presença de Psylocke que está liberada pelos editores da Marvel desde que o escritor Chris Claremont conseguiu mais um fracasso com o cancelamento da série New Exiles.


Abraço!

4 comentários:

Unknown disse...

Uma lástima.
Apenas isso.

Dave D disse...

Não, não, não... venho por meio desta discordar.

Em primeiro lugar é preciso entender que a mulher que controla a Irmandade é e não é a Madelyne. Fraction não disse que sim, nem que não, mas as ações dela condizem com a última leitura da personagem.

Recapitulando: Madelyne foi recriada COM os poderes de Nate Grey e PELOS poderes de Nate grey, mas quando o mesmo tentou reabsorvê-la, ela tornou-se independente. O que não vimos no Brasil é que, em edições futuras, revelou-se que essa Madelyne serviu de âncora para que uma Jean Grey maligna de outra dimensão/realidade entrasse na Marvel 616... e lá ela adotava o nome de RED QUEEN!

Sabendo disso dá pra entender melhor as motivações dos personagens neste arco. Principalmente o uso da Psylocke como cobaia do experimento que a Red Queen queria aplicar em si mesma.

E, uma coisa que não vi comentada aqui, foi a rápida conversa que Emma teve no plano psíquico com uma certa "...X-Man mais queridas pelo fandom".

Enfim, Matt Fraction tem me agradado muito conduzindo Uncanny e o único problema pra mim é o envolvimento de Greg Land.

=)

railer disse...

tu escreve bem e faz ótimas críticas. responda pra mim o que quer dizer um 'arco'? é uma série de revistas em quadrinhos? tem início, meio e fim?

a propósito, a minha x-men preferida é a mística.

Noturno disse...

Vamos lá...

David, obrigado por ter esclarecido essa dúvida da Madelyne. Eu certamente não iria atrás das histórias do Nate Grey pra descobrir. hhehe.. Mas não é só você que está gostando do Fraction não. O Andy, por exemplo, tá adorando... Vai entender vocês dois. hehe Brincadeira. Gosto é gosto.

railer, um "arco" é um termo que usamos pra definir uma história dividida em mais de uma parte. O correto seria sempre dizer "arco de histórias". Como as revistas são publicadas de forma contínua (em regra, todo mês sai uma edição), o 'arco de histórias' chamado "Sisterhood" por exemplo saiu nas edições 508-511 da revista Uncanny X-Men. A próxima edição seria o início de outro arco, mas tudo dentro de um contexto geral, havendo aquilo que chamamos de continuidade.

Ajudei ou só confundi mais? hehehehe...

Qualquer coisa é só perguntar! :)

Ah, e a Mística também é uma das minhas persoangens preferidas. Mas gosto quando ela fica do lado dos vilões.

Abraço!!!