terça-feira, 18 de novembro de 2008

The Amazing Spider-Man 229-230: Ninguém pode deter o Fanático!

The Amazing Spider-Man 229-230.

Roteiro: Roger Stern
Desenhos: John Romita Jr.
Arte-final: Jim Mooney
Marvel Comics.

Nas duas histórias que passarei a descrever a seguir, veremos o primeiro encontro entre o Homem-Aranha com o Fanático (cuja origem já foi contada na resenha dos X-Men da Era de Prata).

Vocês podem estar dando por falta da edição 228 da revista. Ocorre que ela não foi produzida pelos autores Roger Stern e John Romita Jr. de maneira que não será objeto de avaliação neste espaço. Logo após a descrição da história, dividida em duas partes, falarei a respeito das minhas impressões sobre a trama.

"Ninguém pode deter o Fanático" (The Amazing Spider-Man 229, junho de 1982).

A história se inicia com um pesadelo da Madame Teia. Ela vê um terror negro derrotar o Homem-Aranha e ir ao seu encalço. Desesperada, ela acorda e entra em contato com Peter Parker, que naquele momentos cochilava em seu apartamento.

Ela o avisa de que a vida dela estará em perigo dentro de algumas horas e que o Homem-Aranha é o único que pode salvá-la. Sem ter uma noção precisa do que esse perigo representa, ela diz a Peter que voltará a entrar em contato com ele mais tarde.

Enquanto isso, no Porto de Nova York, Back Tom Cassidy planeja o seqüestro da Madame Teia com seu amigo Fanático. Impaciente, Cain Marko decide ir sem o barco à procura da Madame Teia. Então, entra no mar e se dirige à cidade pelo fundo da enseada até atingir a superfície.

Peter aproveita o tempo livre e vai até o Clarim Diário à procura de trabalho. Lá, ele encontra Betty Brant, agora casada com Ned Leeds. Os dois resolvem seus problemas relacionais anteriores e decidem manter a amizade. Então, a Madame Teia entra em contato novamente com Peter e o informa sobre o local da ameaça.

Enquanto Peter confabula sobre quem possa ser seu adversário (inicialmente pensa que é o Namor), o Fanático abre caminho pela cidade, não se importando (destruindo) os obstáculos à sua frente. O Homem-Aranha vê o rastro de destruição e assim que o avista, começa o embate entre os dois.

Tudo parece em vão: ele cria uma rede de teia (inútil); abre um buraco na rua (inútil); tenta o combate corpo a corpo mas não causa um arranhão no vilão. O Fanático atordoa o Aranha atravessando uma parede com ele e volta à procurada da Madame.



Seguindo o rastro de destruição deixado pelo Fanático, que inclusive resiste às investidas das autoridades que usam um pesado ataque de artilharia em sua direção (em vão), o Aranha se defronta novamente com ele na casa da Madame Teia.



Ao saber que ela não pode viver sem a cadeira que lhe dá energia, o Fanático a descarta jogando-a no chão como um objeto, deixando-a quase sem vida.

O Homem-Aranha chama uma ambulância e promete deter o vilão.



"Luta contra um inimigo imbatível" (Amazing Spider-Man 230, julho de 1982).

O Homem-Aranha vai atrás do Fanático que continua deixando seu rastro de destruição pela cidade. Inicialmente ele tenta detê-lo tentando acertar a cabeça do vilão com uma viga encontrada em uma obra demolida. O Fanático percebe a investida, segura a viga e a transforma e a amassa inteira.

Logo depois, ele tenta lançar uma esfera de metal no Fanático, mas o vilão apara o ataque e lança a esfera em uma prédio em ruínas. O edifício desaba e os dois são soterrados. O Fanático é o primeiro a se livrar do soterramento.

Enquanto isso no Clarim, Lance Bannon termina seu relacionamento e Jameson o manda fotografar a luta com o Aranha. Ele não obedece o chefe. No cais, Black Tom Cassidy avista o Fanático sem a Madame Teia e, logo depois, o Homem-Aranha.

O Homem-Aranha tenta uma nova investida contra o Fanático lançando um caminhão-tanque em direção ao vilão.



Depois de uma enorme explosão, o Fanático surge ileso à investida.

O Homem-Aranha tenta arrancar o elmo do Fanático, porém o vilão o avisa que agora o elmo está soldado à sua armadura (já que este é um dos seus pontos fracos).

Mas o Aranha tampa os olhos do Fanático e por mais que apanhe bastante durante o processo, o herói consegue levá-lo até um chão de cimento fresco que, como uma areia movediça, o leva abaixo. Finalmente, a batalha está encerrada e Aranha sai vitorioso.



Peter consegue algumas fotos da batalha e as leva ao Clarim, para a inveja de Lance Bannon. Logo depois, ele vai até o hospital e descobre que a Madame Teia perdeu a memória devido aos traumas sofridos.

Por fim, Black Tom espera seu parceiro sair do cimento... o que acaba não ocorrendo.



Engraçado ver o Homem-Aranha estranhando o Fanático, avistando-o pela primeira vez. Esse ar de novidade ainda existia no início dos anos 80, com heróis e vilões do Universo Marvel se encontrando pela primeira vez. Hoje, isso é algo raro e normalmente os novos personagens criados na Marvel dão uma surra nos antigos apenas para mostrar o quão equivalentes eles são (estou generalizando, mas há exceções).

Esta história é uma das melhores da fase de Roger Stern no título. A trama é bastante simples mas muito bem elaborada e o fato do Fanático ignorar o trânsito e sair destruindo tudo à sua frente só denota o quão irrefreável ele é (e esta é uma de suas maiores características). De tanto o Aranha tentar, chegamos a duvidar se ele conseguirá deter o vilão sozinho ou precisará contar com a ajuda de algum outro herói. Ao contrário dos X-Men, que precisaram do Tocha Humana para derrotá-lo no seu primeiro confronto, o Aranha sozinho se saiu muito melhor.

Os desenhos de John Romita Jr. estão excelentes! As cenas de ação estão muito bem elaboradas, e a minha preferida é a da explosão do caminhão. Destaco também como caiu bem o traço do Romitinha no design do Fanático, um dos melhores que eu já vi. Casou muito bem e as dimensões do vilão ficaram perfeitas comparadas com o tamanho de um homem comum (como o Homem-Aranha). Também é digno de nota o modo como Romitinha desenha o Aranha balançando pelos céus de Nova York. Muito bom!

Peter Parker 84: Lixo!

Por fim, um fato curioso. Pouco mais de 20 anos depois, o mesmo John Romita Jr. desenharia outra história mostrando um embate entre o Aranha e o Fanático. Nitidamente percebe-se que era uma tentativa de reviver esse grande momento na vida do herói (e da carreira do desenhista). Infelizmente, essa nova história, escrita por Howard Mackie e publicada em Peter Parker 84 (outubro de 1997), não segue o mesmo padrão desse primeiro encontro e pode-se dizer que é muito ruim (como quase tudo que o Mackie produziu com o herói).

Agora que conhecemos esse primeiro encontro do Homem-Aranha com o Fanático, nas próximas resenhas ligadas à fase de Roger Stern e JRJr. vamos percorrer um longo caminho até o surgimento de um dos melhores vilões do aracnídeo: o Duende Macabro.

Abraço a todos!

3 comentários:

Anônimo disse...

MUITO bem lembrada essa historia.

Ainda mais pq eu acabei de ler a mini 1985.

Tempo bom...

Anônimo disse...

tempo bom/não volta mais... :lol:

a única coisa interessante dessa tentativa de reedição de 97, é perceber a evolução do traço do Romitinha mesmo... e só.

Anônimo disse...

Tái uma história que eu sempre quis ler e nunca tive oprtunidade...