quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cable 01-05: War Baby.

War Baby.
(Cable 01-05, maio a setembro de 2008)

Roteiro: Duane Swierczinski
Desenhos: Ariel Ollivetti
Marvel Comics.

Após o evento Complexo de Messias, o atual status dos X-Men pode ser resumido da seguinte forma: o Professor Xavier está supostamente morto, os X-Men foram dissolvidos por Ciclope, surge a nova X-Force e Cable foi mandado ao futuro para proteger a vida da bebê “messias”.

De todos esses novos rumos que cada grupo de personagens recebeu, a tragetória de Cable me parece a mais interessante à primeira vista, já que os X-Men já foram dissolvidos várias vezes e a X-Force está longe de ser uma novidade.

Assim, nessas cinco primeiras edições da nova revista Cable, somos apresentados ao futuro, mais precisamente o ano de 2043. Nele, aparentemente não existem mais mutantes (com uma única exceção apresentada ao final da terceira edição) e, depois de um evento cataclísmico, a sociedade foi dividida, e parte dela vive sob um regime autoritário liderados por uma milícia denominada Turnpike (não sei o nome que eles traduziram aqui no Brasil).

Cable procura proteger a bebê mutante mas passa por alguns maus bocados. De início é atacado pela milícia acima mencionada e, logo depois, passa por um grande conflito com Lucas Bishop, que sobreviveu ao Predador X em Complexo de Messias (à custa de um braço), e que agora viaja no tempo à sua procura. No caminho, Cable encontra dois aliados: uma garçonete chamada Sophie e um antigo pupilo seu dos Novos Mutantes e da primeira formação da X-Force.


Basicamente, as cinco edições mostram o confronto de Cable com Bishop. Engraçado que a primeira edição apresenta o cenário, a segunda mostra o escape de Bishop da Ilha Muir, sob o ponto de vista deste novo “vilão”, até o encontro com Nathan e, por fim, as três últimas são basicamente cenas de ação. Confesso que fiquei um pouco decepcionado com o ritmo da história, já que a primeira e a segunda edição, por exemplo, poderiam facilmente ser apenas uma.

Existem cenas muito desnecessárias ou desenvolvidas de forma muito lenta para preencher as vinte e poucas páginas de cada edição, resultando no famoso artifício apelidado de “barriga”. O futuro caótico em que Cable se encontra nesse arco é interessante, e, um ponto positivo é que o personagem não hesita em continuar seguindo suas prioridades, mesmo com pessoas precisando de sua ajuda (ele se recusa em ajudar as pessoas marginalizadas desse mundo para manter o foco na proteção do bebê). A personagem Sophie tem um papel de destaque no título, apesar do final do arco indicar uma mudança de rumo no sentido de que ela não será mais utilizada (veremos isso em breve).

Outro ponto negativo é a caracterização de Bishop. Penso que foi um acerto colocá-lo como o antagonista de Cable, porém se observarmos sua personalidade em X-Treme X-Men, por exemplo, onde ele repreende Ororo por atirar em Víbora, aqui ele é praticamente um exterminador de seres humanos. Seu objetivo está acima de qualquer vida humana, para que o holocausto do seu “passado” (futuro) não ocorra. A impressão que fica é que parece que ele voltou às origens e todo o seu desenvolvimento ao longo dos anos, ao lado dos X-Men, foi esquecido num passe de mágica. Apesar dessa incoerência, Bishop não tinha mais por que existir depois da saga Massacre, de modo que seu novo status dá uma revigorada no personagem.


Depois de desenhar uma revista muito distoante do seu estilo (Justiceiro: Diário de Guerra), Ariel Ollivetti parece ter se encaixado perfeitamente nesta revista. O futuro criado visualmente por ele é bem interessante e seu estilo bastante diferente do usual das HQs é o tom perfeito para uma revista que se passa no futuro. Na minha opinião, foi um grande acerto dos editores em colocá-lo em Cable.

Apesar de contar com um ritmo lento, Cable ainda é um título interessante por mostrar o destino da bebê e por dar continuidade ao novo propósito de dois representantes do pior que os anos 90 já produziu: o próprio Cable e Bishop.


Abraço!

Um comentário:

Philosophista disse...

É foda, mas eu gosto do Bishop e do Cable. Sim, realmente são de histórias confusas e tudo mais, mas sei lá, eu simplesmente acho o character design deles interessantes, ainda mais que, quando era um menininho, tava costumado em vê-los no desenho dos X-Men...

enfim, o Cable mesmo sendo criado pelo bosta do Liefield, eu até acho bacana, ainda mais quando ele se uniu ao Deadpool (aliás, foi bacana o ESPORRO que o Deadpool deu no Ciclope depois que o Nathan sumiu)... Então essa série é realmente bem abcana, ainda mais pelo Ollivetti, que eu acho a arte bem legal pra esse tipo de coisa futurista...

Enfim, o bacana é que a revista mantém e melhora o ritmo com o tempo...