terça-feira, 7 de abril de 2009

Jovens Vingadores apresentam... 01-06.


Jovens Vingadores apresentam...

Patriota (01).

Roteiro: Ed Brubaker
Desenhos: Paco Medina
Arte-final: Juan Vlasco

Hulkling (02).

Roteiro: Brian Reed
Arte: Harvey Tolibao

Wiccnano e Célere (03).

Roteiro: Roberto Aguirre-Sacasa
Arte: Alina Urusov

Visão (04).

Roteiro: Paul Cornell
Desenhos: Mark Brooks
Arte-final: Jaime Mendoza

Estatura (05).

Roteiro: Kevin Grevioux
Arte: Mitch Breiweiser

Gaviã Arqueira (06).

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Alan Davis
Arte-final: Mark Farmer
Marvel Comics.


A minissérie “Jovens Vingadores apresentam” é uma medida paliativa da Marvel para suprir a ausência do título regular dos heróis adolescentes criados por Allan Heinberg e Jim Cheumg.

Quando foi lançada a revista Jovens Vingadores, o título recebeu elogios da crítica especializada bem como contou com altas vendagens (dentro dos parâmetros atuais). O escritor Allan Heinberg conseguiu o que poucos escritores conseguem atualmente: apresentar novos personagens e fazer com que os leitores, em pouquíssimo tempo, se importem com eles. Contando com os desenhos de Jim Cheumg, na minha opinião ideal para a proposta do título, a revista tinha ritmo e dinamicidade, além diálogos muito interessantes.

Porém, a série foi interrompida graças à falta de tempo de Allan Heinberg em escrever os roteiros, tendo em vista que trabalhar com quadrinhos parece ser mais um hobby do escritor, já que ele escreve e produz atualmente a série televisiva Grey's Anatomy (bem mais rentável). O mesmo tipo de problema com relação aos prazos pôde ser encontrado quando Heinberg tentou conduzir o título da Mulher-Maravilha, também sem sucesso (clique aqui para saber mais).

Depois que a série foi interrompida, o editor Tom Brevoort prometeu seu retorno com uma nova numeração, assim que Heinberg tivesse tempo de escrevê-la. O editor foi honesto em não dizer ou estipular um prazo para isso, um acerto já que até hoje o escritor não voltou a roteirizar quadrinhos.

E assim chegamos em “Jovens Vingadores apresentam”. Cada capítulo conta com diferentes criadores, uma decisão editorial que acho acertada, de maneira que não passa a impressão de que alguém esteja tentando substituir os criadores da série (apesar de não serem personagens autorais).

Essa minissérie nada mais é do que uma oportunidade de reencontrar esses personagens que se encontram meio desaparecidos das revistas (com algumas exceções ligadas ao evento Iniciativa) e muito requisitadas pelos fãs. Todas as histórias lidam, na essência, com a busca de identidade de cada personagem do grupo, o que de certa forma dá uma unidade à minissérie, por mais que as histórias possam ser lidas de forma independente.


A história envolvendo o Patriota (Eli Bradley) trata do encontro deste herói com o Soldado Invernal (Bucky Barnes), antigo parceiro e atual Capitão América. Patriota é o Jovem Vingador mais revoltado de todos, sempre inconformado pela falta de reconhecimento que seu avô teve como o primeiro Capitão América (uma história inédita no Brasil). Seu encontro com Bucky serve para que essa revolta seja um pouco amenizada. Ninguém melhor do que Ed Brubaker para realizar esse encontro, já que o escritor é atualmente a voz por trás do universo do Capitão América. Os desenhos de Paco Medina, assim como os de Jim Cheumg, são ideais para heróis adolescentes (não à toa, ele desenhou uma pequena fase do título dos Novos X-Men).

A segunda edição mostra o encontro de Hulkling (Teddy Altman) com seu suposto pai, o Capitão Marvel (ou o Skrull que se passa por ele, como foi mostrado na minissérie Capitão Marvel. Escrita por Brian Reed (o mesmo da minissérie do Capitão Marvel), que até o momento não mostrou a que veio, é uma edição regular que foca no tema da paternidade e perde muito em conteúdo pelo fato desse encontro não passar de um fantoche (apenas fique registrado que prefiro o Capitão Marvel morto). A arte fica toda por conta de Harvey Tolibao, que nas expressões faciais que desenha me lembra o estilo de Steve Mcniven, mas inferior a este de modo geral. O desenhista cria bons planos de fundo, o que deixa a história bastante rica e agradável visualmente.

Wiccano (Billy Kaplan) e Célere (Tommy Shepherd), os filhos perdidos da Feiticeira Escarlate, são os protagonistas da terceira edição. Escrita pelo mediano Roberto Aguirre-Sacasa, nesta história os dois heróis saem à procura... da Feiticeira Escarlate. Hehehe... Depois de procurá-la em alguns lugares em que pode estar se escondendo, eles se encontram com um antigo vilão dos Vingadores, o Mestre Pandemônio e, no final, se conformam em não encontrá-la. A arte de Alina Urusov me lembra um pouco o estilo de Adrian Alphona dos Fugitivos. Achei os desenhos bons, só que não escolheria esse estilo para um título regular dos Jovens Vingadores.

A quarta edição é, de longe, a mais fraca de todas. Paul Cornell é um bom roteirista, porém o personagem não ajuda. O Visão que todos os fãs dos Vingadores estão acostumados a ver é bem diferente deste aqui, um produto da mente do antigo Rapaz de Ferro (o Kang adolescente, antes de ser tornar o vilo dos Vingadores). Como não tem um passado bem definido (é o pior personagem dos Jovens Vingadores), a história gira em torno do seu caso (quase) amoroso com Estatura, o que lembra muito a relação do Visão (o verdadeiro) com a Feiticeira Escarlate. Assim, essa humanização do andróide não é nenhuma novidade. Outro desenhista bom para títulos adolescentes, Mark Brooks cuida da arte desta edição.

Estatura (Cassie Lang) estrela a penúltima parte da minissérie, escrita por Kevin Grevioux e com desenhos de Mitch Breiweiser. Aqui, ela fica traumatizada por quase ter tirado a vida de seu padrasto e, para sair desse estado de choque, ela conta com a ajuda de seus amigos. Engraçado que na edição anterior (a do Visão), ela fala sobre a dificuldade de se encontrar com os seus amigos não registrados. Aqui, parece exatamente o contrário, ou seja, uma naturalidade em entrar e sair do esconderijo de seus amigos. É uma boa edição que lida com o fato da dificuldade de Cassie em superar a morte de seu pai e de melhorar o relacionamento com sua mãe, que também resolveu tocar a vida adiante assumindo um novo relacionamento.

A última história é estrelada pela Gaviã Arqueira (Kate Bishop). Escrita pelo atual queridinho da Marvel, Matt Fraction, e desenhada pelo veterano (e sempre ótimo) Alan Davis, a história mostra o encontro de Kate com o recém-ressuscitado Clint Barton (o ex-Gavião Arqueiro, e agora Ronin). A história se concentra não só sobre a propriedade do arco que dá nome aos heróis, mas também sobre o relacionamento de Kate com Elliot (o Patriota) e a importância de haver novos heróis para o futuro dos Vingadores.


Como disse, a minissérie “Jovens Vingadores apresentam” é apenas um paliativo para a ausência de uma revista regular desses heróis. Acho bem interessante a forma como os pirralhos usurparam o nome dos Vingadores para que, de certa forma, eles fosse poupados de críticas. Na minha opinião, uma das melhores cenas ocorre justamente quando um deles lembra outro de que os Vingadores insistem para que eles não usem o nome do grupo (em vão).

O fato de ter contado com uma equipe criativa para cada edição e, cada história poder ser lida de forma independente, foi uma boa sacada de Tom Brevoort (o editor do núcleo dos Vingadores). Assim, fomos poupados de uma minissérie inteiramente ruim (como a história do Visão), ao passo em que vimos diferentes autores darem vida ao grupo, uma medida que, no futuro, se mostrará inevitável caso Allan Heinberg não volte ao mundo dos quadrinhos.

Abraço!

Um comentário:

I. Monique disse...

Noooossa, assustei na hora que vi o seu mapa do Brasil!! Tem até Itabuna, cidade onde nasci...rsrs

Feliz Páscoa Volninho!!!

bjos