sexta-feira, 10 de abril de 2009

X-Factor 28: Consequências.

Consequências.
(X-Factor 28, 2008)

Roteiro: Peter David
Arte: Pablo Raimondi
Marvel Comics.

Após Complexo de Messias, o X-Factor sofreu algumas seqüelas: Layla Miller ficou presa no futuro de Bishop (80 anos no futuro), Jamie Madrox recebeu a marca dos prisioneiros mutantes daquele mesmo futuro e Rahne Sinclair, a Lupina, foi recrutada para integrar secretamente a nova formação da X-Force. Em X-Factor 28 o escritor Peter David lida com todas essas questões, além de dar seguimento às tramas que vinha construindo, equilibrando drama com uma boa dose de humor.

A história mostra Siryn, grávida de Jamie, procurando alento em um confessionário, bem como em um desabafo com Monet num bar, que a surpreende sugerindo um aborto. Ao mesmo tempo, Rictor descobre que a Cidade Mutante está mudando, com novos negócios (como prostituição infantil) e se dividindo em duas facções: a dos ex-mutantes que permaneceram com alguma aparência ligada à suas mutações e a dos que agora podem se passar por pessoas normais. Enquanto isso, Jamie, sem saber da condição de Siryn, se revolta com a saída de Rahne do grupo e ainda lida com o fato de não ter mais a presença de Layla.

Fortes caracterizações parece ser o segredo do sucesso de X-Factor, já que nada bombástico ou que vai “mudar o mundo para sempre” (as eternas promessas dos grandes eventos) acontece aqui. Na maioria das vezes, são apenas situações com que um grupo de investigadores birutas têm que lidar em seu cenário (até aqui, o Distrito X, a outrora cidade mutante).

As cenas em que Jamie discute com Rahne é um excelente exemplo de como Peter David consegue como ninguém desenvolver um personagem que pode se multiplicar e dar a cada uma das cópias uma personalidade distinta. Isso pode resultar em suspeitas em praticamente todas as cenas em que Jamie aparece, já que o leitor pode ser surpreendido com uma mera cópia que pode não fazer exatamente o que se espera do Madrox que conhecemos (a matriz).

A ausência de Layla Miller é sentida não só pelos personagens, mas por quem acompanha o título desde o seu lançamento. Layla, surgida no evento Dinastia M, é uma das melhores personagens da Marvel criadas recentemente, graças ao desenvolvimento dado a ela por Peter David, em X-Factor. Mas o fato dela se encontrar atualmente no futuro parece ser providencial, já que uma das subtramas do título é justamente o fato de Layla ter dito que se casaria com Jamie. Assim, seu eventual retorno, já mais velha, provavelmente poderá fazer com que essa revelação se concretize. Vamos ver como isso se desenvolve nas edições futuras.

O senso de humor de Peter David continua forte, como na cena de despedida de Rahne com Monet e no diálogo desta com Siryn no bar. Por falar em Rahne, confesso que a saída dela do X-Factor me incomodou bastante quando soube da notícia. Parecia mais uma daquelas imposições editoriais que tanto irrita Peter David (como os mega eventos), mas depois de ler X-Force achei uma decisão acertada. Essa edição de X-Factor trata da saída da personagem, o que mostra um certo respeito à importância dela no título.

O desenhista Pablo Raimondi volta ao título depois de um tempo ausente. Penso que o estilo de Raimondi é ideal para essas tramas criadas por David, e um ponto forte do desenhista são as expressões faciais dos personagens. Não é um dos meus desenhistas preferidos, mas dentro desse clima urbano de X-Factor, a arte de Raimondi, na minha opinião, se encaixa perfeitamente.

Enfim, X-Factor 28 é uma boa edição que lida com as conseqüências de Complexo de Messias e serve para que Peter David retome suas tramas de onde parou antes do referido evento, ao passo que prepara o grupo para o próximo arco do título: “O único jogo da cidade”.

Abraço!

Um comentário:

Noturno disse...

Ainda estou apanhando com o trema, que não existe mais, mas o Word ainda corrige automaticamente de acordo com as regras antigas. Outras palavras, como ideia, às vezes são acentuadas dependendo do computador que uso para postar.

Só pra constar.

Abraço!