sábado, 11 de abril de 2009

X-Force 01-06: Anjos e Demônios.


Anjos e Demônios.
(X-Force 01-06, 2008)

Roteiro: Craig Kyle e Christopher Yost
Desenhos: Clayton Crain
Marvel Comics.

Em Complexo de Messias, Ciclope pede para que Wolverine reúna a X-Force, composta dos mutantes rastreadores e assassinos da equipe. Na primeira empreitada dessa nova força-tarefa de situações extremas dos X-Men, ocorre uma baixa: Caliban morre em combate ao salvar a vida de James Proudstar, o Apache.

O retorno do grupo se dá quando uma base da SHIELD é atacada pelo Reverendo Mathew Risman, dos Purificadores, e nela é roubada a cabeça de um antigo vilão chamado Bastion, um composto do robô do futuro Nimrod com o Molde Mestre, e responsável pelo evento dos anos 90 chamado Operação Tolerância Zero.

Ressuscitado com a fusão da cabeça roubada com o corpo de Nimrod, Bastion se torna o novo Oráculo dos Purificadores, e, no arco Anjos e Demônios ele traz de volta à vida ex-vilões dos X-Men que foram responsáveis pelo extermínio de centenas de mutantes, bem como começa a planejar sua própria agenda. Fora isso, Lupina é capturada e submetida à tortura psicológica de seu ex-mentor religioso (e algo além disso), Reverendo Craig, e se torna responsável por um ato que muda drasticamente o status do personagem Anjo. Além disso, Eli Bard se une à forma alienígena conhecida como Magus e foge após um confronto com a X-Force.

Assim que o arco acaba, a X-Force tem que permanecer ativa para capturar e dar um fim nessa nova série de vilões que estão de volta: o próprio Bastion, William Stryker (criador dos Purificadores), Cameron Hodge (traidor da formação original do X-Factor e principal peça por trás do arco Programa de Extermínio), Stephen Lang (líder do projeto Armagedon, mostrado em Uncanny X-Men 100, o início da Saga de Fênix, no confronto dos Novos X-Men com os Sentinelas e réplicas da equipe original), Rainha Leprosa (da Liga Sapien, da péssima passagem de Peter Milligan na revista X-Men, mas com um ótimo visual que lembra os melhores filmes de terror), Graydon Creed (filho de Dentes de Sabre e Mística e criador da facção Amigos da Humanidade), Donald Pierce (líder dos Carniceiros e ex-integrante do Clube do Inferno) e Bolivar Trask (criador dos Sentinelas).


Muita gente, inclusive eu, torceu o nariz quando foi anunciado esse novo título mutante, mas depois de ler esse primeiro arco, hoje eu o considero um dos melhores sendo publicados atualmente. X-Force pode ser considerado um título da linha adulta da Marvel, MAX, por conter cenas fortes com muita muita violência, mas de nenhuma forma gratuita.

Essa “sede de sangue” sempre pareceu ser o tom que os roteiristas Craig Kyle e Christopher Yost gostam de usar em suas histórias. No título New X-Men, estrelado eminentemente por adolescentes, os roteiristas eram constantemente criticados por matar demais os personagens, apesar de realizarem boas histórias que lembravam os melhores tempos dos Novos Mutantes, na minha opinião.

Agora, com o grupo X-Force, os dois escritores parecem ter encontrado sua casa ideal. Eles continuam usando muito bem sua criação X-23 como uma de suas protagonistas, bem como trabalham bem os outros personagens, com destaque para Rahne Sinclair, a Lupina, que foi tirada do grupo X-Factor e que aqui lida com parte do seu passado. E, quem diria, Wolverine, outrora um animal em forma humana, parece ser o mais sensato e pronto para fazer com que o grupo pare de ultrapassar os limites dados por Ciclope.

A idéia dos Purificadores não me agradou de início em New X-Men, por trazer de volta o personagem William Stryker, de X-Men: Deus Ama o Homem Mata, mas aqui eu confesso que fiquei muito entusiasmado com o rumo que essa seita tomou. A desavença que há entre o Reverendo Risman e Bastion foi inusitada e a forma como Bastion traz à vida antigos vilões dos X-Men, ao contrário do que normalmente acontece, foi assombrosa (a sala de reunião onde Bastion reúne todos eles, em forma de mortos-vivos, é fantástica).

Mas o melhor fica mesmo reservado para o personagem Anjo, que finalmente ganha um sentido depois de ser apenas um mutante com asas. Há vários spoilers a seguir. Não lei se não quiser perder algumas surpresas.


Sobre isso, devo dizer que trazer o Arcanjo de volta foi uma excelente idéia para que Warren não continue sendo um inútil em combate. Não se trata de fazer apologia àquela violência sem sentido de várias histórias dos X-Men dos anos 90, mas na minha opinião o Arcanjo sempre foi um ótimo conceito de imenso potencial e uma forma de trabalhar o personagem melhor do que na sua versão original.

Aliás, achei bem interessante a forma como os roteiristas encontraram para trazê-lo de volta, ao contrário do que Scott Lobdell fez quando o fez voltar a ter suas asas originais, que foi péssima.


O desenhista Clayton Crain faz um excelente trabalho em X-Force. Seu estilo é controverso, mas para mim ele parece ser um ótimo parceiro de equipe de Kyle e Yost para esse título, porque parece gostar de criar histórias com muita violência (e é muito bom nisso, por sinal). Assim como disse que o estilo próprio Ariel Olivetti parece ser um acerto em Cable, por mostrá-lo em outra linha do tempo, a arte de Clayton Crain foi outro grande acerto dos editores por usarem seu estilo nessa série mais violenta.

Assim, desenhistas com estilos diferentes podem não se sair muito bem em certos títulos, como o erro de ter colocado o próprio Clayton Crain em uma revista do Homem-Aranha. Por outro lado, escalá-lo para X-Force foi uma escolha bastante apropriada na definição da equipe criativa. A ambientação criada pelo desenhista lembra muito filmes de suspense/terror, com uma boa dose de ação sem censura, exatamente o que a história propõe. Basta ver o excelente quadro de uma cena da batalha final do arco mostrado a seguir. Muito bom!


Um dos títulos que mais despertou dúvidas quando foi anunciado seu lançamento, X-Force se mostrou forte neste início e, agora, termina por consolidar a força dos roteiristas Craig Kyle e Christopher Yost como um dos melhores dentro do universo dos X-Men. Altamente recomendado!

Abraço!

13 comentários:

Anônimo disse...

Esse arco é fenomenal, mas parece-me que o desenhista fez tudo no computador e não à mão.

Anônimo disse...

esta na hora de atualizar este blog hein Sr. Fraissat!!!! (Felipe)

Noturno disse...

Ola Pip. Bem, seja no computador ou à mão, acho que os desenhos combinaram com a proposta do título! Para mim, por exemplo, não teria nada a ver o Crain desenhar a Uncanny X-Men ou X-Factor.

Felipe, prometo atualizá-lo em breve. É que ando ocupado com assuntos mais importantes do que esse hobby.

Abraço!

MAP disse...

Curti os desenhos!
E seus textos sao muito bons, tb!!!
Parabens, Volnei!

Noturno disse...

Obrigado MAP (Marcelo)!!!

Espero que tenha gostado. Dentro de muito em breve darei continuidade aos arcos da franquia dos X-Men, mas tem outras coisas também fora dessa área.

Abração!!

Anônimo disse...

Repito: cade a atualização deste blog????

Noturno disse...

Felipe, provavelmente em maio tem mais atualizações com os próximos arcos dos X-Men.

Abração!

Márcia Cobar disse...

Muy interessantes os desenhos!

Anônimo disse...

ooooooooooi...

Philosophista disse...

Só li o comecinho dessa saga... não sou tão X-Fan... Mas achei legal essa idéia do X-Force assassino pacas liderados pelo Wolverine. Dá até para entender a mudança do Uniforme do Wolvie e tudo mais...

Agora, esse é o 3o ou 4o grupo que ele tá? hahaha

Márcia Cobar disse...

Noturno, se eu e a Inge ainda morássemos no interior, capaz de levarmos a venda do seu Valmir à falência!
hahahaha.
Abraço!

Anônimo disse...

tá na minha lista pra comprar de vez e ler completo.

MAGUS disse...

ei, eu coloquei meu nome, e saiu anonimo????