quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Lanterna Verde: Renascimento.

Lanterna Verde: Renascimento.
(Green Lantern: Rebirth 01-06, a partir de dezembro de 2004)

Roteiro: Geoff Johns
Desenhos: Ethan Van Sciver
Arte-final: Prentis Rollins
DC Comics.

A história se inicia com Kyle Rayner buscando o corpo de Hal Jordan no centro do Sol com uma nave concedida por Ganthet (um dos Guardiões do Universo) para que sua alma possa ser salva. Essas explicações são dadas no decorrer da história de modo que tudo o que se mostra nesse início é um grande mistério a ser revelado mais ao final.

A partir de então começa a explicação sobre a entidade chamada Parallax, codinome usado por Hal Jordan nos anos 90 quando este se tornou um vilão. Trata-se de um retcon utilizado por Geoff Johns para justificar as atitudes de Hal Jordan no passado e redimí-lo no presente. Particularmente, eu gostei das explicações dadas.

De fato, os fatores cósmicos que o autor utilizou para abrir caminho para o retorno de Hal Jordan como o Lanterna Verde são bastante interessantes e amarra bem a cronologia, como explicarei a seguir. O Parallax, na verdade, não é apenas um codinome. É um parasita cósmico (uma "impureza amarela") aprisionada e adormecida há muito tempo pelos Guardiões no Universo na Bateria Central que, por sua vez, adquire força por meio do medo que ele emprega nos habitantes do Universo. Como uma espécie de força antagônica, há a Bateria Central do Poder (responsável pela energização dos anéis dos Lanternas Verdes), que tem sua essência ligada à força de vontade desses mesmos seres.

Assim, quando o Parallax é despertado por Sinestro (que também foi aprisionado na Bateria Central do Poder), ele começa a influir no consciente de H, justificando assim seus atos de vilania do passado.

Em Renascimento, a preocupação recai sobre se a entidade Parallax poderá corromper o poder do Espectro (que acolheu a alma de Hal Jordan), quando e em que medida.

Parte da origem de Hal Jordan é mostrada nesta mini-série, como a morte do seu pai em um vôo (com Jordan e Carol Ferris presentes no ato). Aliás, pelo menos para quem está começando a acompanhar as histórias dele a partir daqui, achei bastante satisfatória a explicação para a personalidade temerária e teimosa de Hal, ou seja, o testemunho da morte de seu pai em um acidente com um caça, bem como sobre as razões dele ter adquirido as mechas grisalhas no seu cabelo (o medo que o estava corrompendo...).

Confesso que como um leigo no Universo DC, me senti meio perdido em algumas ocasiões. Vários personagens aparecem durante essas três primeiras partes, mas nada que seja muito difícil de acompanhar. Aliás, na terceira parte, quando tudo começa a fazer sentido e boa parte das explicações nos são finalmente passadas, você percebe o quão envolvente é a trama.

Depois de usar as três primeiras edições para explicar os motivos da "traição" (infecção diria eu, num modo vulgar) de Hal Jordan, a partir da quarta edição começa o clímax de Renascimento. De agora em diante, o escritor Geoff Johns usa e abusa de elementos de ação, algo esperado e muito bem alocado para o momento oportuno.

No satélite da Liga da Justiça, Kyle Rayner e Arqueiro Verde confrontam Sinestro a fim de proteger o corpo de Hal Jordan. Enquanto isso, na Terra (numa Coast City recém-construída) a Liga da Justiça combate Parallax que tenta dominar o poder do Espectro. Guy Gardner, John Stewart e Kilowog se livram da influência de Parallax com a ajuda de Ganthet (o Guardião do Universo). As duas lutas prosseguem até que finalmente a alma de Hal Jordan é liberdada do Espectro e da influência de Parallax. Assim, Ganthet emite uma luz para que Hal Jordan possa finalmente retornar.

No satélite, Kyle e Ollie lutam como podem para tentar derrotar Sinestro. O vilão conta que assim como é conhecido como o maior vilão de seu mundo, ele orquestrou uma forma de tornar Hal Jordan, seu maior inimigo, o maior vilão da Terra. Ponto para Geoff Johns pelo preciso encaixe na cronologia!

O Parallax fica sem hospedeiro e procura o corpo de Ganthet. No satélite, assim que a alma de Jordan é libertada e guiada pelo Guardião, vemos finamente o retorno do Lanterna Verde na última parte da quarta edição. As mechas brancas desaparecem de modo a evidenciar que Hal Jordan não possui mais o medo que o corrompia. Assim, ele chama Sinestro para a briga.
A quinta edição é excelente. Acredito que Geoff Jonhs guardou muito bem a ação desenfreada para o final, o que para mim é uma decisão acertada. Praticamente todo o conteúdo já nos havia sido repassado nas edições anteriores e assim era só concluir a história com boas cenas de ação e interação entre os personagens.

Na penúltima parte de Renascimento, o foco central é a batalha entre Hal Jordan e Sinestro. Muito bem elaborada e recheada de diálogos entre os dois inimigos e o clima espacial do confronto chama a atenção desta edição. Aliás, é exatamente esse contexto de ficção científica que me fascina no universo do Lanterna Verde, mesmo conhecendo muito pouco (ou quase nada) de suas histórias do passado.

Ao final da batalha, e já com a ajuda de Kyle Rayner, Sinestro escapa em um vórtex interdimensional não sem antes dar as boas vindas pelo retorno de Jordan. Passada a luta, Hal Jordan (o verdadeiro) finalmente é formalmente apresentado a Kyle Rayner.

Assim, os dois decidem ir ao encontro da Liga da Justiça para ajudá-la contra Parallax, que se hospedou no corpo do Guardião do Universo Ganthet. Assim que os Lanternas Verdes Kilowog, John Stewart, Guy Gardner, Kyle Rayner e Hal Jordan são reunidos, Batman interrompe tudo e diz que impedirá Hal de fazer qualquer coisa. Estas serão as questões finais desta mini-série que, para mim, merece pouquíssimos reparos, como veremos mais adiante.

Batman acredita em trevas e medo. Hal Jordan, por sua vez, não. Essas duas faces são colocadas em evidência assim que Batman prende o braço de Hal com uma batcorda (hehe...). Mas Hal facilmente faz a batcorda se desintegrar com seu anel e novamente reúne os Lanernas Verdes para combater Parallax. Batman tenta interromper e é surpreendido por um gancho de Jordan.



Batman chama a Liga da Justiça para o ataque, mas eles são interrompidos pelo Lanterna Verde da Sociedade da Justiça (Alan Scott), já que a batalha não pertence a eles. E assim, a Liga da Justiça apenas observa o desfecho da história.

E assim ocorre a batalha final entre os Lanternas Verdes reunidos contra a entidade Parallax. Muito interessante a forma encontrada por Geoff Johns para retratar as diferentes formas como o anel de cada um deles se manifesta. A precisão de Hal, a força bruta de Kilowog, as faíscas de Guy e a frescura de Kyle (hehehe...).

O objetivo dos Lanternas Verdes é novamente aprisionar Parallax na Bateria Central do Poder. A luta prossegue de forma envolvente até quando chega o momento mais emocionante, acredito eu, para todos os fãs do personagem: o Juramento. Cada um dos Lanternas fala uma parte desse juramento (que é indiscutivelmente muito bom) e assim Parallax é derrotado.

No final, Oliver Queen (o Arqueiro Verde) entrega a Bateria do Poder que ele guardou para Hal. Logo depois, este diz a Carol Ferris ter planos para o futuro (que serão visto na série regular do personagem).



C O M E N T Á R I O S :

Bastante empolgado para acompanhar a nova revista mensal nacional do Lanterna Verde, resolvi inicialmente ler mais a respeito do personagem por meio dessa mini-série, lançada originalmente em dezembro de 2004 nos Estados Unidos. Escrita por Geoff Johns, escritor que está à frente da autoria do título do personagem até os dias de hoje (e com rasgados elogios da crítica especializada), a história, como todos sabem, traz o retorno de Hal Jordan como o Lanterna Verde.

Renascimento é uma excelente história, com muito conteúdo, bem amarrada com a cronologia da DC Comics e que serviu como forma de "regenerar" Hal Jordan (regenerar é um termo impreciso se levarmos ao pé da letra o que realmente aconteceu).

Os únicos pontos negativos que destaco é a falta de explicação para alguns personagens que aparecem, como em um interlúdio em que aparece um cabeçudo (Hector Hammond) em uma prisão. Hammond retornaria no arco mais confuso da série mensal do Lanterna Verde que seria lançada e Johns novamente não explicaria muito bem quem ele é.

O resto é muito bem elaborado. Os personagens da Tropa (Guy, John e Kilowog), todos estão muito bem retratados e até o chato do Kyle não está tão insuportável como estamos acostumados. O antagonismo de Hal com o Batman também é uma ótima idéia, bem como a quase incondicional amizade de Jordan com o Arqueiro Verde.

Enfim, Renascimento é uma história com quase 100% de acerto, com diálogos muito bons e acontecimentos na hora e na medida certa.

Os desenhos de Ethan Van Sciver são bons e mantém o mesmo padrão em todas as seis edições. Já conhecia o traço dele em New X-Men. Acho-o às vezes um pouco irregular, mas ele realmente caprichou nessa mini-série. As cores inseridas nos seus desenhos também ficaram excelentes. E, ao que parece, ele não pouca esforços em detalhar os quadros. A arte dele casou bem com a proposta da revista.

Destaco como ficou boa a forma bestial do parasita Parallax. Também digno de elogios são os desenhos da cena em que os Lanternas fazem o juramento, que ficou muito bom, bem como a batalha espacial de Hal com Sinestro na quinta edição!

Para encerrar, a mini-série termina com um diálogo muito preciso entre Ollie e Hal. O primeiro diz: "Sabe... eu ainda não consigo me lembrar daquele maldito juramento". Hal Jordan fecha a história com esses dizeres emblemáticos:

"E eu nunca vou me esquecer."

Abraço a todos!

BAMF!

4 comentários:

Anônimo disse...

Se existe um personagem ou conceito que me faz ler e acompanhar a DC é o da TROPA DOS LANTERNAS VERDES. Essa "força policial intergaláctica" é deveras interessante. E mesmo antes do revolucionário "Rebirth" do Johns eu já considerava esa linha de histórias como uma das melhores. A GUERRA DO ANÉIS está sensacional. Reli essa saga e vi que tudo se encaixa como um graaande quebra-cabeças!!!

Noturno disse...

Concordo com você Átila. O conceito dos Lanternas Verdes é muito interessante.

Aliás, suprimi as duas postagens anteriores e as inseri aqui, de modo que a metade final de Renascimento fique somente aqui, igualando à primeira.

Abraço!

Anônimo disse...

Olá!! No aguardo de sua avaliação sobre "Guerra dos Anéis"! Estou curtindo muito a saga, entretanto, creio que a 3a. ed. da revista "Lanterna Verde" esfriou um pouco por conta da introdução dos Contos da Tropa Sinestro que ficaram um pouco fora do timing da saga principal. Um abraço!!

Anônimo disse...

Grande noturno...

Curti muito essa história... apesar de ter lido da primeira vez totalmente voltado para perspectiva do batman e ficar muito puto com aquele soco (johns costuma mostrar q seus personagens são fodões encarando o morcego... fez isso aqui... fez isso com wally no flash... faz isso com sr.incrível de uma forma qse opostaem jsa[construindo uma boa amizade e coerencia de pensamentos]...)

Essa história se mostra importante por resgatar o conceito da tropa... conseguir uma explicação plausível para a absolvição de hal jordan( uma coisa mais complicada do q seu simples retorno...) e isso sem desmerecer ninguém da tropa... kyle deixa sinestro marcado para sempre... kilowog volta com grande estilo...

Enfim... foi um bom ínicio para uma fase inesqecível do lanterna verde...

Ah... qto ao hammond... li essa historia tem um tempo então nem lembro exatamento seu papel nessa história...mas vc achou q faltou uma explicação de quem ele era?? O cara é um vilão clássico do lanterna... lah dos primórdios do jordan... talvez johns não tenha achado necessário uma reintrodução do personagem a rigor...