terça-feira, 28 de outubro de 2008

Supreendentes X-Men 07-12: Perigoso.

“Perigoso”
(Astonishing X-Men 07-12, a partir de janeiro de 2005)

Roteiro: Joss Whedon
Desenhos: John Cassaday
Cores: Laura Martin
Marvel Comics.

Vimos que o primeiro arco de Surpreendentes X-Men apresentou alguns personagens que seriam importantes para os próximos. Da mesma forma, foi mostrada qual seria a formação da equipe de personagens que Whedon trabalharia, o que se mostrou uma decisão muito acertada de não encher o título com dezenas de mutantes. Com uma equipe fixa de meia dúzia de personagens, há espaço para trabalhar a personalidade de cada um deles de maneira satisfatória. E é exatamente isso que acontece nesse arco.

“Perigoso” trata da evolução e origem da Sala de Perigo, o ambiente virtual no qual os X-Men treinam suas habilidades. Na sua origem, era um emaranhado de ferramentas mecânicas ou buracos para Jean Grey brincar de tricô (leia as resenhas de Os X-Men para saber mais).

Depois que foi impregnada de tecnologia Shiar, a Sala de Perigo se tornou um ambiente de realidade virtual. Assim, mundos e situações poderiam ser reproduzidos de forma “real”, com um único e principal detalhe: a sala não poderia matar. Havia um empecilho, um impedimento para que ela não chegasse a tanto. Uma trava, dispositivo de segurança criado por Charles Xavier que a impedia de cumprir exatamente aquilo que ela foi programada: matar os mutantes.

Assim, a partir do momento em que ela “evolui”, ao deixar que um dos alunos (Asa) curados no primeiro arco praticamente se suicide, a inteligência artificial se diz livre do bloqueio. Ao mesmo tempo, planeja que os X-Men a libertem do espaço físico que a prende ao reativar um antigo Sentinela que chama a atenção dos X-Men, enquanto aprisiona todos os alunos.

Assim que o núcleo de comando é destruído por Wolverine (tentando retirar os alunos da sala), ela é libertada e se molda em um corpo físico robótico.

Depois de derrotar todos os X-Men em uma luta corpo a corpo, ela vai atrás de seu criador, Charles Xavier. Em Genosha, inicia-se outra luta impressionante entre os dois, recheada de diálogos e situações inovadoras. Xavier engana Perigo com “jogos mentais” e assim que ela acha que está pronta para dar o “bote”, ele já tinha agido anteriormente decepando-a.

Em cenas paralelas, a Agente Brand, da ESPADA, continua com sua empreitada em tentar achar uma solução pacífica para o provável conflito terrestre com o Grimamundo (o de que um X-Man destruiria aquele planeta). Ela cita a presença de um infiltrado na Mansão X e diz as seguintes palavras proféticas: “Há uma bala apontada pra cabeça deste planeta. Todos vocês sabem do que estou falando”. Isso que é planejamento editorial impecável! Em breve, saberemos as razões.

Como sua cartada final, Perigo traz de volta o robô sentinela responsável pelo massacre de milhões de mutantes visto em E de Extinção (primeiro arco de Grant Morrison em New X-Men). E esse é o confronto final entre Perigo e os X-Men (que vão à Genosha com o auxílio de Reed Richards, já que o Jato X havia sido destruído por ela). Digno de nota é o caso ser resolvido com o intelecto de Kitty Pride, fato esse reconhecido pelo Fera logo depois de agir apenas com seu instinto no seu confronto com Perigo.

No final, os X-Men têm uma dura discussão com o Professor X a respeito da sua ética ao prender uma forma de vida (mesmo que artificial) por tantos anos. O professor tenta mostrar suas razões para a defesa de sua causa, mas elas são desacolhidas pelos seus alunos. Uma discussão realmente interessante.

O arco Perigoso é o mais “fraco” (termo impreciso para esta revista) de Surpreendentes X-Men nas mãos de seus criadores originais (não levo em conta a recente e nova fase de Warren Ellis, ainda em andamento). Mas, mesmo assim, é uma excelente história que supera e muito as dezenas de títulos regulares que se encontram por aí (os famosos “feijão com arroz”).

Por fim, mais evidências são mostradas no sentido de Emma Frost estar ocultando suas verdadeiras intenções para com os X-Men, que será a trama central do próximo arco de histórias da revista.

Abraço a todos!

4 comentários:

Anônimo disse...

Tornar a Sala de perigo um inimigo, mas de forma até humanóide foi uma jogada legal pacas, digo, táticamente ela está programada com todos os poderes e táticas preferidas do X-Men, mas com uma trava par anão matar, depois disso ser deixado para trás se torna uma verdadeira inimiga em potencial...

E a SWORD va ise revelando cada vez uma boa idéia a se integrar com todo o universo Marvel!

Noturno disse...

Também gostei da Perigo como vilã e o Whedon não deixa claro nesse arco que a trava ainda existia. Muito bom!

E a SWORD é uma subdivisão bastante interessante por lidar com questões alienígenas e às vezes não poupar esforços pra evitar um conflito com extraterrestres (como apagar os mutantes do planeta com a "cura").

Abraço e obrigado pela visita!!!

Anônimo disse...

Ela (SWORD) já paarece com certo destaque em Invasão Secreta e como uma grande porcentagem de ameaças são alienígenas, então deve logo logo ganhar uma mini própria para trabalhar melhor a estrutura da SWORD (já que a SHIELD já é meio que retratada faz tempo em várias revistas e atualmente na do HdF)

Monstro de Antimatéria disse...

Gostei da discussão ética entre o mestre e os alunos. A sala de perigo se revelando um ser vivo preso foi bem inovador.

Mas, não deixa de ser um momento “blockbuster” da HQ.