terça-feira, 28 de outubro de 2008

Surpreendentes X-Men: Perda.



“Perda”
(Giant Size Astonishing X-Men 01, maio de 2008)

Roteiro: Joss Whedon
Desenhos: John Cassaday
Cores: Laura Martin
Marvel Comics.

E aqui se encerra com chave de ouro a fase de Joss Whedon e John Cassaday em Astonishing X-Men. Nessa última história, os principais heróis da Marvel são reunidos para, metaforicamente, celebrar o encerramento dessa equipe criativa que por 4 anos (deveria ser 2 se não fossem os imensos atrasos) nos brindou com excelentes tramas e caracterizações.

Os heróis Marvel são reunidos no Zênite (a base da ESPADA) pelo Sentinela vivo e lá procuram elaborar um plano para salvar o planeta da bala disparada no Grimamundo, bem como a vida de Kitty Pride que se encontra dentro dela. Só que a bala está protegida magicamente, então todos são ludibriados de modo a pensar que cada um deles salvou o mundo. E assim, sucessivamente, a começar pelo Homem-Aranha, eles vão acordando para a realidade e se vêem de mãos atadas.

Enquanto isso, no Grimamundo, Colossus se recusa a destruir o planeta baseado na história de massacre de seu próprio país de origem (antiga União Soviética). Aghanne procura convencê-lo de que a morte é a melhor opção para seu povo opressor e intolerante, mas ele se recusa a cumprir a “profecia”. Os dois travam uma batalha, e para mim, esta é a parte em que Colossus finalmente mostra a que veio. Ord interfere para que se mundo não seja destruído e ele e Aghanne morrem devido às queimaduras da fonte de energia.



Também é revelada parte da origem da Agente Brand (meio alienígena) e é desenvolvida um pouco a tensão sexual existente entre ela e o Fera.

Os X-Men tentam persuadir Krunn a ajudá-los na salvação de seu planeta mas a solução acaba sendo mesmo o já notório sacrifício de Kitty Pride. Em uma conversa comovente entre ela e Emma, os dois lados contrapostos da equipe desde a sua estréia, fica evidenciado que Emma, no fundo, sempre sentiu um grande respeito por ela. Aliás, desnecessário dizer que os diálogos de Whedon são sempre precisos. Uma conclusão comovente, como poucas que se vê por aí.



John Cassaday desenha como nunca. As seqüências com Colossus e Aghanne são muito bem feitas (e as cores em volta dos dois ajudam muito a dar um ar de “batalha final”). Já a seqüência da bala atravessando o planeta ficará na história não só da equipe como um dos grandes momentos dos quadrinhos. Como disse, nasceu um clássico. Os únicos pontos negativos que destaco foram as expressões faciais de Reed Richards e dos desenhos do Coisa.

E não canso de evidenciar. Os X-Men são retratados como “X-Men” sem referências às dezenas de outros integrantes. Lembra muito o início dos Novos X-Men (1975), em que você sabia exatamente qual era a formação da equipe. Hoje, existem no mínimo três! Sei que é difícil a Marvel ceder apenas um título ao grupo principal, principalmente pelo fato das vendas não serem mais como antes. Assim, três títulos podem compensar o que antes um resultava sozinho. Outra alternativa que, na minha opinião, seria melhor era o título Uncanny X-Men se tornar quinzenal.

O importante, no entanto, é ter uma equipe de peso em que se tenha espaço para trabalhar os personagens como ocorreu neste título.
Nota-se que, ao final, fica em aberto o paradeiro de Cassandra Nova, a ajuda da ESPADA a Lockheed e a entrega de Charles Xavier à Perigo, conforme prometido por Emma Frost.

Sem querer parecer pessimista, é muito difícil alguma equipe criativa, logo em seguida, ou mesmo algum tempo razoável depois, igualar ou mesmo superar essa. Acredito que tudo o que tornou os X-Men ícones e campeões de vendas, gradativamente, a partir de Giant Size X-Men 01 em 1975 esteve nessas 25 edições de Surpreendentes X-Men. Infelizmente, não é o que se vê nos demais X-Títulos. Repito, infelizmente. Espero, sinceramente, que Whedon faça escola.

Abraço a todos!

12 comentários:

Anônimo disse...

O Fraction e o Brubaker até estão tentando na Uncanny... mas não consigo me entusiasmar com o que eles estão fazendo hj. Estão lá... Morlocks, Pryor, Magneto... mas a equipe em si não tá muito coesa não. E olha que são os melhores que estão lá (tirando a Jean).

Von DEWS! disse...

Por mais que tentem, é uma questão que sempre se debate, e sempre há o confronto entre os saudosistas e os novatos... tudo que Whedon resgatou em Surpreedentes temumpé no passado, mas não deixca ser ruim, entretanto foge da cronologia, e isso deixa um "gosto" ruim, porque, às vezes, parece que não faz parte da realidade dos mutantes.
E do outro lado, Brubarker, Fraction e Carey tentamdar caras novas, mas acabam voltando às mesmas manias de escvritores anteriores..

Acho que o que precisa é um novo "All-New, All-Different" na vida dos mutantes... em 1974, não existiam Wolverines, Colossus ou Tempestades nos X-Men e Gint-Size X-MEn foi uma revolução.. falta isso novamente....

Anônimo disse...

Olha, nunca li nada de X-Men, mas quando me emprestaram esse TP lançado pela Panini eu achei muuuito bacana. Lembro-me meu primo comentando com meu irmão a muito tempo atrás os ''novos mutantes'' que apareceram nos saudosos formatinhos. Poder ler essa escrita saudosa do Whedon é voltar ao passado que nunca havia tido, muito legal. Os desenhos são sensacionais. Ponto para PAnini.

Anônimo disse...

Acho que o final nesse Giant Size é simplesmente fenomenal, não é o mais otimista, nem o mais pessimista de todos, mas o sacrifício da Kitty se torna bem lógico, então toda a leitura faz um tremendo de um sentido, bem frio, mas faz sentido e o leitor não se sente enganado...


O lance da Bala é curioso, é bizarro e se fosse alguma outra coisa a Kitty não conseguiria deter... mas vale por ser o primeiro tiro que dão na terra hahahaha

Unknown disse...

Opa Noturno, aqui é o Destroyer do MBB. =]

Li agora as duas últimas resenhas dos Surpreendentes X-Men! Me corrija se eu estiver errado, mas vc as postou no MBB, não?

Belos textos, continue assim. Gostei do layout do blog tb. =]

[]'s

flávio disse...

Olha, PRA MIM, nem o Carey nem o Brubaker ainda mostraram pra que vieram, apesar de estarem sim fazendo um bom trabalho.

ENTRETANTO, "Rise and Fall of the Shiar Empire" foi uma das coisas mais bacanas que li ano passado. Um monte de restolhos, abandonados no espaço, tentando salvar o universo, sem que ninguém se importe. Me lembrou - e muito - Aniquilação.

ENTRETANTO (2), ainda não li os tão comentados X-Mens do Whedon.

"Revolução" não é o que os X-Men precisam. "Novos personagens", menos ainda. Precisa de histórias competentes de forma regular - o que Carey e Brubaker estão fazendo...

Anônimo disse...

Eu li um clássico em tempo real com essas 25 histórias.

Abraços.

Monstro de Antimatéria disse...

Por mais que tenha ares de clássico ainda tem que passar pelo teste do tempo.
Apesar de ser uma boa historia só daqui alguns anos vamos confirmar se "Astonishing X-Men" é um clássico ou não.

E justiça seja feita. Dar um tiro na Terra foi de uma criatividade ousada.

PS: Quando Kitty Pride vai voltar dos mortos? ;)

Anônimo disse...

amigos, seriam 3 encadernaos pra englobar toda essa fase Whedon/Cassaday? (isso partindo do pressuposto que todos encadernados fossem nos moldes do primeiro)

Anônimo disse...

Pra mim já é clássico. Não tem essa parada do tempo, não.

É só você ver que essa história mexeu não só com os corações dos mutuninhas, mas com os de pessoas que acreditavam fielmente que os mutantes estavam acabados, que não serviriam mais para boas histórias. 99% das pessoas que leram gostaram (exceto os xmansons da vida rsrsrsrs).

Pra mim é isso que uma história dos X-Men precisa: trabalho em equipe, drama, sofrimento e superação.

Meus filhos aprenderão a curtir quadrinhos com gibis como esse.

É isso.
Abraço.

Anônimo disse...

Uma das melhores histórias dos X-Men nos últimos anos!

Anônimo disse...

Foi um run muito bom, mas ainda acho que o final ficou meio "inacabado". E a parte da Kitty falando com a Emma foi emocionante.