sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Wolverine (v.3) 50-55: Evolução.

“Evolução”
(Wolverine v.3 50-55, a partir de janeiro de 2007)

Roteiro: Jeph Loeb
Desenhos: Simone Bianchi
Arte-final: Simone Bianchi e Andrea Silvestri
Marvel Comics.

Quando Jeph Loeb declarou que assumiria os roteiros da revista regular do Wolverine, duas conclusões já se poderiam chegar antes mesmo da revista ser lançada: a revista venderia muito e a história tinha tudo para ser ruim. E foi exatamente isso o que aconteceu.

Jeph Loeb é um escritor muito prestigiado no mercado quadrinístico norte-americano, e também atuou como produtor executivo de seriados televisivos como Smallville, Lost e Heroes (deste último, foi despedido no último domingo). Normalmente ele trabalha apenas com desenhistas populares como, por exemplo, Jim Lee, Tim Sale, Michael Turner e, no presente caso, Simone Bianchi, e costuma assumir diversos encargos ao mesmo tempo (alguns desenhistas famosos pelos atrasos falam que ficam à espera dos roteiros dele, como já declarou J. Scott Campbell sobre um talvez já morto projeto com o Homem-Aranha).

O título Wolverine (volume 3), por sua vez, desde a entrada de Mark Millar, se tornou um emaranhado de mini-séries contidas dentro dele. Assim, Daniel Way contou o seu “Origens e Destinos” e partiu logo em seguida pra revista Wolverine Origins; Loeb criou o seu arco “Evolução”; Marc Guggenhein escreveu “Logan Dies” e isso continua corriqueiro até hoje com Mark Millar de volta para um único arco, “Old Man Logan”. Os fãs do personagem reclamam da falta de planejamento a longo prazo para o título, algo que, na minha opinião, é plenamente justificável.




Evolução é uma história sem pé nem cabeça, que o leitor não gasta muito mais do que cinco minutos em cada uma das suas seis partes. Mistura um emaranhado de personagens do Universo Marvel, com aquele ar de participações especiais à cada edição.

A premissa trata de uma espécie humana derivada dos lupinos: o lupus sapiens, nas palavras de Tempestade. Uma teoria “interessantíssima”, como ela mesmo tenta induzir o leitor. Assim, Wolverine passa as seis edições divagando no meio de sonhos em que ele vê essas espécies de lupinos lutando e sempre um deles sai vitorioso com relação ao outro (os desenhos deixam um pouco claro a semelhança entre o lupino vencedor com Logan e o perdedor com Dentes de Sabre).

Por não concordar com a presença de Victor Creed (Dentes de Sabre) na Mansão X, Logan o chama para a briga e, combinado com vários flashbacks, os dois passam todo o arco lutando um contra o outro. A “trama” posteriormente revela que tudo não passou de uma armação de Romulus, um personagem misterioso (no mau sentido) responsável pela teoria conspiratória interminável que o escritor Daniel Way desenvolve em Wolverine Origins.

Assim, depois de muito lutar (seis edições é um exagero), os dois finalmente tem sua enésima batalha final. Para dar um ar de definitividade nesse confronto, Creed literalmente perde a cabeça. Todos os mistérios acerca de Romulus ficam em aberto, ou seja, há muitas cenas de ação e nenhuma resolução: Loeb puro (com um roteiro desses, não é à toa que ele consegue tocar diversos projetos concomitantemente).




Além disso, a fim de justificar a probabilidade dessa raça “interessantíssima” ter existido, Loeb reúne todos os mutantes que lembram ou derivam de lobos, como Feral, Lupina e outros. Definitivamente, não convence.

Enfim, trata-se de uma sucessão de confrontos entre Wolverine e Dentes de Sabre sem que realmente nada se conclua, a não ser, é claro, a morte do vilão. Não foi a primeira vez que ele morre e duvido que seja a última.

Simone Bianchi tem um traço interessante, mas acredito que seu estilo seja melhor adequado para outro tipo do gênero quadrinístico. Hoje, ele é responsável pelos desenhos do segundo estágio de Surpreendentes X-Men, e a inevitável comparação com o seu antecessor, John Cassaday, o tem levado a ser alvo de muitas críticas (como, por exemplo, ao ter criado um péssimo uniforme “rainha de escola de samba” para a Tempestade).

Não obstante ser muito ruim, a revista vendeu bem. Quem sabe no futuro não haverá uma continuação? Esperemos que não.

Abraço a todos!

7 comentários:

Anônimo disse...

HAHAHAHAHAHAHA Sensacional esse review. Loeb é isso mesmo... "torçamos para que não saia a continuação"... hehehehe

James Figueiredo disse...

Porra, Loeb é foda de aturar, viu...rs

E, putz, na hora em que ele me juntou o Sasquatch (Sasquatch, porra!) no mesmo balaio que a Lupina, a Feral, o Wolverine e o Dentes de Sabre e chamou todo mundo de "lupinos", eu ri alto...

E o pior é que é assim com todo o título que ele escreve, vide a orgia de descaracterizações que foi Ultimates v.5!

Abraço,
J.

Anônimo disse...

Lixo Tóxico.

Anônimo disse...

Um grande desperdicio de banda de internet.

flávio disse...

Interessante isso de "Wolverine virou uma colagem de minisséries".

É verdade? Com certeza. Mas como explorar o Logan à longo prazo. O último cara que fez isso foi o Rucka, e só durou 18 edições.

Agora só consigo me lembrar do Larry Hama e do Frank Tieri, que fez um trabalho razoável na maioria das vezes, e até gerou um spin-off bacanudo, "Arma X"

Noturno disse...

Oi Flávio,

Bem, na minha opinião, a melhor coisa realizada a longo prazo com o Wolverine foi feita por Chris Claremont e John Buscema no início da revista mensal dele. Acho que você se lembra da fase “Caolho” em Madripoor, que é excelente! Penso que nenhuma outra chegou perto dela até hoje.

Abração e obrigado pela visita!!

Anônimo disse...

Opa!

E a fase Peter David/Bill Siekbfshsndkpfnwick ? E a fase Goodwin/BYRNE! ?

São as melhores do Logan IMHO.