
“Evolução”
(Wolverine v.3 50-55, a partir de janeiro de 2007)
(Wolverine v.3 50-55, a partir de janeiro de 2007)
Roteiro: Jeph Loeb
Desenhos: Simone Bianchi
Arte-final: Simone Bianchi e Andrea Silvestri
Marvel Comics.
Desenhos: Simone Bianchi
Arte-final: Simone Bianchi e Andrea Silvestri
Marvel Comics.
Quando Jeph Loeb declarou que assumiria os roteiros da revista regular do Wolverine, duas conclusões já se poderiam chegar antes mesmo da revista ser lançada: a revista venderia muito e a história tinha tudo para ser ruim. E foi exatamente isso o que aconteceu.
Jeph Loeb é um escritor muito prestigiado no mercado quadrinístico norte-americano, e também atuou como produtor executivo de seriados televisivos como Smallville, Lost e Heroes (deste último, foi despedido no último domingo). Normalmente ele trabalha apenas com desenhistas populares como, por exemplo, Jim Lee, Tim Sale, Michael Turner e, no presente caso, Simone Bianchi, e costuma assumir diversos encargos ao mesmo tempo (alguns desenhistas famosos pelos atrasos falam que ficam à espera dos roteiros dele, como já declarou J. Scott Campbell sobre um talvez já morto projeto com o Homem-Aranha).
O título Wolverine (volume 3), por sua vez, desde a entrada de Mark Millar, se tornou um emaranhado de mini-séries contidas dentro dele. Assim, Daniel Way contou o seu “Origens e Destinos” e partiu logo em seguida pra revista Wolverine Origins; Loeb criou o seu arco “Evolução”; Marc Guggenhein escreveu “Logan Dies” e isso continua corriqueiro até hoje com Mark Millar de volta para um único arco, “Old Man Logan”. Os fãs do personagem reclamam da falta de planejamento a longo prazo para o título, algo que, na minha opinião, é plenamente justificável.
Evolução é uma história sem pé nem cabeça, que o leitor não gasta muito mais do que cinco minutos em cada uma das suas seis partes. Mistura um emaranhado de personagens do Universo Marvel, com aquele ar de participações especiais à cada edição.
A premissa trata de uma espécie humana derivada dos lupinos: o lupus sapiens, nas palavras de Tempestade. Uma teoria “interessantíssima”, como ela mesmo tenta induzir o leitor. Assim, Wolverine passa as seis edições divagando no meio de sonhos em que ele vê essas espécies de lupinos lutando e sempre um deles sai vitorioso com relação ao outro (os desenhos deixam um pouco claro a semelhança entre o lupino vencedor com Logan e o perdedor com Dentes de Sabre).
Por não concordar com a presença de Victor Creed (Dentes de Sabre) na Mansão X, Logan o chama para a briga e, combinado com vários flashbacks, os dois passam todo o arco lutando um contra o outro. A “trama” posteriormente revela que tudo não passou de uma armação de Romulus, um personagem misterioso (no mau sentido) responsável pela teoria conspiratória interminável que o escritor Daniel Way desenvolve em Wolverine Origins.
Assim, depois de muito lutar (seis edições é um exagero), os dois finalmente tem sua enésima batalha final. Para dar um ar de definitividade nesse confronto, Creed literalmente perde a cabeça. Todos os mistérios acerca de Romulus ficam em aberto, ou seja, há muitas cenas de ação e nenhuma resolução: Loeb puro (com um roteiro desses, não é à toa que ele consegue tocar diversos projetos concomitantemente).
Além disso, a fim de justificar a probabilidade dessa raça “interessantíssima” ter existido, Loeb reúne todos os mutantes que lembram ou derivam de lobos, como Feral, Lupina e outros. Definitivamente, não convence.
Enfim, trata-se de uma sucessão de confrontos entre Wolverine e Dentes de Sabre sem que realmente nada se conclua, a não ser, é claro, a morte do vilão. Não foi a primeira vez que ele morre e duvido que seja a última.
Simone Bianchi tem um traço interessante, mas acredito que seu estilo seja melhor adequado para outro tipo do gênero quadrinístico. Hoje, ele é responsável pelos desenhos do segundo estágio de Surpreendentes X-Men, e a inevitável comparação com o seu antecessor, John Cassaday, o tem levado a ser alvo de muitas críticas (como, por exemplo, ao ter criado um péssimo uniforme “rainha de escola de samba” para a Tempestade).
Não obstante ser muito ruim, a revista vendeu bem. Quem sabe no futuro não haverá uma continuação? Esperemos que não.
Abraço a todos!
7 comentários:
HAHAHAHAHAHAHA Sensacional esse review. Loeb é isso mesmo... "torçamos para que não saia a continuação"... hehehehe
Porra, Loeb é foda de aturar, viu...rs
E, putz, na hora em que ele me juntou o Sasquatch (Sasquatch, porra!) no mesmo balaio que a Lupina, a Feral, o Wolverine e o Dentes de Sabre e chamou todo mundo de "lupinos", eu ri alto...
E o pior é que é assim com todo o título que ele escreve, vide a orgia de descaracterizações que foi Ultimates v.5!
Abraço,
J.
Lixo Tóxico.
Um grande desperdicio de banda de internet.
Interessante isso de "Wolverine virou uma colagem de minisséries".
É verdade? Com certeza. Mas como explorar o Logan à longo prazo. O último cara que fez isso foi o Rucka, e só durou 18 edições.
Agora só consigo me lembrar do Larry Hama e do Frank Tieri, que fez um trabalho razoável na maioria das vezes, e até gerou um spin-off bacanudo, "Arma X"
Oi Flávio,
Bem, na minha opinião, a melhor coisa realizada a longo prazo com o Wolverine foi feita por Chris Claremont e John Buscema no início da revista mensal dele. Acho que você se lembra da fase “Caolho” em Madripoor, que é excelente! Penso que nenhuma outra chegou perto dela até hoje.
Abração e obrigado pela visita!!
Opa!
E a fase Peter David/Bill Siekbfshsndkpfnwick ? E a fase Goodwin/BYRNE! ?
São as melhores do Logan IMHO.
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