sexta-feira, 13 de março de 2009

X-Men: Gênese Mortal (Comentários).

X-Men: Gênese Mortal
(X-Men: Deadly Genesis 01-06, 2006)

Roteiro: Ed Brubaker
Desenhos: Trevor Hairshine
Arte-final: Scott Hanna e outros
Marvel Comics.

A V A L I A Ç Ã O :

Quando Ed Brubaker trocou a DC pela Marvel, seu currículo já dizia que um trabalho de no mínimo boa qualidade iria ser realizado na sua nova casa.

Li recentemente todos os TPs já lançados pela Panini de Gotham Central, escrita por Ed Brubaker em parceria com Greg Rucka e achei tudo aquilo de uma qualidade incrível! Histórias muito boas, muito bem inspiradas e com o uso de um dos ambientes mais fascinantes do gênero dos quadrinhos (na minha opinião): Gotham City. Pessoas normais em uma cidade sinistra, na luta para colocar um pouco de ordem em todo aquele caos. E a fantasia, incorporada na excelente galeria de vilões do Batman, fez por merecer todo o prestígio que a série ganhou do início até o seu encerramento.

Sucessor do Bendis em Demolidor, Ed Brubaker ganhou críticas altamente positivas já no seu primeiro arco. Inclusive, trouxe de volta alguns leitores que não se adequaram muito ao estilo que o Bendis imprimiu durante a estada no título do herói cego. Não que tenha havido um aumento considerável de vendas, mas o fato é que quem estava esperando histórias com mais ação e, ao mesmo tempo, bons diálogos, parece ter se contentado positivamente com a nova equipe criativa.

O mesmo ocorreu com o Capitão América, o qual passava por uma sucessão de escritores e desenhistas, com histórias medianas. Isso pôde render um arco ou outro no mínimo interessante, mas perdeu por não ter havido um planejamento a longo prazo para o personagem. Assim que assumiu o título, inclusive com uma nova e justificável renumeração, Ed Brubaker iniciou uma trama conspiratória cheia de mistérios, apresentou personagens novos, trouxe outros de volta e, à medida em que novas edições da revista iam sendo lançadas, parecia que uma grande e bem elaborada rede de idéias iam se entrelaçando de forma coesa, de modo a se tornar um dos melhores títulos da Marvel na atualidade.

Sobre Demolidor e Capitão América, acredito que a indicação do Brubaker ao Eisner com referência a eles ratifica o afirmado acima.

Terminado o evento Dinastia M, e planejada uma nova diretriz (que no final das contas não acrescentou muita coisa) para o já desacreditado universo mutante, Brubaker foi um dos responsáveis para mostrar aos leitores as conseqüências do Dia M. A minissérie X-Men: Gênese Mortal me parece que serviu de um misto de teste para ele escrever um título fixo dos X-Men e, ao mesmo tempo, cobrir em parte a falta de lançamentos do carro-chefe da franquia: Astonishing X-Men.

O resultado é uma história interessante mas que altera consideravelmente a cronologia do grupo. A história da Ilha Krakoa é um marco para os X-Men porque é nela que o grupo é substituído pela nova geração: Tempestade, Wolverine, Noturno, etc.

Assim, em Gênese Mortal a história é alterada para que os personagens Petra, Darwin, Reprise e Kid Vulcano sejam os primeiros substitutos da equipe original, e mais, que Charles Xavier manipulou a mente de Ciclope para que este nunca descobrisse a verdade (inclusive quanto ao seu segundo irmão, o terceiro Summers).

Por falar nesse mistério do terceiro irmão Summers, merece aplauso a iniciativa de finalmente a Marvel dar um fim a um fato que se arrastava desde o início dos anos 90. Ainda bem que inventaram um novo personagem para ser esse terceiro irmão, já que houve especulações que davam como certo que mutantes populares (como Gambit!) seria o irmão de Ciclope e Destrutor.

O personagem Gabriel Summers, na minha opinião, possui todas as características para, no futuro a longo prazo, se tornar um X-Men. Sua onipotência nessa minissérie (derrotando todos os X-Men) parece uma forma do escritor de querer descer goela abaixo dos leitores o quão “bom vilão” ele pode se tornar. O mesmo se dá com a morte (desnecessária) de Banshee. Já passou da hora de parar de matar personagens apenas para que novos vilões possam provar alguma coisa.

Os desenhos de Trevor Hairshine estão muito bons, lembrando um pouco o estilo de Brian Hitch. Em especial, gostei muito da passagem que os grupo de Moira é treinado no plano psíquico por Xavier. Visualmente, ficou muito bem produzido! Pena que ele desenhe tão devagar e, pior, tenha quebrado a mão (hehehe...). Assim, depois de dois números da minissérie Wisdom e de um especial com a origem do Colossus, ele nunca mais deu as caras.

Como dito acima, esta minissérie serviu como teste de Ed Brubaker nos X-Men. Mesmo alterando fatos importantes na história da equipe, não foi uma história ruim mas que provavelmente incomodou os fãs mais xiitas do grupo.

Abraço a todos!

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