quinta-feira, 23 de julho de 2009

Justiceiro massacra o Universo Marvel (1995).

"Justiceiro massacra o Universo Marvel"
(Punisher kills the Marvel Universe, 1995)

Roteiro: Garth Ennis
Desenhos: Doug Braithwaite
Arte-final: vários.
Marvel Comics.

Esta edição foi lançada originalmente no ano de 1995 e, até ontem, ela estava na “fila de espera” da ordem das minhas leituras (a famosa e eterna “pilha”). Nesta história, aliás, a primeira do Justiceiro escrita por Garth Ennis, a origem de Frank Castle é alterada de modo a tornar as ações do heróis e vilões da Marvel como os responsáveis pela morte da esposa e filhos de Frank.

Assim, todo o seu ódio se volta contra os super-seres e, com a ajuda de pessoas influentes e que também foram vítimas de ações meta-humanas, o Justiceiro encontra os meios materiais necessários para acabar com todos eles.

O escritor Garth Ennis imprime um ritmo ágil à história, com pequenos intervalos entre as cenas de ação nas quais os heróis e vilões são mortos por Castle. A edição mostra a morte de heróis como Homem-Aranha, X-Men, Wolverine, e outros, além de vilões como o Dr. Destino. O que dá plausibilidade às vitórias de Frank Castle sobre os demais é mostrado por meio da astúcia do primeiro. Apesar de não ter super-poderes, Ennis deixa claro que o diferencial que faz com que o Justiceiro vença é sua inteligência para elaborar planos de ataque contra seus oponentes. Algumas mortes são meras referências, em decorrência desta ser uma trama de apenas uma edição especial.

Ennis também insere humor à história, tanto em situações convencionais (“... e [prisão] perpétua significa perpétua.”, hehehe), quanto nas próprias cenas de ação. Aliás, este é um recurso bastante recorrente do escritor, que se especializou no chamado “humor negro”. Gostei da forma como Castle tapeou os X-Men e seus maiores vilões numa batalha na Lua.

É claro que há uma certa forçação de barra para que todos os planos de Castle dêem certo. Assim, nas batalhas de luta corporal entre Castle e, por exemplo, Wolverine e Dr. Destino, o escritor cria situações em que o Justiceito vence, apesar disso soar pouco provável numa história convencional, se levarmos em conta as vantagens sobre-humanas dos seus adversários. Mas, como disse, acima, o “X” da questão está na astúcia de Castle.

A conclusão da história também é bastante satisfatória e bem condicente com a tragédia do herói. Acredito que foi um bom modo de encerrar esse massacre e foi interessante mostrar a presença de Matt Murdock (o Demolidor) na vida de Castle (ou vice-versa) ao longo dos anos.

Os desenhos de Doug Braithwaite são bons, mas nada impressionantes. Lembram muito o estilo preponderante dos anos 90. Acredito que foi uma bos escolha para desenhar esta história, já que ele teve como tarefa desenhar uma boa gama do Universo Marvel noventista.

Por conta da censura, algumas cenas de violência ficaram por trás ou fora dos quadros. Nos dias de hoje, esta história poderia ser contada no selo MAX da Marvel sem este empecilho (quer dizer, o selo autoriza violência explícita).

Um ponto negativo foram os vários arte-finalistas contratados para esta edição (seis ao todo!), o que deixou diferente os desenhos feitos por um mesmo artista. Outra crítica é que a edição também contou com dois coloristas diferentes. Assim, no quesito arte, a revista perdeu a unidade.

Mas enfim, para quem ainda não leu, acho que vale a pena dar uma conferida nesta edição especial. Se você já leu algo escrito por Garth Ennis e não gostou, aconselho a ficar longe do material, já que seu estilo pessoal prepondera aqui, mesmo trabalhando com figuras marcadas da Marvel. Só faltaram os palavrões...

Abraço!

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa cara, encontrei seu blog por acaso, e já gostei. Achei super bacana seu trabalho contando sobre as histórias em quadrinhos.

Vou acompanhar sempre
to te seguindo. Abraço

Noturno disse...

Valeu, Rafael! Fique a vontade pra opinar sobre as postagens.

Mais tarde explico o motivo da minha ausência.

Abração!

Anônimo disse...

Ah, muito legal essa história. Só que fica devendo um pouco nos desenhos, com uma qualidade abaixo do razoável. Acho que vou mexer lá no armário pra ler de novo! Abraço!