quinta-feira, 2 de julho de 2009

Batman: “Whatever Happened to the Caped Crusader?” (Parte 01 de 02).


“Whatever happened to the caped crusader?”
(Batman 686, abril de 2009)

Roteiro: Neil Gaiman
Desenhos: Andy Kubert
Arte-final: Scott Williams
DC Comics.

O renomado escritor Neil Gaiman se junta ao desenhista Andy Kubert para criar uma história de encerramento da carreira do Batman, de forma semelhante ao que aconteceu ao Superman nos anos 80. Como não era de se estranhar nos dias de hoje, a segunda e última parte da história atrasou um bocado, mas nem por isso ela perdeu o seu brilho. Mais sobre isso, logo abaixo.

Nesta primeira parte, vemos os vilões do Batman e alguns de seus aliados (como Dick Grayson, Gordon, Barbara, Montoya e Bullock) se reunirem no Beco do Crime, aparentemente a pedido de Alfred, para que prestem sua última homenagem ao herói recém-falecido.

Quando se dá o início ao momento dos discursos, Selina Kyle, a Mulher-Gato, inicia sua história contando a trajetória de sua carreira como criminosa e seus consequentes encontros com o Batman. Mas o foco de sua narrativa é o amor mal resolvido entre ela e o herói. Ao final de seu conto, depois de perceber que Batman nunca abandonaria sua carreira como combatente do crime, ela afirma que matou o personagem (ou melhor, deixou de lhe prestar socorro) para que este pudesse ter a paz que merecia.

Logo em seguida, o mordomo Alfred conta a trajetória de Batman sob o seu ponto de vista. Nesta história, ele vê seu patrão iniciando sua carreira como Batman mas, ao mesmo tempo, enlouquecendo com o passar do tempo. Assim, ele contata seus antigos companheiros de um grupo de atores para que eles possam dar algum sentido ao propósito da existência de Batman. Assim, são “criados” o Charada, o Pinguim e o próprio Alfred se traveste de Coringa.

Depois de descobrir toda a verdade sobre essa farsa criada por Alfred, Batman sai ao encalço do Charada e, não acreditando nas ameaças vilão, morre com um tiro, uma vez que o ator que o representava enlouqueceu de verdade.

Terminado o conto, Bruce questiona quem está mostrando tudo aquilo para ele e a resposta que obtém é que, se ele é mesmo o maior detetive do mundo, será ele mesmo quem deverá descobrir.


Eu gostei muito dessa edição. E é engraçado porque no primeiro “conto” (o da Mulher-Gato), o que me chamou mais a atenção foram os desenhos e, no segundo (o do Alfred), a história.

Foi muito bom ver Andy Kubert desenhando os uniformes antigos de Selina, inclusive o primeiro deles, muito bizarro por sinal. Além de prestar homenagens a vários desenhistas que já passaram pela revista do Batman, os desenhos convencionais de Andy continuam mais influenciados do que nunca pelo estilo de seu pai, Joe Kubert.

Sei que a história foi planejada com meses de antecedência, mas acredito que parte das razões para ter havido tanto atraso na entrega da segunda edição seja exatamente essas homenagens aos desenhistas passados que Kubert faz quando inicia as passagens para os “contos”. Assim, acho até que foi justificável sua demora.

A segunda parte (a do “conto” de Alfred), na minha opinião, é mais interessante por lidar com a questão da sanidade mental de Bruce e da maneira bastante inusitada de Alfred deixá-lo são. A morte do Batman neste conto, inclusive, é consequência direta de sua loucura (que passou para o “intérprete” do Charada). Gostei bastante.

Já o retrato que Neil Gaiman faz dos vilões que se dirigem ao funeral de Batman é condicente com a personalidade de cada um (Coringa louco, Duas-Caras jogando moeda etc.), mas nada que merece ser mencionado.

Com um início muito promissor, “Whatever Happened to the Caped Crusader?” tem tudo para ser um novo clássico das histórias do Batman. Veremos como isso termina em breve.

Abraço!

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