quarta-feira, 15 de julho de 2009

Uncanny X-Men 506: “Lovelorn” (Parte 03 de 04).

“Lovelorn”
(Uncanny X-Men 506, abril de 2009)

Roteiro: Matt Fraction
Desenhos: Terry Dodson
Arte-Final: Rachel Dodson
Marvel Comics.

Nesta terceira e penúltima parte do arco “Lovelorn”, o escritor Matt Fraction continua desenvolvendo suas tramas paralelas envolvendo, de um lado, Fera e Anjo e, de outro, Colossus.

Colossus, agora contratado pelo vilão das tatuagens que Fraction nem se deu ao trabalho de batizar (é um “demônio do passado”), descobre que o sujeito é um contrabandista de prostitutas oriundas da Rússia. Elas vieram para a América do norte em um contêiner, para a surpresa do herói, ocasião na qual este se revolta e derrota todos os capangas do vilão sem nome (o tal “demônio do passado”).

Enquanto isso, na nova base dos X-Men em Graymalkin, o grupo discute a situação sobre os crimes de ódio que estão acontecendo ao redor do país e decidem acolher todos os mutantes que quiserem refúgio, tenham eles permanecido ou não com seus poderes depois do Dia M.

Enquanto isso, no Japão, os X-Men Fera e Anjo recrutam o Dr. Yuriko Takigushi para que ele integre o clube de ciências. O Dr. Takigushi é um ex-geneticista da SHIELD que, temendo ser pego pelos russos, deixou várias armadilhas no caminho até o seu paradeiro, além de ter criado um “Godzilla”.

Ao final da edição, Emma oferece ajuda a Colossus e eles vão de encontro ao “demônio do passado” de Piort.

Esta edição tem alguns pontos interessantes, como a questão do acolhimento de todos os mutantes e ex-mutantes em Graymalkin, demonstrando heroísmo por parte dos X-Men. Realmente, na situação colocada, não haveria outro lugar mais seguro do que a base dos X-Men para as pessoas se protegerem.

Já a descoberta de Colossus e sua posterior surpresa ao ver mulheres em um contêiner também desperta interesse pelo fato de ser uma realidade no mundo real. O tráfico de pessoas é um dos mais revoltantes crimes contra a humanidade e, nesse sentido, merece aplauso o escritor por abordar o assunto.

Mas acho uma tremenda falta de bom senso Fraction não batizar o vilão do Colossus. Esse “demônio do passado” fica até difícil de ser mencionado já que o escritor simplesmente esqueceu (ou não quis) dar um nome a ele. Não li ainda X-Men Origens: Colossus para ver se há algo relacionado a este vilão. Vou conferir essa edição especial para ver se esse “desleixo” se deve por conta dessa revista.

O clube de ciências do Fera, para mim, continua sendo a parte mais desinteressante da história. O Dr. Nemesis é intragável por natureza, e acredito que isso deva ser em razão de sua personalidade, mas não consigo ver graça na sua arrogância. Já o mutante Madison Jeffries é tão interessante quanto o Larval.

O escritor Matt Fraction também cria uns diálogos muito “estilosos”, principalmente quando escreve os personagens “gênios”, com pequenas frases de efeito que deixam a leitura um pouco truncada. Os desafios que o clube de ciência enfrenta não empolgam e quando chega o grande antagonista, o monstro... bem, veremos mais sobre ele na próxima edição.

Minha crítica com relação aos desenhos de Terry Dodson nesta (e na próxima) edição é que na parte do desafio do clube de ciências ficou parecendo um desenho animado infantil. Quando ele desenha personagens humanos, Dodson é ótimo e já disse em outra oportunidade que em muito me agradaria vê-lo como desenhista solo da revista Uncanny X-Men.

Ocorre que o monstro “Godzilla” criado por ele é constrangedor de tão infantilizado (poderia se passar facilmente por um inimigo de um desenho do Dexter, para fazer um paralelo com a ciência). Não é mal desenhado, só que parece que não se encaixa muito bem dentro do universo da revista.

Enfim, “Lovelorn” continua bem mediana e tudo leva a crer que continuará assim até o seu final.

Abraço!

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