quinta-feira, 2 de julho de 2009

Batman: “Whatever Happened to the Caped Crusader?” (Parte 02 de 02).


“Whatever happened to the caped crusader?”
(Detective Comics 853, abril de 2009)

Roteiro: Neil Gaiman
Desenhos: Andy Kubert
Arte-final: Scott Williams
DC Comics.

Nesta segunda e última parte do arco “Whatever Happened to the Caped Crusader?”, escrita por Neil Gaiman, testemunhamos como seria a derradeira história do Batman. Assim como Alan Moore conseguiu dar um ar de definitividade às aventuras do Superman em “O que aconteceu com o Homem do Amanhã?”, acredito que Gaiman se saiu tão bem quanto Moore.

A história prossegue, agora de maneira mais fluida, com vários personagens contando suas versões do Batman e da sua subsequente morte. Enquanto isso, Bruce Wayne tenta descobrir quem está falando com ele enquanto testemunha aquelas pessoas prestarem suas últimas homenagens ao Batman. Um dado curioso é que o Batman é desenhado de maneira diferente à cada personagem que toma à frente do funeral para relatar sua relação com o herói.

Depois de descobrir que está em um estado de quase morte, Bruce se depara com uma pessoa muito importante do seu passado e, com sua ajuda, descobre o verdadeiro sentido de ser o Batman. E ao longo das últimas páginas da edição, o escritor Neil Gaiman faz um emocionante discurso sobre o papel do herói na sociedade e sobre o porque de sua existência e incessante perseverança.

Um belíssimo conto em que Bruce conta porque é tão importante continuar na ativa; porque a cidade precisa dele, mesmo que para ajudar apenas uma pessoa; porque ele nunca irá desistir; e porque ele só irá parar quando sua morte chegar, tudo numa sequência de um belo retrato de seu nascimento.


E o mais interessante é que toda a construção da trama parece mostrar que nunca houve uma versão definitiva do personagem. Como são várias as pessoas, heróis e aliados, que contam seus encontros com o Batman, cada um deles mostra o herói de uma forma que preponderou em determinada época, de maneira que não existe uma versão definitiva ao longo de sua história de décadas desde a sua criação.

É como se Gaiman validasse todas as passagens que o personagem já teve e dissesse que todos os autores que já escreveram ou desenharam o personagem têm o mesmo grau de importância. Entendi como uma forma de agradecimento a todos eles, o que, para mim, demonstra muita sensibilidade do escritor.

Andy Kubert continua desenhando de maneira bastante apropriada, com desenhos cheios de estilo de outros desenhistas renomados que já passaram pelo personagem. O destaque, para mim, fica com as páginas finais, onde o desenhista mostra com bastante propriedade toda a eminência do histórico do Batman, bem como o traz de volta sob a luz do famoso sinal de alerta.

Agora que terminei de ler a segunda parte, acredito que esta história tem tudo para se tornar um clássico, aliás, mais um dentro dos vários que já existem com o personagem. Espero que outros surjam em menor tempo, já que no fundo, tudo o que um leitor de quadrinhos procura são histórias de qualidade.

Abraço!

4 comentários:

James Figueiredo disse...

Opa, voltou com força o blog, hein?
Legal!

E essa história já nasceu clássica, é bem isso que você falou - Gaiman teve as manhas de referenciar/homenagear todas as encarnações do Morcego, rendendo uma das histórias mais bonitas e humanas (especialmente pelo enfoque na mãe dele, e não no pai) já feitas com o personagem.

Abraço,
J.

Noturno disse...

OI James, pois é. O blog tem esses momentos de ampla atualização com períodos forçados de interrupção. hehe..

Mas espero que esteja gostando das novas postagens.

Abração!!

Magus disse...

top 3 fácil das histórias do Morcego.

Mariana Branco disse...

Com certeza um clássico do morcego, às vezes chegou até a me emocionar (o que é bom, acho que foi o intuito do autor). Entra para a minha lista de ótimos exemplares, assim como 'Ano Um' e 'A Piada Mortal'.