sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sobre "Grandes Eventos" e liberdade criativa.

No dia 26 de junho deste ano, o escritor J. Michael Straczinski confirmou no site Comic Book Resources uma notícia que já vinha rondando o fandom por um certo tempo: ele vai mesmo deixar a série do Thor.

O motivo alegado pelo escritor é que ele discordou da imposição editorial da Marvel de que a revista Thor seria inserida no próximo “Grande Evento” criado pela editora, Siege of Asgard. Pelo nome do evento, essa inserção seria óbvia.

Assim, seus planos para as aventuras do Thor estariam seriamente comprometidos. JMS decidiu então partir, para o desgosto da imensa maioria dos leitores que acompanham o título. Dentre os motivos alegados pelo escritor, está a questão de que ele teria que adaptar todo o planejamento das histórias que ele tinha em mente para se adequar ao evento e, passado este, se dar ao trabalho de voltar a contar suas histórias de onde tinha parado por conta dessa interrupção indesejada.

Na Marvel, o renascimento dos grandes eventos nestes anos 2000 começou com Dinastia M, de Michael Brian Bendis e Olivier Coipel. Até então, o Universo Marvel estava dividido em vários microversos, sem que um afetasse os acontecimento do outro. Por exemplo, Magneto (ou o irmão do Xorn, como queiram) destruiu Manhattan e nenhum herói foi ao auxílio dos X-Men. Tudo isso aconteceu no arco Planeta X da revista New X-Men e de lá não saiu.

Depois de um relativo sucesso de Dinastia M, veio Guerra Civil, Hulk Contra o Mundo, Invasão Secreta, sendo que esta última bateu todos os recordes de “tie ins” (edições ligadas ao evento). Sabe-se que a grande maioria desses “tie ins” são apenas histórias “caça-níqueis”, o que compromete não só a qualidade do evento como um todo, como também a liberdade criativa dos escritores das revistas comprometidas com o referido evento.

Ao que parece, a obrigação de ter um grande evento todo ano parece estar entrando em um processo de arrefecimento. Particularmente, sou adepto a essa suspensão de “grandes sagas”, para que casos como a saída de Straczinski não se repita, já que a revista Thor é um título amplamente elogiado pela crítica especializada e um dos campeões de vendas dos “charts” de vendas norte-americanos.

Será que Siege of Asgard valerá o preço da saída de Straczinski? Agora só resta esperar a revelação sobre quem será o substituto de Straczinski e se ele manterá o alto grau de qualidade que JMS imprimiu nos roteiros do título desde o seu relançamento.

Abraço!

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